Capítulo 14 - Passeio

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SOLETRANDO DE AVESSO


Sofitel = "Sóftél"

Sukhumvit = "Sucum-it"

Sakdasi = "Sákcí"



XXX



[POV FREEN]


— É aqui? — perguntei, me sentindo um pouquinho nervosa ao levantar a cabeça e visualizar, com amplitude, a sofisticação do prédio à minha frente.

Sofitel era um luxuoso hotel localizado na avenida mais movimentada de Bangkok, a Sukhumvit. Possuía vários andares, com uma estrutura bem moderna, tanto na arquitetura em geral, fachada etc., mas não chegava a ser um arranha-céu. Novamente, não me senti pertencente aqui, mas aproveitarei as oportunidades que a vida me dá, apenas.

Inclusive não era o único hotel das redondezas com este nível de glamour, mas era um dos melhores, pelo que Rebecca me disse. Irônico aquele spa, que promete ser tão discreto, ser em um local meio chamativo, no coração da cidade, não? Ou isso era proposital?

— Sim — respondeu Khun Armstrong, olhando para seu próprio celular. Depois pareceu respirar fundo antes de olhar para mim. — Bom, é isso.

Ela ajeitou os cabelos, posicionou a alça da bolsa lateral e guardou as chaves do carro no bolso da calça de cetim. Porém, começou a rir.

Meu Deus, ela estava tão linda hoje. Logo hoje.

Mas não entendi o porquê da risada.

— Era pra termos combinado as roupas, sabe? Não pareço uma Social Media nem você uma empresária.

Concordo. Na verdade, era estranho logo eu ser a pessoa que tem dinheiro, porque sou lisa, amplamente.

Para piorar, vim com a primeira roupa que vi, pois já estava atrasada (vulgo demorei demais tentando, sem sucesso, controlar a minha ansiedade). Khun Armstrong estava impecável, como sempre. E aquele cabelo, meu Deus... Ela combinava muito com o cabelo castanho.

Não que não ficasse bem estando loira também, mas tinha alguma coisa que me deixava em transe quando eu a fitava com essa nova cor. Eu claramente não estava preparada para isso. Justo hoje. Justo com o que faremos agora.

Uma parte minha ainda não acha uma boa ideia, mas, por ela, o farei.

— Estamos a passeio, lembra? — comentei para tentar disfarçar que esqueci completamente que talvez seria melhor ter vestido uma roupa específica.

— Sim, faz sentido... Vamos lá? — falou e estendeu a mão.

Eu intermediei o olhar entre seu rosto e sua mão, sem entender (de novo).

Vendo que não movi um músculo, Khun Armstrong revirou os olhos, deu um passo para se aproximar e... pegou minha mão. Eu gelei na mesma hora.

Em seguida, lentamente, entrelaçou nossos dedos, sem me olhar.

Quase peguei meu celular para ligar à minha mãe para providenciar o meu caixão o quanto antes, pois vou falecer.

Santa Rosé, Jisoo, Lisa e Jennie do meu santíssimo Blackpink, amado seja. Isso aqui já é demais.

Espero com toda a sinceridade do meu coração que eu não esteja suando — mas sei que estou ou estarei — para que não perceba quão nervosa estou neste exato momento. Sinto como se eu fosse virar groselha e fosse começar a escorregar entre seus dedos.

Avesso (FreenBecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora