Capítulo 16 - Deleite

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REBECCA


Dentro daquela cabine do elevador, subindo ao 10° andar, com minha mão entrelaçada na de Freen, tentei não refletir muito sobre o que estava prestes a acontecer. Mas impossível não pensar no que aconteceu.

Pensar que eu não resisti, no medo que senti por isso, pensar que ela retribuiu, pensar que foi melhor do que qualquer hipótese ou sonho que eu pudesse ter, pensar no quão fiquei impactada com seu cheiro, com seu beijo, com seu corpo...

Impossível não pensar.

Talvez não fosse a melhor ideia, mas meu corpo está tendendo a pagar qualquer preço necessário para me afundar nela. E nada mais importa.

Chegando ao andar, a puxei e logo estávamos à frente do quarto 1002. Olhei de soslaio para Freen. Tinha uma expressão meio ansiosa, mas retirou a chave do apartamento do bolso do roupão e pôs na tranca. Eu só lembrei agora que talvez ela tivesse deixado no vestiário; sorte que não deixou. Realmente não estou raciocinando muito neste momento.

Entrei primeiro, olhando para a sala de estar, não sabendo muito bem o que fazer. Eu sei por que viemos para cá, eu sei que eu convidei, mas não sei por que me sinto tão... tímida de repente. Engoli em seco.

Quando me voltei para Freen, ela me fitava também. Nos encaramos por um momento.

— Você tem certeza? — questionou em voz baixa.

— Você tem? — devolvi a pergunta.

Ela continuou me encarando. Vi sua mão direita subir para seu colo, até os seios, se fechando na gola do roupão.

Com a outra mão, lentamente puxou a faixa que o mantinha prensado ao corpo. Meus olhos estavam fixos nela. Minha boca estava entreaberta e sequer sei em que momento a abri. Engoli mais em seco.

Meu coração foi para a boca quando a peça caiu no chão, revelando a silhueta mais atraente que nunca vi na minha vida.

Nunca olhei um corpo feminino desta forma. Nunca senti tanto desejo por um corpo similar ao meu — biologicamente — como hoje. Estou deslumbrada.

Meus olhos foram dos seus pés, às panturrilhas, joelhos, coxas, seu íntimo — e salivei, o que me surpreendeu —, o ventre delicado, seios que eu já via serem perfeitos por baixo de uma vestimenta, mas que certamente traziam uma beleza sem igual quando desnudos, a clavícula e a linha dos ossos mais acentuada, o cabelo por cima dos ombros...

Ela era uma deusa.

Parei meu olhar em seus olhos. Mesmo tendo sido muito ousada em ficar nua daquela forma, ela seguia com uma expressão ansiosa. A cabeça pendia um pouco ao lado, as sobrancelhas um pouco franzidas. Por um momento ela desviou o olhar, como se estivesse insegura sobre eu realmente desejar tudo isso.

E agora eu desejava 100 vezes mais.

Mesmo sentindo uma força avassaladora me percorrer para agarrá-la, algo me dizia para não agir assim, não ter essa pressa. Eu me aproximei dela, sem tirar os olhos dos seus. Peguei suas mãos e as pousei na faixa do meu robe. Não fiz mais nenhum movimento. Eu a quero. Eu quero que ela saiba que pode me tocar a vontade, quero que ela me queira também. Ela tem minha permissão.

Freen pareceu ter entendido meu recado. Logo desvencilhou a faixa, mas ainda com cautela. O robe se abriu e pude sentir um pouco de frio, o que me fez engolir em seco, mas acho que nem era por causa disso, e sim da ansiedade de ela me ver como vim ao mundo.

Agora pousou as mãos na gola, abrindo meu robe definitivamente. Senti a ponta de seus dedos deslizarem levemente pela minha pele próxima ao pescoço, o que me causou arrepios. Pude ver seu olhar descendo e subindo quando a peça caiu no chão, o rosto inclinando para cima, o peito subindo e descendo mais rápido enquanto engolia em seco.

Avesso (FreenBecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora