Deseja-me

Prólogo

300 anos atrás....

Ela sempre foi uma decepção, pelo menos aos olhos do seu pai, ele desejava um filho homem para carregar o nome da família, mas sua mãe lhe teve, uma menina, uma fêmea que não valia nada além de ser uma esposa e genitora dentro das regras da nobreza, sua mãe foi culpada e castigada de sua incapacidade de ter filhos homens, e logo após um mês de lhe dar a luz veio a falecer, talvez de tristeza ou de desgosto, muito provavelmente dos castigos que recebia, então sua criação foi exclusiva do seu pai na verdade dos empregados da casa, que a tratavam como uma princesa e tinham medo dela, ela era totalmente ignorada e negligênciada até seus 5 anos, quando seu pai casou novamente com sua madrasta, um nobre como ele, que foi praticamente vendida para seu pai em troca de uma sociedade nos seus bens, deixando a fábrica de bebidas dele já famosa entre os vampiros, bruxas e feiticeiras, famosa para os humanos.

Ali as coisas mudaram totalmente, seu pai viu nela a possibilidade de um negócio lucrativo como foi com sua madrasta, a mulher era a esposa perfeita treinada por séculos em tudo que a nobreza considerava importante para uma esposa e ao mesmo tempo, podada em tudo que não deveria, logo ela passou pelo mesmo, seus treinos começaram aos 6 anos e nunca pararam, ela tinha que aprender etiqueta, pintura, costura, bordado, cozinha, leitura, idiomas, música esgrima, cavalgada, também tinha que saber lutar, mas nunca o suficiente para ser mais que seu marido, ela tinha que estar sempre arrumada e penteada com uma princesa, nada além do perfeito era permitido, quando se tornou vampira aos 26 anos, também tomou aulas de como agradar o seu marido sexualmente, e todas as técnicas possíveis a ser ensinada para uma fêmea virgem, depois de 150 anos ela já era a dama perfeita aos olhos de todos e ainda uma decepção para seu pai.

Ela também tinha se acostumado com a nobreza e por um tempo ficou cega com o sonho que lhe foi pintado, que nem as dores que sofria, por conta dos espartilhos justos, ou a dor pelos saltos altos, ou a fome por não poder comer mais que uma garfada de comida lhe incomodava, ela só sonhava em ser a esposa perfeita para seu marido perfeito, estranho como as coisas ruíram rápido, ela lembrava que foi em uma primavera, estava andando pelos jardins com seu longo vestido vitoriano em tons rosado, lendo um livro em italiano, a noite era agradável e a lua estava cheia, foi quando o viu Joseph era uma jardineiro, ele cuidava das suas rosas, ela adorava rosas todos diziam que seu cheiro era como o delas só que mais interessante, como se tivesse um toque selvagem ali, e ela gostava como isso soava.

Joseph era lindo, esguio com lindos cabelos castanhos ondulados, olhos amêndoas e um sorriso encantador, foi a primeira vez que ela sentiu seu coração bater por um macho, ela se viu encantada com o vampiro a sua frente e ele por sua vez também mostrou interesse por ela, logo ela começou a ir ao jardim todas as noites, e todas as noites, Joseph lhe dava flores, mas não qualquer flores e sim narcisos laranjas, talvez se ela tivesse prestado a atenção teria notado o verdadeiro significado daquelas flores, mas era nova e estava iludida, mesmo com tudo Joseph abriu seus olhos, eles se encontravam escondidos pelo castelo de seu pai, e ela pode ver por si mesma as condições precárias que os empregados viviam.

Seu pai lhe dava o pior, seus quartos eram na parte alta do castelo que era um perigo constante de pegar sol, os quatro eram cheio de infiltração, madeira podre e pedras soltas, nada parecido com o subsolo luxuoso onde vivia, eles também comiam as sobras que era dividida entre eles, e ainda tinha a pior parte meu mesmo casado, assediava as empregadas que lhe atraiam e muitas vezes a tomava a força, muitas delas depois eram demitidas e sumiam, ele se aproveitou da fragilidade do país no momento de crise para fazer atrocidades, todos estavam em pânico com a doença do sangue se espalhando entre a raça e o rei estava ocupado com isso.