1 semana depois
RUSSO
uma semana se passou desde o papo com a Tatiana, no dia seguinte a garota já nem estava mais na cama do meu lado, tinha metido o pé sem nem avisar. Que se foda também, essa porra parecia maluca.
A pergunta que ela me fez parecia simples, eu poderia enganbelar e ficar cheio de historinha, mas acho feiao isso. Eu nunca fui homem de ficar casado, sempre pensei que se eu arrumasse uma mulher seria mais uma preocupação na minha cabeça, eu sou neurótico quando a questão é manter minha família em segurança.
Eu curtia a garota, curtia nós dois juntos, o nosso sexo é maneiro. Mas eu não queria prender ela a uma vida que poderia afundar com ela, Tatiana é novinha, tô ligado em tudo que ela pode conquistar. E eu não quero ser um empecilho pra isso, levando a vida que eu levo, sabendo que a colocaria em perigo.
— Tá viajando aí. — Matador deu um tapa fraco na minha cabeça. — Trabalhar que é bom nada né, ta pegando o que? tu não é de ficar areo assim. Aposto que tem mulher na parada.
— Mulher é o capeta de vestido e batom. — Falei fazendo ele rir.
— Sabia. Quem é a abençoada da vez? pra ela te deixar assim filhão, pode apostar que ou o mel dela é muito bom ou fez trabalho pra tu.
— Não dá pra te levar a sério cara, namoral.— Gargalhei passando a mão no rosto.
— Ram, tô te falando irmão. Abre teu olho não, aqui a pouco ta ai de coleirinha.
— Ta falando muito, tem trabalho não? fica tonteando a mente.
— Se liga que eu ainda sou teu chefe, seu pau no cu. — Acendeu un fininho. — Alguma notícia sobre o nosso armamento?
— Tudo nos esquemas, foi só molhar a mão daqueles filhos da puta que rapidinho liberaram o caminhão. Mas tenho que te falar um bagulho, tô achando que tem x9 na parada. Nosso esquema foi arquitetado a meses, só os caras da boca principal sabiam desse armamento, como é que os canas foram no caminhão certeiro? eles já sabiam quando iria chegar, armaram tudo.
— Então tem alguém querendo fuder nossos esquemas, aqui X9 não tem vez. Já sabe quem? — Neguei.
— Ainda são só suspeitas, mas não quero fazer alarde por enquanto, quero observar pra ter certeza. Pelo menos dessa vez conseguimos recuperar nosso armamento.
— Quando eu botar as mãos nesse filho da puta que ta de trairagem com nois, vai ser só bala na cara pra ficar de exemplo.
Fizemos a contabilidade e conferimos pra ver não tinha desfalque de dinheiro. Mais tarde o rádio de matador tocou, era um dos caras da barreira chamando pra resolver um B.O.
— Pô tô pensando em partir pra Arraial esse fim de semana, Agita?
— Consigo largar meu morro não, ainda mais sabendo que tem x9 na parada. Mas vai lá pô, passe livre pra tu.
Quando matador saiu da salinha, fiquei pensando em mandar mensagem pra mandada, não nos falávamos desde o dia que ela dormiu la em casa. Maior esculacho, cheio de saudade daquela vacilona. Resolvi chamar ela pra Arraial, pra amenizar esse clima.
mandada
ou, garota. — Enviou.
– o que?
toda grossa pô, vou relevar dessa vez e não levar pro coração. — Enviou.
– o que você quer Russo? to ocupada.
tô querendo levar um lero contigo, tem como? — Enviou.
– sei bem onde essa nossa conversa vai parar, e eu não tô asim Russo.
qual foi cara, tô falando namoralzinha contigo. mais tarde passo ai pra gente trocar uma idéia, tu vai gostar pô confia. — Enviou.
(•••)
— Fala Russo. — Falou batendo a porta do carro assim que entrou.
— Tem geladeira em casa não filha da puta? — Coloquei a mão na coxa dela apertando. — Vai ficar nessa até quando? tu não entendeu nada da nossa conversa.
— Russo eu entendi bem, muito bem. Você não quer se prender a ninguém, só ta afim de um pente e rala, eu sei bem.
— Tu é difícil né, namoralzinha. Tatiana você ainda é nova, tem um monte de coisa pra conquistar, não quero que tu pule na bala por minha causa, e ponha tua cabeça a prêmio pros inimigos pô.
— Ótima desculpinha.
— Da pra falar nada contigo né, fica aí cheia de manha. Quando eu falei que curto ta com você, falei sério pô, papo de sujeito homem. Vamo fazer o seguinte, vamo ficando, só eu e tu, tu e eu.
— Com isso você diz ir ficando só nós dois sem participações especiais? — Falou manhosa passando a mão por cima da minha que estaca pousada em sua perna.
Tô fudido com essa mulher. Quando eu falo que mulher é o capeta de vestido e batom eu não tô brincando.
Concordei com a cabeça e grudei minha boca na dela, já sentindo meu amigão se animar. Essa garota me deixava de pau durão só com um toque, feiticeira do caralho.
— Pensei em a gente fazer uma viagem, curtir um finalzinho de semana tranquilo, só nois dois.
— Acho ótimo, pra onde? — Ela que estava com a cabeça no meu peito, levantou um pouco a cabeça pra me olhar curiosa.
— Arraial do Cabo, curte?
— Nunca fui mas já ouvi dizer que é um paraíso, já tô até me vendo naquele lugar maravilhoso. Quando nós vamos?
— Sexta pra sábado de madrugada, tenho casa por lá. — Segurei o rosto dela com uma das mãos. — Quero te fuder em cada cômodo daquela casa.
— Mal posso esperar por isso. — Ela sorri safada me dando um selinho, desceu a mão pro meu short e abriu o zíper.
— Tatiana, Tatiana. — Falei baixo enquanto ela me olhava com aquela carinha de safada. Se ajeitou no banco e eu já podia sentir meu pau latejar na cueca, o garotão tava animadao. Quando eu meti a mão no cabelo dela o celular da garota tocou diversas vezes. — Mais que caralho, não atende Tatiana.
— É minha mãe, calma. — Ela atendeu a ligação e mesmo sem estar no viva voz eu podia ouvir a voz da Rute na linha, a mulher gritava sem parar e a Tatiana se enfiava de mentira em mentira. — Vou ter que meter o pé.
Olhei pra ela sem acreditar que ela iria fazer isso comigo e me largar na mão bem naquele momento.
— Ta de sacanagem? e meu amigo, como fica? — Perguntei vendo ela se indireitar no carro e ameaçar a sair.
— Usa as mãos, você consegue resolver isso sozinho, imagina que sou eu. Prometo recompensar outra hora, te ligo depois. — Me deu um selinho e saiu do carro rindo enquanto eu chamava por ela. Garotinha desgraçada mané, deixa ela só.
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