RUSSO
Saltei da cama quando ouvi barulho de tiros e os foguetes serem disparados, sabia que a merda tava feita. Atravessei meu fuzil nas costas e beijei a testa da tatiana que me olhava assustada sentada na cama.
- Leandro não vai la pra fora, por favor. Eu tô te implorando, eu to com um pressentimento ruim cara.
- Quem me protege não dorme, fica sossegada, não vai me acontecer nada.
Sai de casa já na trocação com quem aparecia, do radinho fui acionado que eram os alemão tentando invadir o morro e roubar a carga que tínhamos recuperado da polícia e junto a carga deles que também tinha sido aprendida. Mas aqui eles não vão ganhar nada, só bala na cara.
Entrei em um beco com pouca iluminação e dali já dava pra ver uns vermes de touca ninja mirando nos meus que estavam na laje de uma das casas a frente, mirei na cabeça dos dois e atirei sem dó. Foram horas de bala comendo, o suor pigava do meu rosto.
Senti uma queimação no braço e coloquei a mão no lugar, o sangue escorreu. Um tiro, eu tinha tomado a porra de un tiro. Me encostei na parede do beco e tirei o fuzil das costas deixando do meu lado, rasguei um pedaço da minha camisa e amarrei no buraco que jorrava sangue.
- É difuder.
Os tiros foram cessando e um dos meus passou pelo beco na hora que um verme ia agir na covardia comigo. Meu soldado me ajudou a me levantar, e foi acionado no radinho que os vermes estavam evacuando, mas carregando sangue de seis dos nossos. Cheguei em casa com Tubarão me ajudando já que meu braço tava fudido. Tatiana tava na sala com cara de choro, quando me viu veio correndo pulando em mim, mas quando viu meu braço já foi logo se desesperando.
- Calma mulher, eu to aqui pô, vivão! - Falei assim que ela me soltou.
- Você não sabe o medo que eu fiquei, eu pedi tanto a Deus pra te proteger e te trazer vivo de volta. - Passou a mão no rosto secando as lágrimas, tava toda nervosa. - Você tem que ir pro posto Leandro, esse ferimento tá horrível, pode dar alguma infeção.
- Eu to legal amor, foi de raspão.
- Raspão Leandro? essa porra ta jorrando sangue pra caralho, olha só. - Tocou no meu braço e eu quase gritei pela dor, mas contive pra ela não encher mais a cachola.
- Pô chefe né querendo falar não, mas a dona tá certa, tá feia a coisa. - Fuzilei tubarão com os olhos que voltou a ficar calado.
(•••)
Sentei na cama com a ajuda da Tatiana, a garota não queria sair do meu lado com medo de dar alguma merda, no fim chamei uma enfermeira do morro pra olhar meu braço, por sorte tinha sido de raspão mas tinha que ficar com braço enfaixado por uns dias. Mas nada me abalava já que os merdas não tinham conseguido pegar a carga de volta, e agora a segurança seria redobrada.
- Ta com essa cara por que? - Perguntei pra ela que tava com cara de choro.
- Senti muito medo de acontecer alguma coisa com você Leandro, essa vida que você leva é arriscada, por um fio você não me deixou sozinha, quer deixar a bibi sem pai?
- Ih que papo é esse tatiana? tô vivão aqui e tu cheia de neurose.
- Neurose? eu to sendo realista Leandro. Olha pra mim. - Segurou meu queixo. - Saí dessa vida, se não por mim, então pela bibi, pela sua mãe!
- Tatiana não vem totear meu juízo não, aposto que é a minha mãe com ladainha no teu ouvido né não.
- Não é ladainha, sua mãe te ama e se preocupa com você, não quer teu mal como muitos por aí.
- Eu tenho um legado a seguir, e não é uma porra de tiro de raspão que vai me fazer cair fora dessa parada, sacô? Eu to nisso a minha vida inteira, já tomei muita bala, já fiz jorrar muito sangue lutando pra defender esse morro, defender os meus. E namoralzinha, eu não te obrigo a estar nessa vida comigo não, você embarcou porque quis.
- Embarquei porque eu gosto de você, eu amo você Leandro e não quero ver teu corpo estirado no chão, eu não suportaria ver essa cena de novo. - Me liguei que ela tava falando do pai.
- Pô amor, eu sei que foi duro pra tu ver teu pai morrer na tua frente, mas eu não vou deixar a história se repetir, prometo pra tu! - Sequei as lágrimas do rosto dela e dei um beijo na testa.
•••
1 mês depois
A mulher do posto tirou a faixa do meu braço, examinou e me passou uma pá de coisa que nem fudendo eu vou tomar, já me sinto renovado.
- Tô pronto pra outra. - A mulher arregalou os olhos e eu agradeci saindo da sala. Um mês com a porra do braço enfaixado, sendo tratado igual boneco pela Tatiana, tava beirando a loucura já.
Subi na moto e já ia partindo pra boca, mas resolvi passar na casa da minha mãe primeiro. Deixei a moto na porta, falei com os vapores, entrei ja sentido o cheirao de comida.
- Papai! - Deu um pulo do sofá e veio pro meu colo.
- Eai minha princesa, cadê tua vó? - Foi só eu falar que ela surgiu saindo da cozinha.
- Só aparece pra filar o almoço né.
- Claro pô, tatiana fazendo curso agora eu fico largado as traças.
- Para de graça Leandro, que eu bem sei que ela deixa tudo pronto antes de sair, mas sua preguiça de esquentar é tanta né.
- Pô, dá um desconto, teu nego tava machucado. - Ela cerrou os olhos.
- Sei, pra outras coisas não tava nem um pouco machucado né.
- Ih, mó papo torto. - Neguei com a cabeça soltando uma risadinha, minha mãe é foda.
Bati um rango maneiro na minha mãe e depois parti pra boca, já cheguei me estressando vendo que tinha uma pá de nego com dívida, esses cheiradores do caralho.
- Aí 2k, aciona o ratinho pra essa missão aí, tragam a porra do dinheiro e se aquele merda não colaborar já sabem. - Ele confirmou com a cabeça e saiu da sala, relaxei na cadeira acendo um fininho. Fiquei marolando ali, olhei meu celular não tinha uma mensagem da outra, to largado as traças mesmo te contar.
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FINALMENTE CAPITULO p vocês meus amores, espero que gostem e não desistam de mim, antes que venham perguntar do meu sumiço, eu expliquei tudo la no quadro de avisos do perfil, por favor leiam!
Gente o final da história ainda está muito indefinido, mas quero que vocês estejam cientes que independente de qualquer coisa essa história é sobre a TATIANA, sobre a vida dela, sobre erros e acertos, melhorias, então muitas vezes pode não ter o final que vocês idealizam. Mas irei fazer de tudo pra que seja um final a altura da nossa Tati!
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