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TATIANA

— Cadê a postura porra? tava passando quando vi você batendo boca la na padaria, feiao pra tua cara. — Reclamou assim que entramos em sua casa.

— Feiao? ao, elas que chegaram lá cacarejando no meu ouvido, só fiz o favor de dar o que elas tanto queriam, milho. Não é disso que galinhas gostam? — Cruzei os braços sentando na ponta do sofá. Ele passou a mão pelo rosto nervoso e tirou o boné.

— Iai, vai dar pra conversar ou você vai ficar fugindo igual criança Tatiana?

— Não tô fugindo, eu só não estava bem pra conversar, só isso. A conversa com a minha mãe foi péssima, ela me mandou sair de casa, me falou um monte de coisas e claro eu fiquei me sentindo um lixo de filha.

— Que isso cara, por que não me ligou? esse b.o não é só teu não, e tu dormiu onde?

— Na casa da Karen. Foi a única pessoa que eu sabia que me daria um abrigo naquele momento.

— Eu sou de enfeite eu né? — Falou putinho.

— Eu só queria ficar um pouco longe de tudo Leandro, e também estava tarde.

— Fodase, eu tava preucupadão e tu nessa, mas tá suave. — Revirei os olhos. — Já falei pra tu não revirar os olhos pra mim.

— É? se não você vai fazer o que? — Ele deu uma risada nervosa e eu sorri largo.

— Me testa muito você, tô perdendo a moral mesmo nessa porra. — Negou com a cabeça. — Tua coroa uma hora vai ficar deboa, geral sabe que ela te ama pra caralho.

— Não sei não, conheço ela, minha mãe muitas vezes não volta atrás nas decisões, e eu não posso ficar parada, por mais que seja doloroso. É minha mãe né, eu amo ela e não queria dar desgosto.

— Fica tranquila, ela tá de cabeça quente, uma hora ela vai entender que tu cresceu e que pode tomar decisões por si só. Mas fala ai, vai fazer o que agora? vai morar na casa dessa tua amiga?

— Não, não quero ser encostada na casa de ninguém, eu sai cedo com ela pra poder procurar um trabalho aqui pelo morro, mas pro meu azar acabei no mesmo ambiente que aquelas duas e depois você também apareceu, acabou que tudo desandou. — Dei de ombros. — Eu queria ver se tinha alguma kit net pra alugar por aqui, tenho um dinheiro na conta que dá pra pagar uns 2 meses pelo menos.

— Que mané kit net, ta achando que vou te deixar ao relento? nem fudendo, trás suas coisas pra cá.

— Pra cá? Leandro, eu não quero dar mais motivos pro povo falar e pra minha mãe me odiar mais ainda.

— Você pensa demais nos outros. — Agora foi a vez dele revirar os olhos, irônico, não? — Faz o seguinte, fica aqui então por uns dias, e eu te ajudo a encontrar um trampo e um lugar firmeza pra tu ficar, jae?

— Sério? — Levantei do sofá animada e me joguei nos braços dele, abraçando seu pescoço. — Obrigada! É tudo que eu preciso.

— Vou fazer meus corres e até amanhã te arrumo um trampo maneiro, tu já terminou a escola? — Neguei.

— Tô no último, mês que vem já é dezembro e eu termino de vez.

tatianaOnde histórias criam vida. Descubra agora