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- Hyunjin? Acorda.
O moreno sentiu um toque leve em seu ombro esquerdo e resmungou, sentindo o corpo exausto demais para reagir.
- Acorda, rápido, não temos muito tempo.
Sentiu o chacoalhar e tentou abrir os olhos, estranhando imediatamente a claridade.
A voz era tão familiar.- ANDA LOGO.
Abriu os olhos de uma vez, se afastando ao observar a figura sentada na beirada da cama.
Não poderia ser real.
- O que você está fazendo aqui? Como? Eu estou sonhando?
Uma risada espontânea foi emitida e isso causou um aperto estranho no peito do Hwang.
Nunca foram próximos, como poderia sentir falta de alguém assim?
- Eu não te salvei pra você desistir assim e ir dormir, oh idiota.
O maior imediatamente franziu o cenho. O outro jamais havia falado consigo assim.
- E eu não tenho mais medo de você. Não tenho mais medo de nada.
Um sorriso largo foi dado enquanto Hyunjin permaneceu imóvel, observando a mão, agora estendida para si.
- Achei que tinha parado de ser tão quieto, anda, precisamos sair daqui.
O outro assentiu, murmurando um “até que enfim” quando Hyunjin finalmente despertou do transe, levantando rapidamente e o seguindo, ainda cambaleando pela fraqueza.
A surpresa mais uma vez pairou o ambiente quando o menor apenas girou a maçaneta e a grande porta de madeira se abriu.
- Como você entrou aqui?
O Hwang ameaçou perguntar, mas ergueu as mãos em sinal de “desculpa” quando ouviu um aviso para permanecer em silêncio.
Não conseguia entender nada. Apenas seguia o outro.
- Hyunjin?
O choque foi imediato e assim que se virou, confirmou de quem pertencia a voz. Sentiu seu coração bater tão rapidamente que poderia facilmente saltar para fora do peito.
- Mino? O que faz aqui?
Tentou se aproximar, mas se conteve quando não identificou nenhuma emoção predominante. O mesmo olhar frio que o perseguiu durante tanto tempo.
Procurou imediatamente a outra pessoa, mas tampouco estava. Eram somente ele e Minho.
- Eu vim ver minha mãe, sabe onde ela está?
O tom era indiferente, sem emoção. E O Hwang quis gritar para que contassem o que estava acontecendo.
- Você não veio aqui por mim?
Continuou mapeando o espaço com o olhar atento, buscando alguma explicação lógica para tudo aquilo. Mas sua atenção logo foi captada por um riso debochado.
- Você disse que não deveria te procurar e eu não vou. Não me importo mais com você.
- Mas ...
- Lee Minho?
A voz firme e imponente interrompeu a conversa e o olhar assustado do maior demonstrava que havia imediatamente reconhecido o dono dela.
Minho, por sua vez, apenas se virou em direção a porta, fazendo um breve sinal de continência.
A figura de Mckurt adentrou lentamente na sala, assim como os demais soldados presentes na missão.
Christian, Valquez, Gomez, Yongbok. Fora alguns rostos que nunca havia visto.
Mas somente uma pessoa não estava ali.O toque delicado novamente foi sentido e Hyunjin se permitiu sair dali, seguindo a única pessoa que inspirava confiança naquele momento.
- Sabia que se encontrasse ele você ia se distrair.
Seu coração ainda palpitava, acelerado. Toda vez que encontrava o tenente, seja em seus sonhos ou lembranças, a dor da culpa voltava de uma única vez.
- Por que eles estão juntos? O que aconteceu com o Mino? Por que está me ajudando?
- Minho pode ser um babaca quando quer. Eu sei disso. Ele é meu melhor amigo. Mas aquele não é ele.
- A decepção fez ele voltar para aquela missão idiota? Ele está com a mãe dele agora? O Yongbok, o ...
- Hyunjin… nada daquilo é real. É só um medo que seu cérebro materializou.
- Mas e se esse medo se tornar real? Jisung, eu ...
O menor sorriu ao ter seu nome pronunciado e Hyunjin sentiu o mesmo aperto nostálgico no peito.
- Não é ele que me preocupa.
- Que?
- Você não falhou. Você protegeu ele. Sempre protegeu.
- Por isso está me ajudando então?
- Não. Estou te ajudando porque gosto de você. E não é o Min que precisa de mim agora.
- Então ele está bem?
- Eu só sei daquilo que você sabe.
Jisung estendeu os braços indicando a sala, branca e sem móveis. Então, Hyunjin percebeu que nunca havia entrado naquele cômodo. Só sabia que existia porque observou a porta quando chegou.
- Eu estou sonhando, não é?
- ACHEM ESSE GAROTO. FAÇAM ELE PAGAR PELO QUE FEZ.
Escutou novamente a voz de Mckurt e se encolheu em um canto. Como era possível passar despercebido e ao mesmo tempo ser o foco daquele sonho maluco?
- O medo agora te paralisa. Eu não consigo entender em que ponto você deixou isso acontecer. Você foi a pessoa mais corajosa que eu conheci. E o amor foi motivo pra você se entregar mas não de tentar sair daqui. Isso não está certo.
O Han encostou na parede e sorriu fechado. Antes de concluir:
- Quando mudou tanto, Hyunjin?
- Mas eu tentei sair.
Ele encarou o menor, incrédulo com o que estava ouvindo.
- Não, você se auto sabotou. Se entregou porque tem medo pelos seus amigos, medo pelo seu relacionamento, medo de você. E só reagiu quando encontrou um medo maior: a ilha. Até quando vai viver agindo de maneira estúpida por medo?
O Hwang abriu e fechou a boca repetidas vezes, tentando encontrar algum argumento para combater aquilo.
- Não quero que proteja o Minho, quero que se proteja. Acorda, Hyunjin.
- ELES ESTÃO AQUI.
Um baque foi ouvido e Hyunjin desviou o olhar para a porta que logo seria arrombada e retornou a atenção para Jisung, que permanecia o encarando, sereno, como se nada fosse capaz de deixá-lo aflito.
Jisung definitivamente era corajoso.
E Hyunjin desejou com todas as forças que o Han estivesse mesmo ali com ele.
- Acorda, Hyunjin.
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Missing 2T - Hyunho (Concluída)
ActionQuem nunca quis saber o que acontece após o "fim"? Uma vida normal era tudo o que Hyunjin e Minho queriam depois do que viveram na ilha. Mas será que traumas tão profundos podem ser esquecidos facilmente? Laços podem resistir a duras verdades ou um...