Capítulo 54

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Lua 🌙

Eu já estava bem melhor, não tinha recebido alta ainda mas eu precisava fazer uma coisa.

— encontraram a Sara? — perguntei ao gavião.

Pecado teve que ir resolver algumas coisas e o gavião ficou comigo.

— é a moça que te ajudou a fugir? — confirmo. — sinto muito, encontramos ela na sala, tinha uma bala na cabeça.

Ele matou ela e a arrastou para a sala.

— quero vê-lo — digo.

— ficou louca?

— por favor, eu sei que não mataram ele — gavião fica me olhando como se estivesse prestes a negar.

— não posso, só de pensar que você vai estar no mesmo cômodo que ele de novo...

— você vai estar lá dessa vez — seguro sua mão.

— não te deram alta.

— por favor, depois que a gente sair de lá eu prometo que fico aonde você quiser. — Gabriel suspira e confirma.

Ele me ajuda a descer da cama e me ajudou a colocar uma roupa mais confortável que a Júlia tinha trago, eu ainda sinto um pouco de dor mas eu tenho que falar com ele.

— não quero nem vê quando o Pecado descobrir. — fala sozinho.

— onde você vai com ela, ela não está liberada — o médico aparece.

— a gente sabe, prometo que já estou de volta — falo e não deixo que ele fale mais alguma coisa.

Gavião anda comigo, ele avia pedido um carro e não demorou para chegar, entro no mesmo e fomos subindo o morro.

Paramos em frente a um tipo de casa/galpão, sei lá. Desço do carro e gavião me ajuda, tinha dois caras na porta fazendo a guarda.

Gabriel cumprimenta elea que ficam me olhando mas não era um olhar de cobiça e sim como se fosse respeito, entro no lugar e sinto cheiro de maconha.

— você tem certeza? — paramos em frente a uma porta.

— tenho — afirmo com a maior certeza da minha vida.

Gavião abre a porta e sinto um cheiro horrível de carniça, quando entro no lugar tem mais dois caras lá dentro, o Marcos está de cabeça baixa, seus braços cheios de cortes, falta três dedos de sua mão direita e a sua mão esquerda está quebrada, presumo isso pelo inchaço.

— achei que não viria me ver — sua voz rouca e cansada.

Marcos levanta a cabeça e vejo um olho cheio de sangue, a boca toda cortada.

— o feto sobreviveu? — ele sabe que estou grávida.

— você é um filho da puta, desgraçado. — fico puta — está pagando por tudo que você fez.

Ele salta uma risada não se importando.

— aí aí minha baby, você é tão engraçada. — esse cara é doente. — eu só queria que você fosse feliz comigo.

— feliz? Você só pode ter enlouquecido. Eu era abusada, espancada, vendida, humilhada... QUE PORRA ISSO É SER FELIZ?! — grito com ele.

— o que ela está fazendo aqui? — escuto a voz do cotoco.

— eu espero de verdade que esse bandidinho te venda para um cara bem nojento e mate essa porra desse feto — sinto uma raiva incontrolável.

Em uma mesa ali mesmo pego uma faca grande.

— Lua? — escuto o gavião me chamar.

— o que está fazendo? — marcos me olha atentamente.

Analiso a faca em minha mãos bem afiada, bato com a lateral dela na cara dele.

— estou fazendo você pagar por todas as mulheres que você machucou. — enfio a faca no peito dele.

Marcos solta um grito com os olhos arregalados eu rodo a faca no seu peito, vejo escorrer sangue da sua boca e ele morre na minha frente.

— que caralho é isso? — Juan entra na sala.

Sinto que estou ficando fraca, não consigo sentir minhas pernas, escuto gritarem alguma coisa e não vejo mais nada.

Pecado ☠️

Escuto uma gritaria vindo da salinha onde o tal do Marcos está, vou lá para ver e quando entro, vejo a... Lua?

Que porra essa menina está fazendo aqui?

Quando encaro a sena, ela está com uma faca enfiada no peito do cara.

— que caralho é isso? — pergunto mas ela não parece escutar.

Percebo ela ficar mole e corro para segurar ela, Lua desmaia nos meus braços e saio da sala. Já tinha um carro do lado de fora, coloco ela e entro no carro junto.

— Lua? — sacudo ela mas nem sinal — pelo amor de Deus — checo para ver se tem pulso e tem.

Em pouco tempo chegamos no postinho eu levo ela correndo para dentro, os médicos pegam ela e não deixam eu entrar no quarto.

— como ela está? — gavião aparece.

— quem levou ela para lá? — pergunto puto.

— eu levei, ela implorou.

— porra gavião — empurro ele — ela perdeu sangue, não podia ter saído daqui, você foi um irresponsável!

— EU NÃO PUDE DIZER NÃO! — Gritou. — ACHA QUE FIQUEI CONTENTE DE VER ELE PERTO DELA MAIS UMA VEZ? — me olha — ela quase morreu. Descobrir que ela foi abusada por ele e machucada, foi a pior coisa do mundo.

Sinto a mesma dor que ele.

— ela precisava ir lá, mesmo que eu me arrependa agora de ter levado ela — não digo nada, apenas abraço ele.

Ele não pensou em mais nada a não ser na dor dela e eu não posso culpar ele. Eu teria feito o mesmo.

— é o marido da Lua né ?— o médico veio.

— sou — não neguei.

— ela está bem, foi uma queda de pressão. — fico mais aliviado.

— valeu — agradeço e o médico sai.

— marido é? — gavião me zoa.

— vai tomar no cu.

Vou andando até o quarto que ela está, entro no mesmo e vejo ela deitada, dormindo.

Chego perto e seguro sua mão.

— para de me dar esses sustos.

— desculpa — responde.

— te acordei? — faz que não com a cabeça.

Beijo ela e fico de seu lado para descansar.

— não posso perder você de novo.

— não vai, eu estou aqui — faz carinho no meu rosto.

— para de fazer loucuras, promete para mim que quando acontecer algo é para mim que você vai correr, não o ao contrário. — não consigo segurar as porra das lágrimas.

Merda.

— Juan... — me beija e depois olha nos meus olhos, aprecio aquela iris linda na minha frente com a maior intensidade — eu prometo.

Não ter ela nesse tempo me fez pensar em muitas coisas e a primeiras delas foi que eu não posso viver sem ela.

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