capítulo 18

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As coisas estão mudando entre a gente...


Lua
(20:46)

Eu subi para quarto e tomei um bom banho, lavei e sequei o cabelo, também hidratei todo meu corpo com um óleo de rosa mosqueta.

Eu já estava bem mais tranquila e raciocinava direito. Eu ainda não sabia o porquê do Marcus me procurar, talvez seja porque eu fugi.

Toc toc

Bateram na porta do meu quarto.

— Pecado está lá embaixo. — Julia avisava.

Merda!

— diz que não tô. — tarde mais, ele abre mais a porta.

— se escondendo de mim?

— não? — perguntei incerta — deveria?

— me diz você — engoli em seco.

Eu estava realmente fugindo dele, mas só agora reparei que ele estava sem camisa, mostrando todo o seu peitoral, a camisa estava pendurada no seu ombro e usava uma bermuda jeans preta.

No pé ele usava apenas uma havaiana, em seu pescoço sua correntinha e no pulso um relógio não muito grande.

— o que tá pegando? — me perguntava curioso.

— não é nada! — estávamos próximos demais. — achei que não precisávamos saber um da vida do outro.

Sai um pouco de perto do Juran e percebi que a Júlia já havia ido e a porta estava fechada.

— você, não precisa saber da minha vida, agora, eu quero saber da sua —se aproximou de novo e me analisou.

Lembrei que eu estava com uma camisa maior que eu, branca, ela vinha até a metade das minhas coxas. Também estava só de renda preta.

— mas eu não quero contar.

— eu mal sei de você — segurou minha cintura — a única coisa, que é o que todo mundo sabe, que é prima do gavião.

— e eu, que você é o dono do morro — ele revirou os olhos e eu me afastei.

Por que a curiosidade na minha vida?

— ok — ouvi ele suspirar, eu estava de costas analisando a janela do meu quarto.

— quando eu tinha 10 anos, dois policiais entraram na minha casa, procurando o meu pai — começou a fala e eu me virei para olhá-lo.

Pecado tinha a cabeça baixa e pensava nas próximas palavras.

— meu pai era um informante do morro, eu tinha uma irmã, ela chamava Mel. — pecado ainda olhava para baixo e estava sentado na cama.

— minha mãe estava na sala e meu pai no quarto brincando comigo e a Mel. Os policiais chegaram gritando e perguntando para minha mãe onde meu pai estava, no desespero ela disse que ele estava no quarto, os policiais chegaram metendo o pé na porta.

— minha irmã era mais velha que eu, tinha 15 anos, ela tirou uma Glock de baixo da cama e quando foi atirar os policiais foram mas rápidos, a bala acertou seu peito e ela caiu, me pai gritou tentando impedir e eu fiquei em choque sem saber o que fazer.

— Os policiais pegaram meu pai que chorava por causa da Mel, minha mãe chegou no quarto e quando viu a Mel, desmaiou. Depois de uns anos soube que meu pai avia sido morto na prisão. — pecado finalmente me olhou — por isso eu não consigo perdoar minha mãe e prefiro manter ela longe de mim.

Eu estava em choque com toda essa história, mas no momento eu só queria servi de consolo para ele, cheguei perto dele e o abracei.

Sua respiração que antes estava pesada, agora normalizou.

— eu sinto muito — depositei um selinho em seus lábios que retribuiu logo em seguida. — eu já morei com um cara que me arrependo e aconteceram coisas da qual eu não gosto de lembrar — abaixei o olhar.

— tá suave, conta quando achar que pode, mas quero que confie em mim — sorriu e eu fiz o mesmo.

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