Débora Escobar
Depois da aula, volto para casa, acompanhada de Hellen, Bruce ia de moto pra casa, e pra não me deixar andando sozinha a noite, ela me acompanha. Sempre que chego perto de casa, meu coração dispara e meu corpo treme.
-Tem alguma coisa que você queira me contar?Estou te achando muito tensa.-Hellen percebe meu nervosismo.
-Não. É só o frio, não se preocupe.
-Sei. O Enrique tá mexendo com você? Ou tentando alguma coisa com você?
-Hellen, já disse que não tá acontecendo nada! E não quero mais falar sobre isso!-Respondo grosseiramente.
-Nossa...você nunca foi grossa comigo.-Ela respira fundo.-Eu não vou te pressionar a nada. Mas se você quiser desabafar, eu sempre vou estar aqui.
-Desculpa, amiga.-Fico sem palavras, mas não revelo o motivo da minha irritabilidade.-A gente se vê no trabalho, tá?
-Tá bom. Até amanhã, Debrinha.-Hellen me abraça forte. Sou tão grata por tê-la como amiga, acho que nenhuma outra pessoa aguentaria minhas alterações de humor. Assim que nos despedimos eu entro em casa, Enrique tinha bebido um pouco, e já veio querendo pagar de valentão.
-Onde você estava?!-Pergunta se levantando do sofá.
-Eu não avisei pra vocês que ia começar um curso? Vou chegar nesse horário em casa a partir de agora.
-Ah é?! A casa não se limpa sozinha, e aí, como vai ser??
-Em outras palavras, não vai ter mais a mim como sua empregada. Né?
-Hahahahahahaha. Você e seu irmão não fazem porra nenhuma! E esse cursinho é só um pretexto pra fugir das tarefas, mas isso não vai ficar assim!
-Não fala merda do meu irmão!-Aponto o dedo na cara dele.-Ele sempre me ajuda a lavar, passar e cozinhar, aliás, ele faz mais coisas que a nossa própria mãe. Então não fala o que você não sabe, você não tá aqui pra ver...
-Tira esse dedo da minha cara!-Ele joga minha mão com força.
-Você não vai mandar em mim! Eu aponto o dedo pra onde eu quiser!-Enrique desfere um tapa em meu rosto, com tanta força que eu acabo caindo no sofá.
-Vou ensinar você a me respeitar.-Ele tira o cinto de sua calça para mais uma sessão de surras.
-Para!-Murilo sai de seu quarto gritando para me ajudar.-Você não vai bater nela de novo!-Ele empurra Enrique, mas não consegue derrubá-lo.
-Tá bom espertinho, então você apanha no lugar dela.
-Não!!-Eu grito ao ver meu irmão apanhar com o cinto. Vou pra cima do meu padrasto para tentar defendê-lo mas também levo a pior, como sempre.
A cada dia que passa as coisas iam piorando. O que antes eram discussões acaloradas com gritos ecoando pela casa, passaram a se tornar agressões físicas, onde eu apanhava com cinto, era ameaçada, e Enrique ainda dizia que eu tinha que aturar tudo aquilo, porque eu não tinha ninguém na América, não tinha onde cair morta, nem pra onde ir.
Não satisfeito em ser rígido e autoritário comigo, ele também passou a estender essa ira desmotivada ao meu irmão mais novo, tornando a vida dele praticamente um dia a dia de tortura. E minha mãe nunca fez nada para impedí-lo. Sim, ela era conivente com tudo que acontecia, nunca fez porra nenhuma pra ajudar a gente.
Todos os dias Enrique chegava em casa e queria uma casa impecável, roupas lavadas e comida pronta na mesa. Quando a gente esquecia de fazer alguma coisa, ele nos impedia de comer o nosso jantar ou nos deixava sem internet.
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Além de Um Professor
FanficMichael Jackson, de 29 anos, é um professor recém-contratado para dar aulas em uma rede de curso técnico. Em sua primeira turma, ele se apaixona por Debbie Escobar, uma jovem brasileira de 20 anos. Seu passado é cheio de dúvidas e mistérios acerca d...