Capítulo 19 💜🌹

28 1 6
                                    

Cassandra Escobar

2001

Goiás, Brasil

-Para! Você tá me fazendo passar vergonha!-Minha cunhada chacoalhava a minha pequena sobrinha , a Débora, do lado de fora da sala de velório. Sou obrigada a intervir! Quem ela pensa que é?!

-Marta! Que isso?? O que tá acontecendo?!

-Essa menina não para de chorar, está me envergonhando!-Nossa senhora da bicicletinha sem freio, me ajuda a ter serenidade pra não sentar o tapa nessa mizerenta.

-Mas é claro que ela tá chorando, o pai dela morreu! Qual é o seu problema?? Vem Dedé, a tia fica com você.

Eu pego minha sobrinha no colo e dou um abraço tentando consolá-la, ao mesmo tempo que não conseguia consolar a mim mesma. Meu irmão não merecia ser morto dessa forma, com apenas 30 anos. Não sei como será minha vida daqui pra frente sem aquele que era responsável por trazer alegria à nossa família.

Nunca gostei dessa Marta, e depois das atitudes dela no funeral do Sérgio, comecei a desconfiar. Ela saiu por várias vezes do velório, não conseguia ficar próxima do caixão, evitava abraços e condolências. Só uma pessoa estava ao lado dela o tempo todo: o caseiro da fazenda do Sérgio, chamado Enrique Lovatelli, um homem norte-americano que meu irmão ajudou com trabalho e estadia.

Meu irmão chegou a confessar para mim o quanto ele estava insatisfeito com a presença desse homem na fazenda, e que estava prestes a expulsá-lo de lá, Marta sempre saía em defesa desse lixo. Isso só fazia as brigas entre o casal ficarem mais frequentes. E é exatamente isso que está martelando na minha cabeça. O caso foi dado como latrocínio, mas que raio de latrocínio é esse que nada é roubado? Pra mim ele foi executado a mando de alguém. E eu já tinha dois suspeitos ali na minha frente. Porém, eu não posso acusar ninguém sem ter provas. Mas por amor aos meus dois sobrinhos eu vou até o inferno se for preciso para saber quem é o responsável por ter disgraçado a nossa família!

Débora Escobar

2015

Santa Bárbara, Califórnia

-Já sabe, né? Se der a louca no Enrique e ele vier me procurar, você me manda "general a caminho".

-Aiaiai Debbie...a última vez que você saiu com ele pra jantar o Enrique invadiu minha casa.

-Hellen, ele e a mamãe saíram, não tem como dar errado. Mas por via das dúvidas, me mande mensagem. Só quero ter um momento a sós com o Michael. Eu sinto que hoje vai ser a melhor noite da minha vida!

-Que assim seja.-Ouvimos uma buzinha conhecida por nós, olhamos pela janela e constatamos ser o carro do Michael.-Ele chegou amiga!

-Eu tô bonita?

-Tá sim! Maravilhosa. Boa sorte e bom apetite!-Hellen brinca com o meu cabelo e abre a porta para mim.

-Tchau, Hellen!-Terminamos de nos despedir e ando tranquilamente até o carro de Michael. Abro a porta do lado do passageiro, mas para o meu espanto, não era Michael.-Jermaine?? O que está fazendo aqui?

-Meu irmão pediu que eu te buscasse. Entra aí, gata.

-Tá...-Entro desanimada. Não gostei muito desse irmão do Michael, ele é estranho e atirado. Ele me come com os olhos enquanto eu coloco o cinto de segurança.

-Tá linda hein, bebê.

-Não me chame assim.-Respondo curta e grossa.

-Que isso, linda. Não seja assim.-Enquanto ele dirige, eu foco o olhar para a frente. Evito fazer contato visual com ele.-A quanto tempo você e o Mike namoram?

Além de Um ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora