Capítulo 22 💜🌹

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Débora Escobar

Sentada no gramado do parque, encosto minha cabeça no braço do Michael, eu poderia ficar aqui por horas. Amo sua companhia, sua voz, sua risada, e principalmente seu cheiro de baunilha, me traz uma sensação de paz imensa, uma energia muito boa!

Danny estava com seu violão cantando algumas coisas em italiano e inglês, Rebecca estava ao lado dele, se acabando no pé-de-moleque que Michael trouxe para o nosso piquenique. Ela aceitou vir para o piquenique assim que eu citei a presença de Danny , era nítido o interesse recíproco dos dois.

-O que acha de jogarmos futebol americano?-Pergunta Michael, todo animado.

-Eu topo! Vamos Danny?-Becca agarra o braço de Danny no momento desse pedido, e quando se dá conta do que fez, solta seu braço rapidamente, abaixando um pouco a cabeça. Ela era muito pura e tímida, eu diria até que ela tinha um certo receio depois do trauma que ela vivenciou com o ex-namorado.

-Vamos lá, estou a fim de dar uma lição em Jackson.

-É o que veremos, Nucci. Vamos.-Michael me convida para jogar.

-Pode ir, não curto muito essas coisas. Vou torcer por você.-Dou um beijo suave nos lábios dele antes que ele se levantasse.

Observo o trio se afastar, invejo muito a felicidade deles, eu não tinha a mesma energia e vontade de sorrir...os poucos tempos felizes que tenho são justamente quando estou perto dessa galera. Inclino meu corpo para pegar o violão de Danny, aprendi a tocar com o namorado da minha tia Cassandra, quando ainda era muito nova, ainda no Brasil. Toco alguns acordes pensando em algumas modas sertanejas, que eu adoro cantar. Não sei tocar nenhuma música em inglês, os gringos que lutem.

Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Prá você quero contar
O meu sofrer e a minha dor

Eu sou como um sabiá
Que quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está

Nesta viola canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira-chão
Todo cheio de buracos
Onde a lua faz clarão...

-Com licença, senhorita.-Um homem se aproxima enquanto eu toco. Paro imediatamente o que estava fazendo e o encaro. Me assustei. Ele era alto, muito alto. Provavelmente media 1,90. Era loiro e aparentava ter menos de 30 anos. Sua mandíbula era quadrada, e sua voz era muito forte.-Meu nome é Henry Myers, sou produtor publicitário. Fiquei observando você cantar e pensei que...você poderia fazer um teste para gravar um comercial de televisão.

-Desculpa, é...-Coloco alguns fios de cabelo atrás da orelha, sempre faço isso quando estou tímida com algo.-Você quer que eu...

-Sim. A sua beleza é simples, mas é algo que chama muito a atenção. Pegue.-Ele me entrega seu cartão de visita.-Se aceitar a proposta, me mande mensagem, e eu te passo o texto para você ler.

-Tudo bem. Muito obrigado, senhor Myers.

-Disponha, foi um prazer falar com a senhorita...

-Pode me chamar de Debbie.

-Ok, Debbie. Até mais.-Ele de retira, e eu o observo ir embora. Incrível a estatura desse homem, tão imponente!

-Quem era?-Michael chega perto de mim.-O que estavam conversando?-Estou sentindo uma pontada de ciúmes vinda dele.

-Era um produtor querendo me oferecer trabalho na TV. Deixou até o número dele comigo.

-Aham.-Ele bebe um pouco de água.

-O que foi?

-Nada. Só observo o seu fã-clube.

-Ah fala sério, está com ciúmes?-Indago em um tom humorado.

-Não, imagina. É que eu não tenho aqueles braços musculosos, olha só pra mim. Estou me sentindo a capa do Batman lembrando daquele índividuo.-Não me aguentei, comecei a rir.-Tá rindo do quê? Eu estou triste agora.-Diz fazendo drama.

-Você fica tão fofo com ciúmes!-Respondo ainda rindo.

-Você também vai ficar fofa quando eu te fazer umas cócegas.

Ele tenta me pegar, mas eu consigo desviar. Nós dois começamos a correr pelo campo feito duas crianças brincando de pega-pega. Nunca me senti tão feliz! Nós continuamos a correr por algum tempo, até ele conseguir me alcançar, acabo caindo junto com ele em uma parte de flores altas, onde sou atacada com cócegas.

-Para!-Grito ao mesmo tempo que dou gargalhadas.

-Me faça parar.-Ele responde também gargalhando. Michael tinha uma criança interna dentro dele, e isso era uma das coisas que eu amava nele!

-Tudo bem.-Eu saio debaixo dele e o empurro, ficando por cima dele.-Fique sabendo que eu também não gosto de você com a professora Yasmin, sabia?

-Mas ela é só uma amiga, meu amor.-Ele acaricia meu rosto com os nós dos dedos.-Você que é a mulher que eu amo, é a minha fadinha! Não te troco por nenhuma mulher nesse mundo.

-Só pela Tatiana Thumbzten, não é?

-Como sabe da Tatiana?-Michael estava surpreso, realmente ele nunca me contou sobre o caso dele com a garota, que é uma modelo, muito linda por sinal. Mas acabei sabendo por uma fonte confiável.

-Danny Nucci me contou.-Respondo dando um sorriso sem mostrar os dentes, não estava com ciúmes, pra mim passado é passado.

-Danny fala demais, não é? Pensa num italiano fofoqueiro.-Revira os olhos.-Bom, não quero falar desse moleque agora. Eu só quero saber quando você vai me dar um beijo mesmo.

Eu nem respondo, tomo a iniciativa e aproximo meus lábios aos dele. Seu hálito de menta sempre me deixa inebriada. Logo estávamos em um beijo intenso, paramos apenas para respirar, e logo retomamos. Ele logo rola na grama, ficando por cima de mim. A cada dia que estamos próximos, eu experimento sensações novas. Quando nossos corpos estão colados, é como se o resto do mundo não existisse, era tudo muito romântico, muito intenso...eu aproveito o máximo todo esse amor, carinho e cuidado, que dificilmente eu tenho dentro da minha própria casa. Michael era um anjo em minha vida!

Além de Um ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora