Débora Escobar
-O Bruce pode ficar com quem ele quiser. Tô cagando pra ele.-Hellen e eu conversávamos durante o expediente. Ela fingia estar tudo bem, mas a voz dela estava super embargada. Logo ela ia até o banheiro chorar, como já fez outras vezes.
-Não precisa esconder, eu sei que você sofre pelo Bruce. Você escondeu o seu amor de todo mundo, mas a mim você nunca enganou.
-E estou muito bem assim. Já pensou, se todo mundo soubesse? Conheço muito bem esses fofoqueiros, iam contar tudo pra ele. E eu ia sofrer dobrado, porque levaria um fora.-Hellen olha para cima tentando evitar que suas lágrimas caíssem.
-Tem milhões de pessoas nesse mundão. Pra quê sofrer por alguém que não te quer? Aproveita essas férias e faz um dia de beleza, passa aquele batom vermelho e vai pra balada, vai conhecer gente nova! Tem noção do quão atraente e inteligente você é?!-A porta do restaurante se abre, e quem estava entrando era o nosso professor.-Ah meu Deus, é o Michael.
-Todo seu.-Ela me dá o bloco de notas e a caneta.
-Te odeio.-Resmungo pegando os dois itens e saindo do balcão, em direção à mesa dele.-Olá...o que vai querer?
-Suco de melancia.-Ele abre um enorme sorriso.-Você está bem?
-Sim! E você? Pensei que professores curtiam viajar nas férias em vez de frequentar o mesmo restaurante de sempre.
-E eu vou viajar. Mas não agora. Está livre depois do expediente?-Antes de responder, olho para Hellen, que faz um sinal para que eu respondesse com um "sim".
-Estou sim.-Sei que eu ia ter que dar uma boa desculpa para o "general Enrique", mas que se dane. Eu que não perderia essa chance!-Eu saio no horário de sempre. Vou buscar seu suco.
-Ok.-Sorrimos um para o outro. Vou imediatamente preparar seu suco. Acho que ele só pediu qualquer coisa para ter um pretexto de vir ao restaurante me ver, ou eu estou enganada?
(...)
Michael e eu fomos até uma cafeteria próxima. Como agora tenho as noites livres, diria a minha mãe que estava fazendo hora extra. Eu amava estar perto dele, a energia que ele me transmitia era super leve!
-Hellen estava um pouco triste, o que ela tinha?
-Dor de amor não correspondido.-Respondo em um tom bem-humorado enquanto mexia meu capuccino.
-É o Danny, não é?
-Não!-Solto uma risada quase espalhafatosa.-Não posso falar quem é, senão ela me bate. Por falar em Danny...como ele está?
-Danny está indo para a Itália visitar a família dele.
-Legal, eu também queria ir para o Brasil ver meus parentes paternos. Sinto tanta saudade...-Meu sorriso se desfaz ao lembrar da minha tia e avó paterna.
-Por que não vai visitá-los? Está de férias!
-É complicado...eu não os vejo a muitos anos, minha mãe cortou os laços com eles assim que chegamos aqui. Ela impediu até mesmo o contato do Murilo com a nossa tia, esse menino era o xodó da vida dela. Não quero nem imaginar como ela está. Mas enfim...
-Mas o que é isso??-Michael passa seus dedos em meu pescoço enquanto eu fazia um coque no cabelo, estava com alguns hematomas provocados por Enrique nesse último final de semana.
-Isso? Eu tropecei no chão molhado quando faxinei meu quarto, e bati na cabeceira da cama. Quase fui parar no hospital.
-Ooh...tenha mais cuidado. Não quero que se machuque.-Sinto ele acariciar minha nuca com seus dedos.
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Além de Um Professor
FanficMichael Jackson, de 29 anos, é um professor recém-contratado para dar aulas em uma rede de curso técnico. Em sua primeira turma, ele se apaixona por Debbie Escobar, uma jovem brasileira de 20 anos. Seu passado é cheio de dúvidas e mistérios acerca d...