06| quebrando regras

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━━ Você tem merda na cabeça? ━━ indago, uma raiva pura embrulha meu estômago

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━━ Você tem merda na cabeça? ━━ indago, uma raiva pura embrulha meu estômago.

Do parapeito da sacada do meu quarto vejo a tela caindo no chafariz, não preciso descer para saber que já era, pois a água cristalina ganha uma cor bizarra das tintas diluídas.

Dói alegar que minhas amigas estavam certas, e dói ainda mais as coisas que Margareth fez para comprovar. Além de me impedir de expor minhas telas, ela fez questão de jogar uma delas pela janela.

Ela não me responde, pelo contrário, aos passos lentos vai até a porta e sai.

Agarro o pingente de lua. O aperto tanto que o metal começa a ferir minha pele. Sou atraída ás pinturas pendidas na parede de um verde-oliva. E lentamente o medo se torna a pior dos sentimentos que um ser pode alimentar: raiva.

Se eu quiser fazer algo acontecer, agradar minha mãe não entrará no meio.

Sou surpreendida quando a porta é aberta mais uma vez.

━━ Já que não almoçou, mandei a cozinheira preparar um lanche pra você. Coma antes de irmos pra academia.

Os cantos dos meus lábios se erguem, me traindo. Dane-se que não acredita em meus sonhos. Ela se importa comigo. Agora me arrependo de por um segundo ter desejado ir contra ela.

E suas palavras finais assassinam o grão de esperança que havia renascido.

━━ Não quero que desmaie e achem que eu sou descuidada. Você não é idiota de tentar me prejudicar.

E com isto sai deixando-me ali, desolada e boquiaberta.

Por que eu sou tão patética?

Meus olhos ardem, ao mesmo tempo um soluço sobe pela minha garganta. E o que parecia um sonho bobo das meninas, pondero se não vale a pena por em prática.

Ficar em cima do muro não vai adiantar, preciso escolher. E tudo que me pediu pra não fazer, parece uma boa alternativa. Pego meu celular e aperto um dos inúmeros contatos agendados, não tarda para que eu seja atendida.

━━ Oi Fayola, é a Ayla ━━ digo com doçura.

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