21. Ele comprou-me lingerie's?!

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Nihara Vitti

Gritos desesperados rasgam o silêncio do quarto, enquanto o meu corpo se contorce em agonia durante o sono. O suor escorre pela minha testa, encharcando os lençóis. De repente, uma figura sinistra emerge, sinto pavor e impotência quando ele se aproxima lentamente.

Tento fugir, gritar, lutar, mas estou paralisada. As suas mãos nojentas e frias tocam a minha pele exposta, me causando náuseas. Grito, mais alto ainda tentando-me sobrepor a música que ecoa, implorando peço:

"Não, não, larga-me por favor, não faça isso..."

Sinto o meu corpo sendo sacudido, e uma voz ao fundo gritando pelo meu nome.

—  Nihara, tudo bem. Está tudo bem. Já passou você está segura agora. Foi um pesadelo.

Ele aperta-me entre os seus braços, sinto-o acariciando os meus cabelos tentando acalmar-me. Uma lágrima solitária cai do meu rosto e molha o seu ombro num.

— Onde estou? — Tobias encara-me, os seus olhos a refletem pesar e algo mas que nãosei decifrar. Ela levanta lentamente as suas mãos e posa-as em cada lado do meu rosto.

— Eu daria tudo para que isso não tivesse acontecido. Eu... —  ele abaixa a cabeça, os seus ombros tremem, ouço-o fungar.

Ele está a sofrer por mim?

Dou um suspiro, e ergo o seu rosto, os seus olhos estão num tom de verde-escuro. Abraço-o, um braço reconfortante. Caloroso. Protetor, a quentura do seu corpo acalma-me, me dá a sensação de segurança e pertencimento.

Abro os olhos de sobressalto, lembrando da minha promessa, afasto-me relutante. Queria dormir nos seus braços forte, mas não posso. Não devo.

— Que horas são? — pergunto já me levantando. — Eu preciso ir antes que a sua mãe fareje-me aqui.

— São três da manhã e, não se preocupe, a minha mãe está longe, estamos no meu apartamento.

Paro relaxando os ombros e encaro-o, serena.

— Eu... nem te agradeci por ter-me salvado das mãos daq...

— Por favor, não me agradeça, queria ter chegado antes dele ter-te tocado - ele chega perto de mim e acaricia o meu rosto de forma delicada. A sua expressão está mais relaxada. Sorrio vendo ele se afastar em direção à porta do quarto. -Vamos, vou preparar alguma coisa para comeres.

Antes de segui-lo até a cozinha peço-lhe para tomar um banho.
Tobias, emprestou-me uma camisa que a mim fica um vestido, e finalmente vejo-me livre dessas roupas manchadas.

Ele disse que após tanto chorar cai no sono e não quis acordar-me e deito-me ainda vestida.

Chego a cozinha e o cheiro toma conta do meu olfato, omelete; aproximo-me mais, a tempo de vê-lo pondo quatro fatias de queijo na frigideira.

Ele não me nota, e fico aqui a entrada do cómodo admirando o seu porte físico, seus ombros largos, seus músculos bem definidos, queria ter visão raio-x, para poder olhar além das calças de moletom que ele usa. Meu Deus, o que estou a pensar?! Maneio a cabeça, afugentando este pensamento impuro.

— Oi, — diz ao se virar e posar na ilha o copo contendo um líquido lilás.

— Você fez omelete! — Afirmo dando passos na sua direção.

Ele sorri, balaçando a cabeça.

— E fiz também o seu sumo favorito, uva com limão. Isso é o mais rápido que posso fazer a essa hora.

NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora