Capítulo 1: Boas novas

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Saint Luna, 12 de agosto de 2021
Quinta-feira - 06:25 A.M.

Meu corpo ainda consegue sentir o calor do seu toque

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Meu corpo ainda consegue sentir o calor do seu toque. Todas as noites Noah invade meus sonhos, tornando-se uma alma presa ao meu subconsciente. Seu cheiro familiar traz uma sensação nostálgica e um sentimento de dor e conforto, trabalhando em uníssono rumo ao meu sofrimento e à saudade.

Ele sempre estava ali. Parado, me observando com aqueles olhos acinzentados, mergulhado em sonhos, inventando nosso futuro perfeito que um dia deixou de existir. Todos os dias nos encontramos neste mesmo lugar, no mesmo sonho, pois nem a morte é capaz de nos limitar a um fim definitivo.

É duro acordar e encarar a realidade. Ele não está mais aqui, e eu sou obrigada a encarar essa dor e esse vazio constante, fingindo que a vida continua e me forçando a acreditar que tudo vai ficar bem.

Tudo passa.

Acordo suando frio e com as palpitações aceleradas. Desligo o despertador do celular e encaro o teto por alguns segundos. Aos poucos consigo me recompor e levantar da cama, sentindo meu corpo se arrastar até o banheiro. Inicio a manhã com um banho gelado, e logo volto para o meu quarto. Visto o meu vestido branco, com decorações delicadas de laços rosas desenhados. Ajeito meus cabelos loiros e um penteado, semelhante à uma princesa da Disney e passo uma leve maquiagem no rosto. Essa era minha rotina diária antes de ir para a escola.

Normalmente, Adrian, meu irmão mais velho, me dá uma carona até o colégio antes de ir trabalhar, mas hoje não o vejo em casa. O único que vejo presente é meu pai, que me cumprimenta com um beijo na testa assim que passo pela entrada principal.

— Bom dia, filha! Tenha uma boa aula! — Ele sorri para mim e eu sorrio de volta, antes de sair pelo portão.

Não me dou o trabalho de perguntar onde Adrian está, então apenas mando uma rápida mensagem para Vincent passar aqui em casa, já que era praticamente o mesmo caminho. O dia estava ensolarado, mas com uma leve brisa gelada batendo contra meu corpo. Os pássaros cantam alegremente no céu e o cheiro de café fresco saindo do Lunar Coffee, uma cafeteria aqui perto, faz meu estômago revirar de fome.

Não demora mais de cinco minutos até Vincent virar a esquina com seu fusca vermelho esfarrapado, o qual ele chama de carro. Meu carro estava no conserto há alguns dias devido a uma batida na estrada com um poste, graças a um grupo de alces que eu desviei na pressa. Não foi muito grave, mas o suficiente para fazer um belo estrago na parte frontal do carro.

— E aí, princesa. Quer dizer, plebeia no momento. — Ele brinca comigo e eu tento abrir a porta do passageiro, mas aparentemente ela só abre pela frente.

Vince se inclina e abre para mim, então entro e me sento rapidamente. O cheiro de fumaça saindo quase me faz sufocar e diversos fios e caixas de papelão, com fragmentos de alumínio e aço preenchem toda a parte de trás do fusca.

A Maldição da Trívia - Uma história de "As Fases da Lua" [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora