— A Trívia pode estar em absolutamente qualquer lugar! O que faremos quando encontrarmos? — Kaylee questiona, andando um pouco mais a frente de Maya e eu.
— Dê uma olhada no ritual que achamos enquanto vocês estavam fora.
Maya entrega um pequeno caderno de capa dura para Kaylee, que folheira as páginas rapidamente.
Por mais que as coisas estivessem difíceis no momento, eu estava feliz. Depois da minha mente ter passado anos presa em uma realidade projetada pelo Nolen, saber que agora eu estou vivendo a vida real me causa alívio.
Além disso, temos Noah ao nosso lado. Ele estava vivo, e apesar de não lembrar da gente, era gratificante revê-lo. Talvez as coisas demorassem a voltar a ser como eram, ou talvez nunca volte. Mas, podemos tentar do início.
— E aí, como foi lá na realidade do Nolen? Além de claro, descobrirmos que a Kaylee deu uns pegas no Adrian. — Maya questiona e Kaylee não diz nada enquanto andava.
— Foi horrível. Parecia tudo tão perfeito, e mesmo assim foi ruim. O Nolen criou aquele lugar, mas ele acessou uma parte do meu inconsciente que fez a realidade projetar coisas que estavam bem escondidas. — Tento explicar, e Maya me olha confusa.
— Eu estava lá?
— Estava. Foi a única coisa que me fez não enlouquecer. — Admito. — Eu acho que também vi Cernunus lá.
— Cernunus? — Kaylee questiona. — Naquela realidade digital totalmente fora da natureza humana?
— Sim. Foi tipo uma mensagem de alerta, mas ele estava lá em sua perfeita forma.
Enquanto explorávamos a ilha, nós nos deparamos com uma vegetação densa que nos levou a um cemitério antigo e uma capela sombria, meio escondida entre as árvores. Maya, Kaylee e eu nos encaramos em alerta, e mesmo eu não sendo um bruxo como elas, sabia que as duas haviam sentido alguma energia maligna vindo daquele lugar.
Kaylee se aproximou cautelosamente, examinando as palavras desgastadas nas pedras sepulcrais enquanto Maya e eu a seguíamos. As lápides datavam de séculos atrás, algumas inclinadas e cobertas por musgo, testemunhas silenciosas do passado da ilha. Sabe-se lá quais histórias estes mortos levaram com eles para debaixo da terra.
— Essa ilha não é abandonada? Por que tem um cemitério aqui? — Maya questiona.
— Bom, tem o farol que vimos quando chegamos aqui. Talvez essa ilha tenha sido habitada em algum momento, ou usada para fins comerciais ou de exploração. — Sugiro, enquanto caminhamos até a capela.
Ao chegarmos à capela, cujas portas de madeira rangiam aos nossos passos, demos uma rápida olhada ao redor. A luz fraca revelava altares cobertos de poeira e bancos desgastados pelo tempo. Um odor de mofo e idade pairava no ar, mas também havia uma aura de sacralidade que nos fazia hesitar em perturbar o silêncio ancestral.
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A Maldição da Trívia - Uma história de "As Fases da Lua" [CONCLUÍDO]
FantasySaint Luna viveu em paz durante trinta anos. A Ordem das Bruxas estava mantida, o mal havia cessado e tudo estava em perfeita harmonia. Tudo saiu do eixo quando o Livro Primordial das Sombras foi roubado, e agora o caos se instalou novamente. Enquan...