Saint Luna, 04 de setembro de 2021
Sábado - 05:10 A.M.— É sério que iremos à uma missão em pleno sábado de manhã? — Kaylee pergunta indignada ao meu lado, enquanto ainda tentava despertar do sono.
— Pode dar tempo, levando em conta que ela sumiu ontem a noite. — Explico, terminando de vestir minha bota. — Por que Trívia escolhe locais aleatórios?
— Não são aleatórios. São locais com forte carga negativa. — Kaylee diz, prendo o cabelo em um rabo de cavalo. — O problema é que ela faz isso aqui em Saint Luna.
— O berço da magia. — Uso meu tom enfático e logo começo a caminhar para o carro de Kaylee.
O sol havia acabado de nascer. Não demorou muito para chegarmos no ponto, e antes de continuarmos, esperamos Maya e Dener. Assim que vimos o carro de Maya se aproximar do nosso, Kaylee logo voltou a dirigir. Levou cerca de uma hora e meia para chegarmos à ponta da colina, onde o carro não suportaria subir.
Hoje é o primeiro dia de Vincent na Artificial Paradise. Foi por esse motivo que Maya insistiu que não contássemos à ele sobre essa missão, pois Vincent precisava focar da investigação pessoal que faria na empresa. Ela estava certa, mas eu duvido muito que se ele descobrir nossa missão sem ele, não vá ficar chateado.
— Tem certeza que é confiável acreditar nas coordenadas da Lexie? — Maya questiona ao sair do seu carro e vem em nossa direção.
— É claro. Eu mesmo falei com o Kai, ele me contou tudo. — Dener diz enquanto se aproxima.
— Certo. Vamos tentar sermos os mais breves possíveis. Se a situação ficar muito complicada, vamos fugir. — Digo em um contexto óbvio, pois não serviríamos de nada se estivéssemos mortos.
A colina devia ter no mínimo 100m de altura, então presumo que chegaríamos no final em trinta minutos de caminhada. Era cercada de árvores que levavam diretamente à enorme floresta sweet, o caminho possuía uma trilha que estava lá há bastante tempo. Havia muito pedregulho e a subida não era tão estreita, mas mesmo assim, não deixava de ser perigosa.
Esperava que não encontrássemos Trívia ou não precisássemos lutar, mas de qualquer forma, eu estava ciente de que eram eventos os quais não daria para adiar. Passamos as últimas duas semanas treinando, e mesmo que eu não goste muito de lutas físicas, ainda era necessário aprender defesa básica. Eu não era boa com espadas, ou com arcos, ou com armas de fogo. Apesar disso, ainda tinha poderes, os quais aos poucos eu conseguia desenvolver.
Comecei curando plantas mortas, depois, ajudando animais pequenos doentes. Além disso, fizemos alguns feitiços de força para os deuses, mesmo sabendo que Hécate não nos ouviria. No entanto, sabíamos que ela não era a única Deusa presente na nossa religião. Por sermos do panteão grego, nossa devoção era à forma grega de Hécate, que era a representação da Deusa Mãe, mas por também fazermos parte da Wicca tradicional, adoramos também ao Cernunus, deus dos bosques, o rei do carvalho e do azevinho e senhor das matas.
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A Maldição da Trívia - Uma história de "As Fases da Lua" [CONCLUÍDO]
FantasíaSaint Luna viveu em paz durante trinta anos. A Ordem das Bruxas estava mantida, o mal havia cessado e tudo estava em perfeita harmonia. Tudo saiu do eixo quando o Livro Primordial das Sombras foi roubado, e agora o caos se instalou novamente. Enquan...