36-Desconfiança p.2

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Muitas pessoas dizem: " O que acontece no passado fica no passado.O que passou já passou e a vida continua."
Mas há certas situações da vida que o passado vem à tona. Um objeto, uma foto, uma pessoa... Qualquer coisa pode trazer de volta à vida uma lembrança de uma certa coisa, momento ou pessoa que você gostaria de esquecer para sempre; infelizmente as lembranças ruins também retornam. Na verdade, as piores lembranças são as que mais ressuscitam em nossa mente quando se tem um gatilho que as reacendem dentro da gente e acaba com todo nosso brilho e felicidade. Cabe a nós mesmos não nos deixar abalar por qualquer coisa que nos tirem a paz. O problema é que talvez a lembrança e/ou a situação é tão grave e alarmante, que nem todo mundo consegue suportar o peso do quão doloroso e indescritível isso pode ser.

Não tem hora para isso acontecer. Você pode estar vivendo um dia maravilhoso, ou um não tão bom, como o meu está sendo hoje, por exemplo. Porém...

Nada é tão ruim que não possa piorar.


*ೃ༄

-

Uma criança! É isso que ele parece! -Digo andando de um lado pro outro. -Ele não tem maturidade nenhuma. Depois o Lance que é o riquinho mimado, mas quem é mimadinho é ele, parece que não consegue ouvir um não! -Me jogo no sofá com as mãos no rosto e respirando fundo.

-Linda... Se acalma, por favor.

Depois da discussão que tive com Lando, fui andando de volta à Racing Point, no caminho avistei Charles, fui correndo até ele. Eu precisava conversar com alguém. Felizmente ele tinha um tempinho pra mim.
Mandei uma mensagem pra Lance e disse que não me senti muito bem e não poderia tomar café com ele, e provavelmente não ir na track walk, ele desconfiou e me questionou bastante, mas disse que mais tarde a gente se encontra e eu explico tudo. Mas eu realmente não estou bem.
Charles e eu estamos no motorhome em seu motorhome e eu estou há 10 minutos falando sem parar tudo que aconteceu e tudo que estou sentindo.

-Eu não consigo Charles. -Começo a chorar. -Eu não sei o que eu faço.

Ele suspira.

-Ai bambina... -Ele diz com um sotaque italiano fofo. -Eu não sei o que eu posso fazer pra te ajudar... -Ele se senta do meu lado e me abraça. -Pelo menos eu posso ouvir você quando precisar, te dar conselhos e te dar um abraço bem apertado. -Ele me abraça forte e retribuo.

-Acho que isso já é o suficiente pra mim... -Sorrio olhando pra ele.

-Já deu minha hora. Tenho que ir. Você vai ficar bem?

-Acho que vou sim.

Vamos em direção a saída e paramos do lado de fora e nos despedimos com um abraço rápido.

-Eu vou tentar te ajudar tá bem, vou ver se falo com ele.

-Não não, deixa, eu quero esperar pra ver o que ele vai fazer. Vou esperar pra ver até quanto tempo ele vai agir assim.

-Ok então... Até mais tarde.

-Até.


*ೃ༄


Me aproximo da porta, automaticamente sinto um arrepio na espinha, como sempre. Aquela maldita sensação de novo. Odeio isso.
Bato na porta.

-Pode entrar.

Sinto meu coração apertar.

-Com licença... -Entro na sala. -Disse para eu passar aqui.

•Lance Stroll- Impossible Love• (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora