Capitulo 7

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O relógio na parede marcava 8:10 da manhã. Odiava estar ali. A mulher de cabelos até o ombro a observava e anotava algo no caderno.

  - O que anda escrevendo se eu não disse nada ainda?- Wanda perguntou curiosa.

  - Não falar nada em 10 minutos que está aqui também fala muito sobre você, Wanda. - A doutora Parker disse. - Por que está aqui?

  - Porque o Bucky acha que conversar com você vai me fazer melhorar.

  - Ele seria?

  - Um amigo.

  - Vou quebrar o protocolo e dizer o que achei de você assim que entrou .- ela pega o caderno deixando de lado e olha atentamente para Wanda. - Seus olhos estão inchados e escuros, provavelmente chora todos os dias. Anda estressada também, tem alguns roxos espalhados pelos seus braços e pernas. Parece exausta, e não é pela gravidez. Wanda, o seu amigo conseguiu marcar essa consulta pagando o dobro só pra você ser atendida hoje. Por que não aproveita e conta sobre o que te trouxe aqui.

  - Steve, o pai do meu bebê, ele se foi no blip. Eu já perdi muitas pessoas que eu amava e não aguento conviver em um mundo onde ele não esteja. - disse limpando uma lágrima que escorreu pelo seu rosto.

  - Por que não começa me contando a importância que o Steve tem pra você.

                        {...}

  - E então, como foi?- Bucky perguntou assim que a viu sair da sala e ir até ele.

  - Não foi tão ruim. - disse caminhando para a saída junto dele. - Ela me deu um caderno.

  - Caderno? Pra que?- ele empurrou a porta, e saíram sentindo o vento gelado da Cidade.

  - Ela acha que se eu escrever as coisas que queria dizer pro Steve, vai aliviar a carga que tenho. Palavras dela, não minhas. - Wanda retirou da bolsa um chale, jogando por cima dos ombros. - Você perdeu dinheiro com uma baboseira. Não vou escrever num caderno.

  - Talvez fosse te ajudar. Está com frio?- Bucky passou o braço por cima do ombro dela, a trazendo pra mais perto.- O que acha de uma volta? Podemos tomar um café,ir no Shopping.

  - Eu não sei, queria ir pra casa.

  - Precisa comer, então vamos comer aqui e depois voltamos pra casa.

  - Sabe, acho que as vezes sinto falta de quando não falava comigo. Era bem mais legal.

  - Eu não acredito que disse isso!- se fez de ofendido. - É assim que me agradece por cuidar de você?

  - Estou brincando. Prefiro essa versão de você. Steve sempre dizia que você era um ótimo amigo, ele tinha razão.

  - Claro que tinha. Eu sou ótimo! - ele disse a fazendo sorrir, enquanto atravessavam a rua. - Podíamos começar pensar em nomes... em três meses ela vai estar aqui.

  - Já pensei em alguns.

  Eles chegaram na cafeteria. Ele puxou a cadeira pra ela se sentar e sentou de frente a ela.

  - Quais?

  - Gosto de Elizabeth, Mary, Lana... não sei, tem muitas opções.

  - Elizabeth. Poderíamos chamar de Lizzie. Eu acho bonito. Lizzie Maximoff.

  - Também gosto desse. - ela pega o cardápio e o observa. - Acha que ele ia gostar?

  - Do nome?

  - De ter uma filha. Acha que ele ia gostar de saber?

  - Sim. Ele sempre quis uma família. Só havia desistido da ideia, quando pensou que não ia encontrar alguém novamente. Até que ele encontrou você, Wanda. E quer saber? Você fez ele feliz.

  - Ele também me fez feliz. - ela sorriu e abaixou o cardápio. - Acho que já escolhi.

  - Tudo bem. Vou chamar a garçonete.

                        {...}

  Depois de darem uma volta no shopping, onde Bucky obrigou ela a comprar algo para a bebê, os dois voltaram pra casa. Wanda já ia novamente pro quarto, quando Bucky apareceu bloqueando a escada.

  - O que está fazendo?

  - Ainda são 3 da tarde. Não vai deitar agora.

  - Eu tô cansada, e se não viu meus pés estão enormes e inchados. Preciso por eles pro alto.

  - Nada de se trancar de novo. - ele coloca a mão nas costas dela e vai a guiando pra sala, onde agora já estava com tudo completo. - Vou colocar um filme pra gente ver, e ainda te faço uma massagem.

  - Bucky, não precisa. Eu não quero ver filme.

  Ele ignora ela e a põe sentada no sofá. Senta na outra ponta e coloca as pernas dela em cima do seu colo, retirando as sapatilhas.

  - Se não quer ver filme, tudo bem. Mas então vamos conversar.- ele começou a massagear os pés da ruiva, com cuidado pra não apertar muito.

- Sobre o que quer conversar?- ela o olhou desanimada.

  - Sobre o que você quiser. Que tal me falar como descobriu a gravidez. Foi por isso que foi embora?

  - Não. Eu só não me sentia bem no complexo. Fiquei um tempo em Londres, aluguei um quarto na casa de uma senhora que por coincidência era enfermeira. Passei mal algumas vezes e ela sugeriu a gravidez, fui até uma clínica, fiz exames e descobri.

  - O que pensou na hora?- ele parou de massagear um pé e foi pro outro.

  - Queria que fosse um engano, eu não saberia o que fazer. Na verdade, eu ainda não sei.

  - Precisamos montar o quarto pra ela. Ignorar o fato de estar grávida não vai fazer ela não chegar em 3 meses.

  - Não estou ignorando ela. Eu só...

  - Você quase não demonstra nada a respeito disso. - Bucky a olhou. - Tem que começar aceitar o fato de que agora é mãe. E quer saber? Tenho certeza que você vai se sair muito bem nisso.

  - Acha mesmo?

  - Sim, com certeza. -ele sorri pra ela.

  - Eu achei que teria gêmeos. Imaginei que seria assim, já que também sou gêmea.

  - Pra nossa sorte só vamos ter um bebê pra cuidar. No meu caso, dois né? Contando com você.

- Palhaço!- ela riu pegando uma almofada e jogando nele.

Desertores Part 2Onde histórias criam vida. Descubra agora