Capitulo 12

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Se sentia um grande idiota. Como deixou as coisas chegarem naquele nível? Por mais que sua vontade fosse ir e nem olhar pra trás, ele não poderia fazer isso. Pela primeira vez admitiu que amava Wanda. Nesses meses que se passaram ele havia sentido novamente o que já sentiu, mas preferiu deixar pra lá. Havia também a culpa de estar apaixonado pela namorada do melhor amigo, mesmo que ele estivesse morto. Mas de alguma forma ele já se imaginava junto dela, como um casal. Várias vezes se perdeu nos lábios dela, quando ela falava algo com ele. Ou pegava observando o sorriso dela quando estavam vendo algo na televisão. Mas ele tinha que beijar ela e estragar tudo!

- Mais uma dose, bonitão?- A loira de shorts curto e uma regata branca colada ao corpo, se debruçou no balcão. Ele fez que sim com a cabeça e ela lhe serviu mais uma dose de vodka. - Não prefere ficar com a garrafa? Já tomou metade dela mesmo.

- Pode deixar. - disse virando novamente o copo.

- O que houve? Parece tão nervoso.

- Fui expulso de casa.- pegou a garrafa e se serviu de mais uma dose. - Acredita nisso?

- Que maldade com um cara tão bonito como você. A esposa te pegou traindo?

- Não é minha esposa. Só a namorada do meu amigo, que por sinal, eu estou apaixonado. - A bebida fazia ele ficar com tanta vontade de falar. - Mas ele morreu.

- Acho que isso aí não vai resolver.

A loira vira de costas olhando as prateleiras e pega uma garrafa verde, deixando em frente a ele.

- O que é isso?

- Uma coisinha que eu apelidei de esquecer de tudo. Duas doses e você não vai nem lembrar o seu nome. Se estiver dirigindo me dá a chave do carro, eu chamo um táxi pra você.

- Um táxi? E pra onde eu iria? Não tenho mais casa!

- Eu moro bem perto daqui, pode vir comigo se quiser. Eu saiu às 16:00.- ela disse lhe lançando um sorriso malicioso.

- Me serve esse esquecer tudo.

     A loira sorriu e abriu a garrafa, enchendo o seu copo até a boca.

                 {...}

  Assim que abriu os olhos sentiu a luz em sua volta lhe dar dor de cabeça. Não reconheceu aquele teto com tinta verde descascando. Olhou pro lado e viu a loira do bar, nua e deitada confortavelmente com a cabeça apoiada no seu braço de vibranium. Se arrependeu na hora de ter saído de casa e ido beber. Nem ao menos se lembrava de ter chegado ali. Lentamente puxou o braço de baixo da mulher e levantou da cama. Alcançou sua cueca e foi se vestindo conforme encontrava as peças de roupas jogadas pelo quarto.

  - Vai sair assim? De fininho? - A voz da loira o fez se virar e olhar em direção a cama.

  - Eu não costumo fazer isso. - disse vestindo a camisa. - Sinto muito.

  - Não costuma o que? Pular a cerca?

  - São que horas?- ele ignorou a pergunta dela, indo até a janela e vendo que já estava escuro.- Eu deveria já estar em casa.

  - Wanda o nome dela né? Tem umas 10 chamadas perdidas. - A loira se levantou, e levou o celular até ele.

  - São oito da noite. Ela deve estar preocupada. - Ele diz apressadamente colocando o celular no bolso e a olha. - Me desculpe...

  - Suzy.

  - Me desculpe Suzy, eu tenho que ir.

  - Vai me ligar? Mandei uma mensagem pro seu celular. Pra você ter o meu. - ela se aproximou e lhe deu um beijo devagar.- Volte sempre que quiser, Bucky.

  Ele deu um leve sorriso e saiu do quarto. Depois de conseguir um táxi, que o deixou na frente de casa, ele se perguntava o que diria para Wanda, para explicar aquele seu sumisso. Quando fazia o caminho de pedras até a entrada da porta, escutou alguém correr atrás dele.

  - Ei, Bucky! Finalmente você chegou. Estávamos te ligando há horas. Onde estava? Quer dizer isso não importa. - Grace parecia nervosa. - Vocês não foram pro almoço, então eu vim ver se estava tudo bem. A porta estava destrancada, eu entrei e encontrei a Wanda desacordada.

   Depois disso Bucky não conseguia mais ouvir. Um zumbido em seu ouvido que poderia ser pelo que escutou ou pela bebida. Ele fechou e abriu os olhos algumas vezes, para se concentrar.

  - Onde ela está?

  - Mark a levou pro hospital. Vem, eu te levo até lá.

  Ele concordou e a seguiu.

                    {...}

  Andava de um lado para o outro no corredor enquanto aguardava o médico sair do quarto onde Wanda estava. Ele nem ao menos havia conseguido a ver ainda. Aquilo tudo era culpa dele, não deveria ter deixado ela sozinha, nem ter dito o que disse.

   - Peça um exame de sangue mais completo. - O médico ordenava pra enfermeira, até se aproximar de Bucky.- Você é o familiar da Wanda Maximoff?

  - Sim, doutor. Como ela está? E a bebê?

  - As duas estão bem. Wanda estava com a pressão muito baixa e pelo sintomas que ela disse sentir antes de desmaiar, teve um ataque de ansiedade. Ela faz uso de remédios?

  - Nenhum. Mas ela tem sessão com a terapeuta duas vezes na semana.

  - Passe o contato da médica pra enfermeira, vamos entrar em contato e avaliar melhor o quadro dela. A bebê está bem, mesmo com a queda. Imagino que ser filha de uma vingador ajudou muito. - O médico da um leve sorriso. - Essa noite ela vai ficar aqui em observação. Agora está melhor, ela fará mais alguns exames e provavelmente pela manhã, será liberada. Olha é importante evitar o estresse, os sete meses são os mais complicados para acidentes. Não queremos essa bebê antes do tempo.

  - Tudo bem, doutor. Eu posso ver ela?

  - Sim, não esqueça de passar os dados da terapeuta antes.

  - Tudo bem. Vou fazer isso.

Desertores Part 2Onde histórias criam vida. Descubra agora