Capítulo 13

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  Wanda estava deitada com um pijama de hospital, respirava lentamente com as mãos apoiadas na barriga, enquanto uma delas tinha o acesso pro soro que recebia na veia.

   Ele puxou a cadeira e se sentou ao lado da cama, alcançou a mão dela, o que a fez despertar.

  - Bucky... eu pensei que tivesse ido embora. - disse com a voz fraca.

  - Eu não fui e nem vou. Wanda, me desculpa pelas coisas horríveis que te falei. Eu não sei o que deu em mim.

  - Eu também te devo desculpas. Por ter surtado e pelo tapa.

  - Nem doeu.- ele disse em tom de brincadeira. Pegou a mão dela e levou até os lábios, dando um beijo. - Me desculpa ter deixado você assim. É minha culpa.

  - Sabe que isso não é verdade. Eu tô bem, nós duas estamos. O que importa agora é saber como a gente fica.

  - Wanda...

  - Eu sempre falei pra você ir embora. Mas por favor, não vai. Eu não quero ficar sozinha, não quero ficar sem você.

  - Eu não vou te deixar. Eu prometo.

  - Mas não vamos tocar naquele assunto de novo. Amo muito você pra correr o risco de te perder.

  Ele sorri e levanta, se inclinando para lhe dar um beijo na testa.

  - Eu não vou mais falar nada. Só uma coisa. Se um dia, não importa quanto tempo passe, você sentir que pode me amar, que pode ser feliz de novo, eu vou estar aqui. Eu vou te esperar, nem que seja pra sempre. Porquê você vale a pena qualquer espera.

  - E se isso nunca acontecer?

   - Não importa, eu vou continuar aqui.

  - Preciso colher sangue, Wanda. Tudo bem?- a enfermeira disse entrando no quarto. - O senhor vai ficar como acompanhado? Se for tem que preencher os papéis lá fora.

  - Volto em um minuto. - ele dá outro beijo na testa dela e se vira, saindo do quarto.

  - Ele fez quase um buraco no chão da recepção esperando pra poder ver você. Deve ser um ótimo marido.

  - Ele não é meu marido.

  - Se eu fosse você não deixava um homem desse solto por aí, ele é o assunto do momento na sala das enfermeiras.

   Wanda riu e virou o rosto pro lado contrário. Odiava agulhas.

  - Prontinho, já tirei. Vou trazer seu jantar. Prefere peixe ou frango?

  - Frango por favor.

  A enfermeira sai e mais uma vez Wanda se pega olhando pra aquele teto branco. O cheiro de hospital lhe trazia uma sensação estranha, um certo enjoo até. Observou Bucky entrar novamente no quarto e se sentar ao lado dela de novo.

  - Você está cheirando a bebida. - Notou quando ele se aproximou mais. - Onde você estava?

  - Em um bar bebendo.

  - O dia inteiro? Ainda bem que o soro não te deixa ficar tão bêbado.

  - Isso é.- ele disse visivelmente envergonhado.

  - Precisamos de um carro. - ele a olhou sem entender. - Pra quando chegar a hora. Natasha também te ensinou a dirigir não foi?

  - Podemos ver isso amanhã. Agora que tal me dizer como está se sentindo.

  - Estou bem, só com dor de cabeça. Mas já fui medicada pra isso.

  - Eu estava esperando ter que fazer um discurso pra você me deixar voltar. Aí a Grace apareceu e me contou o que houve, fiquei tão preocupado.

  - Mas estou bem. O que diria no seu discurso?- ela riu.

  - O quanto eu lamentava.

  - Você já disse isso.

  - E o quanto Lizzie tem sorte de ter você  como mãe. Eu não conheço ninguém mais forte do que você, Wanda.

  - É, eu deixaria você voltar com esse discurso. - ela sorri se ajeitando na cama.

                   {...}

  - Coloca os pés aqui. - Bucky colocou em frente o sofá um banco, ergueu as pernas dela e as colocou em cima. - O médico disse repouso absoluto.

  - Mas também não estou inválida.- ela sorriu se ajeitando no sofá. - Por que não senta aqui e agente vê televisão?

  - Nada disso. Vou preparar o seu café, o que quer?

  - O de sempre. Não precisa fazer nada de especial. - ela movimentou seus dedos em direção ao controle da televisão que estava longe dela e o agarrou, ligando o aparelho.

  - Amanhã você tem consulta com a doutora Parker. Tudo bem?- ele disse indo pra cozinha.

  - Tudo bem. - ela falou mais alto pra ele escutar.

  Alguns minutos depois e ele voltou com um prato com sanduíche de queijo e um copo de suco de laranja.

  - É pra comer tudo.

  Ela pega da mão dele e o observa pegar o celular que vibrava, e o guardar novamente.

  - O que foi? Desde o hospital você anda rejeitando ligações. Quem é?

  - Não é ninguém. Não se preocupe.

  - Tem falado com a Natasha?

   - Não, tem tempo que não falo com ela. - ele se sentiu ao seu lado. - Grace disse que mais tarde viria te ver.

  - Tenho que agradecer ela por ter me encontrado.

  - Você ficou assim por que brigamos? Eu não deveria ter te deixado sozinha.

  - Eu mandei você embora. E também não foi nada de tão sério pra você ficar se culpando. Eu estou bem.

  - Mesmo assim. Aquilo ontem foi horrível. Não pode se repetir.

  - E não vai. Se não me irritar de novo não vou ter que acertar sua cara. - disse em tom de brincadeira.

  - Eu poderia ter te impedido, mas não quis.

  - Vai acreditando nisso então, Bucky.

  Ela sorriu e deu um gole no suco.

Desertores Part 2Onde histórias criam vida. Descubra agora