capítulo 22

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O clube na verdade era um prédio de luxo em Midtown Manhattan, onde só era possível se chegar de carro. Isolado, tinha uma fonte onde um casal transava quase em frente e muitas árvores floridas no jardim. Cercada por seguranças, era exclusivo, somente para sócios, o que garantia o nome dos envolvidos e a segurança dos mesmos. Não recebia profissionais do sexo, apenas convidados dos sócios. Era uma maneira de evitar confusão e tornar o ambiente mais atraente aos participantes. Helena já era conhecida. Os seguranças a deixaram entrar sem pedir qualquer identificação. Sentia Clara  ao seu lado um tanto ansiosa, seus olhos arregalados. Sorriu ao imaginar como ficaria, pois ainda não tinha visto nada. O Clube Kama Sutra era um dos mais luxuosos e exclusivos e lá só entram casais ou sócios. Era um local de sexo, várias formas, desde swings a sadomasoquismo, ou sexo virtual, mas também com shows ao vivo e um com direito a restaurante e uma carta divina de vinhos e outras bebidas. Tinha de tudo que se pudesse imaginar em diversos ambientes, num verdadeiro labirinto com cantos escuros, sofazinhos espalhados e quartos privativos ou não. Clara  respirou fundo, na certa se preparando para o pior. Mas deram em um grande salão que mais parecia um restaurante, mais escuro, com mesas e cadeiras negras espalhadas, parede cor de vinho, lustres que espalhavam apenas uma luz dourada na penumbra. Pessoas se espalhavam por

Lá, bebiam, conversavam, a maioria formada por casais. Em duas paredes telões passavam clipes de músicas instrumentais e sensuais. Mas fora isso, não havia gente pelada ou transando ali. Tudo parecia quase... normal. Ela sussurrou:

- Nem parece um clube de sexo.

- São vários ambientes, Cla, fique calma, mas você ainda não viu nada. Aqui é só o salão de entrada, para beber e conversar. Ela concordou e o seguiu em silêncio, o que a fez

Se divertir. Pegaram um elevador e então deram em outro andar, com bar, mesinhas com cadeiras estofadas, e um palco com pole dance. Ali sim o ambiente era diferente, mais escuro, a música barulhenta, mais cheio. Casais dançavam uma música sensual na pista, muitos se agarrando, às vezes em trio ou em quatro. Vestiam-se com roupas de couro, napa, vinil, alguns com fantasias sexuais. Outros usavam roupas comuns, todas caras, aparentando riqueza e bom gosto. Havia homens e mulheres andando com chicotes nas mãos, máscaras, coleiras. Muitos estavam em estado de quase nudez. Não havia relação sexual, mas quase. Como um preparatório. E no palco, uma linda ruiva escultural e nua dançava no pole dance. Com os olhos arregalados, Clara  se deixou levar por Helena ali, olhando abismada em volta. O batuque quente da música parecia revolver algo dentro dela. Mesmo sem querer, seu corpo reagiu, sua respiração tornou-se mais rápida, se coração disparou. E então seguiram por outro corredor, que acabou virando um labirinto. Pessoas iam e vinham. E a cada virada que davam, vários cantos com cadeiras, sofazinhos, pufes podiam ser vistos. Neles as pessoas se entregavam a diversos tipos de carícias e posições sexuais. Outras ficavam espiando por treliças o que alguns faziam nos quartos adjacentes. Havia ainda algumas portas com seguranças e ela explicou baixo:

- São quartos privativos, onde outros não podem

Ver.
Ao chegarem ao fim do labirinto, puderam ver um grande quarto coletivo e escuro cheio de sofás, onde rolava de tudo. Pessoas se misturavam em diversas cenas sexuais e Clara  ficou realmente chocada com a realidade pura e bruta. Foi como entrar em algum cenário de inferno. As paredes negras, a luz difusa, os corpos nus ondulando, os gemidos. Os vários estágios de nudez e posições sexuals. Havia de tudo ali. Grupos de pernas e membros entrelaçados, pessoas que dançavam nuas no centro ou se acumulavam no chão. O ambiente foi dominando-a e ela podia sentir as labaredas que lambiam sua pele, o calor que vinha de dentro, a lascívia quente e voraz. Helena abraçou-a por trás e sussurrou em seu ouvido: - E então? Assustada?

- Um pouco.confessou.

- Relaxe. – Helena beljou suavemente seu pescoço e virou-a para si. – Dança comigo?

-Sim. A música tinha sussurros de mulher gemendo e uma batida lenta, mas contagiante. Quando Helena puxou-a para si, elas se olharam nos olhos e começaram a ondular no ritmo sensual, os corpos apenas se roçando, as mãos dela em suas costas. O coração de Clara  parecia saltar pela boca, sua pele ardia. Toda vergonha e confusão foram empurradas para o fundo de sua mente. Sem avaliar nada, só sentindo e se entregando, ela colou o corpo ao de Helena e deixou a boca a poucos centímetros de seu queixo. Apolou as mãos em sua cintura. E moveu o corpo sinuosamente contra o dela, sem nada a separá-las além da roupa. Por um momento esqueceu-se de tudo, dominadas pela mais pura luxúria, a música envolvendo-as como um manto, como se estivessem ali sozinhas, apenas um para a outra. Ela se entregou aos sentimentos violentos que tinha por Helena e ali se sentiu sensual, poderosa, livre. Não pensou ou se escondeu na timidez. Ouis tudo dela. Deslizou as mãos em seus seios, subiu pelos ombros. Assim como subiu os lábios por seu queixo e tocou-os suavemente nos dela, sussurrando rouca:

Belje-me, Helena .... Helena fitou-a com desejo. Amparou firmemente sua cabeça e beijou-a vorazmente, Clara  abriu os lábios e retribuiu, roçando a lingua na dela, tomando e dando, beijando-a com o mesmo desejo intenso. Sentiu o corpo pegar fogo. Além da luxúria e do amor por Helena que a devoravam, aquela música e aquele lugar pareciam deixar todos os seus terminais nervosos em alerta, a ponto de explodir. Agarrou-a e se entregou totalmente, maravilhada com seu gosto e cheiro, com sua pele, com tudo que ela a fazia sentir e que era mais do que qualquer coisa que já sentira na vida. Muito mais. Sem controle, as mãos de ambas percorriam seus corpos. Ondulavam juntos, se encaixavam se beljavam. Estava além de qualquer coisa, o mundo em volta totalmente esquecido. Foi quando uma

Mulher se encostou atrás de Helena , um homem atrás de Clara  e o homem ofereceu rouco: -Que tal uma farra em grupo? Vocês são muito quentes! Interrompidas, se afastaram um pouco e se fitaram com olhar pesado, escurecido de desejo. Helena olhou para o homem atrás de Clara  e disse baixo, mas em tom bruto:

Não. Tire as mãos dela.

-Opal-O homem se afastou na hora e ergueu as mãos, se desculpando.

-Foi mal. Venha, Victoria, Vamos procurar outros. Clara  olhou-a, um tanto confusa. Por fim Indagou:

Não disse que vinha para isso aqui? Por que tratou-os assim?

Geralmente nesses lugares fico entre pessoas que já conheço, Cla. Não com qualquer um. Entendeu?

-Acho que sim.

Venha, ela segurou sua mão e saíram dali, voltando ao salão onde havia o pole dance. Foi quando avistou Benjamin , o dono da boate e seu amigo. Ele estava sentado à uma mesa fumando charuto, um copo de uísque à sua frente, enquanto uma ruiva linda e esguia, seminua, sentava-se no chão aos seus pés, com a cabeça apoiada em seu joelho. Ele acariciava distraidamente seu cabelo, observando o movimento em volta.

- Helena ! – Benjamin  sorriu, animado ao vê-la. Era um homem robusto de trinta anos, alto, a roupa elegante parecia sempre fora de contexto com ele, cuja aparência bruta e tinha mania de falar com o charuto pendurado no canto da boca. – Que bom tê-la aqui, amiga! Sente-se. E quem é essa princesa com você? Helena sorriu, olhando para Clara . Ela lançou um olhar um tanto tímido a ele, mas fixou-o na ruiva submissa, com seios à mostra, aos pés dele. Pareceu ficar impressionada em ver uma mulher assim, o que divertiu e ao mesmo tempo

Excitou Helena . – Essa é a Clara  e esse é meu amigo e dono do clube, Benjamin .

- Bem vinda, querida. Já esteve aqui antes?

- Não, é a primeira vez.

- Sentem-se. E essa linda aqui é minha noiva, Anna, lembra-se dela, não é, Helena ? – Ele acariciou de novo os cabelos ruivos e longos dela, Helena ergueu os olhos, sorriu e abaixou-os de novo.

- Claro. Tudo bom, Anna? – Helena puxou uma cadeira para Clara  e depois se sentou ao lado dela.

-Sim, senhora. – Disse ela, obediente, quietinha em sua posição. Clara  não tirava os olhos verdes dela. O que diria se soubesse que, além de noiva e submissa, Anna fazia todas as vontades de Benjamin ? Ele a conhecera no clube e se encantara com seu desejo de ser escrava. Há pouco mais de um ano estavam juntos e Benjamin  adorava ser o dono dela. E vê-la com outras pessoas. Helena mesmo já transara com ela muitas vezes, em algumas das orgias em que participavam.

- Bom, vocês terem vindo. Já temos diversão garantida hoje à noite. Sabe como Anna fica feliz quando você vem aqui, não é? Meu bem, por que não vai até Helena e demonstra sua alegria?

-Sim, senhor. Ela ergueu-se sobre os joelhos,

Esguia, seus selos pequenos apontando para o alto, usando apenas uma calcinha rosa choque fio dental. Helena sabia o que ela faria e ficou imóvel. Somente virou um pouco o rosto para fitar Clara . Ela estava com os olhos arregalados, vendo a ruiva vir de joelhos até ela e subir seu vestido. Então a fitou rapidamente e era óbvio o susto e o ciúme em seu olhar. Helena manteve os olhos nos dela, como se a desafiasse a contrariá-la. Mas Clara  não o fez. Quieta, tornou a olhar para Anna, que chupava e lambía o membro de Helena docemente. Foi interessante observar os sentimentos no rosto expressivo de Clara , a mistura de excitação, ciúme, confusão. Estava tensa, suas mãos apertavam os braços da cadeira, os nós brancos. Anna chupou forte, deixando completamente dura, Benjamin  fumou seu charuto, sorriu e elogiou-a:

- Já viu gata mais linda que essa, minha Helena ? Desculpe só a sua Clara  pode ser comparada a minha Anna. -E então fitou Clara , cerrando os olhos um pouco pela fumaça.

- Quer vir aqui, meu bem? Ela fez que não com a cabeça e olhou rapidamente para Helena , estava realmente assustada. Enquanto Anna continuava massageando o membro de Helena , ela segurou a mão de Clara  e disse a Benjamin :

-Ela é nova nisso. Está começando. -Hum, que interessante. – Ele concordou,

Olhando-a de cima embaixo. – Podemos nos divertir juntos. Aposto que vai gostar, menina. -Helena ... -Clara  retrocedia claramente em sua promessa de fazer suas vontades, mergulhar no mundo dela. Mas por algum motivo, Helena não queria que ela fosse. Queria que estivesse ali, com ela.

- Eu avisei você, Cla. Quer desistir? Olhou novamente para a moça chupando-a, agoniada. O ciúme era tão óbvio, assim como a indecisão, que Helena sentiu-se mais ligado a ela. Mas sabia que sua vida era aquilo e se Clara  queria continuar nela, teria que romper aquele tabu e entrar. Assim, acabou sendo até fria: - Se quiser, a levo embora. Sabe o que combinamos. Ela concordou. Era tudo ou nada. Por fim, disse baixo: - Vou ficar. Nós acabamos indo para um dos quartos do clube, com uma cama enorme que dava para umas cinco pessoas. Havia treliças e furos estratégicos nas paredes, por onde as pessoas que passavam pelo lado de fora poderiam observá-los sem serem vistas. Mal chegamos, Anna e Benjamin  foram para a cama, ela despindo-o ansiosa, ele fumando seu charuto, satisfeito. Eu não sabia o que fazer confusa, lutando comigo mesma, mas Helena nem me deu chance de pensar. Encostou-me em uma parede e beijou-me na boca, suas mãos percorrendo meu corpo, sua língua devorando a minha. Fui engolfada pela paixão, abracei-a, retribuí, ainda que dividida. Eu a queria como sempre, só para mim. Saber que o que tínhamos seria compartilhado, apesar de me causar uma luxúria sombria por um lado, me dava calafrios por outro. Lutei internamente, pois sabia que daquela vez não teria volta. Se eu retrocedesse, seria realmente o fim. Ela me avisara mais de uma vez, até mesmo protelara o momento. E eu decidi ir até o final, mesmo que não fosse meu desejo primordial. Eu faria aquilo, por Helena . A música era sensual, com uma batida cadenciada, mulher gemendo ao fundo. A luz era avermelhada, o quarto decadente com lençóis de seda preto, cortinas de cetim vermelho, lustres espalhavam uma iluminação difusa. E a boca de Helena na minha me deixava louca, me fazia rodar e cair naquela loucura, arrepiando minha pele, deixando meu coração disparado. Suas mãos desciam meu vestido, até fazê-lo cair aos meus pés. E percorriam meu corpo, agora vestido apenas pela meia calça preta rendada na coxa e a calcinha fio dental preta. Ergueu uma das minhas pernas, colando o quadril ao meu, pressionando seu pênis duro em minha vagina já toda molhada. Eu enfiei minhas mãos sob seu vestido, acariciei seus seios, entreguei-me cheia de volúpia, roçando-me nela, querendo-a desesperadamente. Deixou minha boca, mordiscou meu pescoço, arrepiou-me toda. E então desceu mais, chupou meus mamilos, um de cada vez e caiu de joelhos aos meus pés. Beijou minha barriga, o quadril, desceu a lateral da calcinha com os dentes. E quando essa parou no meio das minhas coxas, sua língua lambeu deliciosamente meu clitóris, a ponto de fazer minhas pernas bambearem e o prazer se espalhar quente e denso por meu corpo. Segurou meus dois pulsos ao lado do meu quadril, de encontro à parede. E assim me chupou gostosamente, sem dó, enquanto eu gemia, me retorcia, roçava minha vagina em sua boca, arfando, meu coração disparado. Com os olhos arregalados, fitei aquele quarto que exalava sexo, as treliças onde estranhos olhos nos observavam e o outro casal na cama. Anna e Benjamin  estavam nus, um fazendo sexo oral no outro, em um 69, ambos com pele clara, mas enquanto ela era esguia, ele era enorme, forte, bruto. A lascívia se juntou ao meu prazer já absurdo sob o ataque de Helena . Senti-me decadente, baixa, mas ao mesmo tempo feminina, sem a timidez de sempre. Ondulei, encharcada, pronta para um orgasmo, mas ela não deixou.

Se levantou, enquanto eu mal podia respirar encostada naquela parede, ela sorriu quente e começou a se despir. Eu a ajudel, até que estava nua, linda, sensual, quente. Seus olhos se destacando, retorcida duramente pela luxúria. Arrancou minha calcinha e virou-me de costas para ela e de frente para a parede. Segurou meus dois pulsos para trás, juntos com só uma de suas mãos. Encostou-se em mim, sua outra mão apertando minha bunda e seu membro quente roçando em mim, sua voz rouca em meu ouvido:
- Vai fazer tudo o que eu quiser, Cla? Tudo que eu ordenar?

Minha Tentação (ADAPTAÇÃO) ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora