capítulo 7

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Helena  Weinberg  acordou primeiro na manhã seguinte e estranhou ao sentir um corpo macio colado ao seu. Por um momento, apenas abriu os olhos e fitou os sedosos e brilhantes cabelos loiros que se espalhavam por seu braço, da mulher de conchinha com ela. Não estava acostumada a dormir com as mulheres. Não que fosse regra, mas depois do sexo preferia ir para seu quarto e ficar sozinha. Mas algo naquela garota, talvez sua ingenuidade ou vulnerabilidade, deixou-a com vontade de ficar mais tempo com ela, talvez até confortá-la. Principalmente depois do dia anterior, quando ela vivera tantas coisas novas e se agarrara a ela como uma gatinha.

Não haviam ficado muito, depois que todos terminaram de transar. Ela a levou para a suíte dela, tomou um relaxante e gostoso banho morno com Clara e depois deitou-a na cama, abraçando-a. Parecia exausta, cheia de lassidão, com olhos pesados, sonolentos. Dormiu nua com Helena , embaixo do edredom vermelho, ambas protegidas do ar condicionado gelado do quarto.

Não fizeram sexo novamente, pois Clara estava muito dolorida e cansada. Já havia sido um dia demais para quem até então era uma virgem. Helena  retirou o braço da cintura dela devagar. Sentou-se, correndo os dedos entre os cabelos e olhando-a. Dormia como um anjo, serena e quieta, o edredom cobrindo apenas do seu quadril para baixo. Seus olhos percorreram a pele branca e macia, o contorno pronunciado da cintura fina, os seios redondos, com mamilos de um rosa claro que combinavam com seus lábios carnudos e entreabertos.

O desejo fez seu sexo começar a endurecer, mas ela se controlou. Pensou por um momento na maneira como a desejou desde a primeira vez naquele restaurante. Estranho, pois Bruna e Erika eram até mais bonitas e chamativas do que Clara, mas algo nos olhos dela, no seu jeito, chamou sua atenção. E quanto mais a olhava, mais sentia vontade de estar com ela. Havia uma pureza, uma inocência tão grande em seu olhar, que ela teve que comprovar se era real. No início ela resistiu. Mas desde o começo Helena  percebeu que Clara ficou abalada por ela, atraída, sem saber o que fazer com aquilo. Mas Helena  sabia e usou a seu favor. E não foi tão difícil seduzi-la, afinal de contas. Ela fizera tudo que mandara. No entanto, aquele olhar puro e doce continuava. O que era surpreendente. Helena  se levantou da cama nua, pensou em acordá-la para poder se satisfazer com ela, mas algo a impediu. Queria Clara nos seus termos, sem intimidades a sós, se pudesse evitar. Uma parte dela sempre se mantinha fria e distante. E por mais que Clara fosse diferente, que mexesse com Helena  e com sua libido, era só mais uma. Depois que a usasse, ela seria esquecida como as outras.

Eu acordei me sentindo gelada. Deitada entre macios lençóis de seda, eu abri os olhos, estranhando aquele quarto e me movi um tanto dolorida. Então me dei conta que estava no quarto de Helena  e que dormi ali com ela. Olhei em volta, mas a mesma não estava mais ali. Suspirei e fechei os olhos novamente, enquanto me sentia bombardeada por lembranças da noite anterior. Enfiei o rosto no travesseiro, com vergonha de mim mesma. Meu Deus, o que eu fiz! Se minha mãe me visse... Abafei um gemido, a razão me condenando, o corpo me fazendo reagir às lembranças sensuais. O corpo, o toque e a voz de Helena  combinados com as carícias e as bocas de Lumiar  e Erika e também com as outras, todas nuas, gemendo, transando... Engoli em seco, me excitando mesmo contra vontade. Nunca imaginei que eu faria tantas loucuras. Estava surpresa comigo mesma, chocada, sem acreditar. A culpa me engolfava fava e comecei a chorar baixinho, muito dividida, sem poder tirar da mente tudo que acontecera. Como eu pudera chegar aquele ponto? Em que momento eu me transformara daquele jeito, como se não fosse mais eu? Agora eu estava toda arrepiada, nua, com o edredom aos meus pés. E nem sinal dela ali. Tentei me controlar, sabendo que não tinha sido obrigada a nada, Helena  me dera as opções. Limpel o rosto, respirando fundo. Criel coragem e me levantel, pensando que horas seriam. Minha vagina ardia, dolorida, comprovando que naquela manha eu estava diferente.

Eu me sentia outra, desconhecida, e ao mesmo tempo tão eu, que o susto por isso era ainda maior. Abracel a mim mesma, tão nervosa que novas lágrimas pularam do meu rosto. Imagens e sensações da noite passada me bombardeavam e quando me vi refletida no espelho do banheiro, parecendo tão decadente e sensual com os cabelos espalhados e o olhar pesado, nua, eu realmente fiquei chocada. Segurei-me na pia, sem conseguir tirar os olhos dos meus. Como eu podia ter mudado tanto em apenas um dia? O que era aquilo, aquele sentimento avassalador por uma mulher que me prostrava daquele jeito, que me deixava perdida e sem poder reagir? Helena  parecia ter virado minha vida de pernas para o ar e agora eu não sabia o que fazer, totalmente dominada por sentimentos desconhecidos e intensos, dominada por ela. Só por ela. Enquanto uma outra Clara, que até então eu desconhecia, surgia dentro de mim. Caminhei devagar para o box, meu corpo dolorido, os músculos entre as minhas pernas protestando. Só de pensar em Helena  eu já reagia, arfando, meu coração acelerado. Lembrei da sensação única e abissal de ter seu membro duro e grosso todo dentro de mim, do modo como ela me olhava semicerrando as pálpebras, um olhar de safada enquanto me pegava com força, seu cheiro delicioso, a textura de sua pele e de seus lábios... tive que frear os pensamentos, já excitada, abalada. Ao mesmo tempo, o meu lado mais racional e tímido me condenava pelo que tinha feito na noite passada. Lembrei de novo de minha mãe, das tantas vezes em que conversamos sobre rapazes, quando ela me dizia que sexo poderia ser apenas uma troca de prazer, mas com intimidade e sentimento era especial, muito além do corpo, inigualável. E todos aqueles anos eu esperei esse sentimento, a pessoa que completaria a minha vida. Nunca a imaginei tão linda e gostosa como Helena , mas também não tão pornográfica, não havia meu tão desejado romantismo, apenas sexo, duro, erótico, grupal e eu havia aceitado, o que era mais chocante e gostado, se fosse sincera comigo mesma. Tentando parar de pensar e me controlar, tomei uma chuveirada rápida, penteei os cabelos, escovei os dentes com uma escova nova e passei o desodorante que estava em minha bolsa. Não havia muitas opções de roupa, coloquei novamente o biquíni, a saída de praia que amarrava na cintura e meus chinelos. Estava faminta, mas parei no quarto, com muita vergonha de descer. Tinha medo de enfrentar minhas opções agora, tão consciente de tudo. Fiquei ali, remoendo minhas dúvidas e inibições, até que criei coragem e simplesmente saí do quarto e desci. Eu me sentia nervosa, tensa, com os nervos à flor da pele. Mas não podia ficar todo o tempo trancada ali. A sala estava vazia e segui para a cozinha. Granny, a cozinheira e caseira, estava fazendo ovos mexidos. Em volta da farta mesa do café da manhã, Helena , Bruna, Lumiar  e Ruby tomavam café, elas me olharam e eu me senti ficar vermelha, meu rosto pegando fogo. Parei por um momento, engolindo em seco, meus olhos sem poder sair dos de Helena , por fim, cumprimentei-as com timidez e me sentei rapidamente ao lado de Bruna.

- Dormiu bem, Cla? – Bruna sorriu-me com malícia.

- Sim, obrigada. Encontrei de novo os

Penetrantes olhos castanhos de Helena  em mim. Ela estava maravilhosa com o cabelo despenteado dando-lhe um ar meio perigoso. Sobrancelhas negras e grossas e cílios espessos pareciam destacar ainda mais o tom belíssimo dos seus olhos. Meu coração disparou como louco no peito. Abalada, perguntei a mim mesma se um dia eu me acostumaria em olhar para ela. Nunca vi uma mulher tão impressionantemente sensual e linda. E só de imaginar o que era tê-la dentro de mim, eu perdia o ar.

Helena  sorriu lentamente, como se soubesse o efeito que causava. Claro que sabia. Devia estar bem acostumada com isso.

-Bom dia Clara. Sirva-se à vontade.

-Obrigada, Helena - Consegui dizer, entre

Incomodada e excitada. Meus sentimentos

Me deixavam tensa como uma mola.

Mas me forcei a parecer o mais natural possível. Enquanto eu me servia de café-com-leite e pão doce, Ruby falou: -Clara eu estava dizendo para as meninas que precisamos ir ao acampamento buscar nossas coisas se vamos passar o resto do feriado aqui, Helena  nos convidou para ficar esses dois dias na Ilha. Eu a fitei novamente. Nós tínhamos ido aproveitar aquele feriado, mas no domingo retornaríamos a nossa vida, segunda-feira voltávamos ao trabalho. Assim havíamos pagado o camping por quatro dias e voltaríamos juntas para Nova York. Agora passaríamos ali aqueles dois dias restantes. Dois dias com Helena  e em suas orgias. Eu não sabia se poderia suportar toda aquela tensão, aqueles sentimentos poderosos lutando dentro de mim, a ponto de me sentir louca. Ao mesmo tempo, só de imaginar que ficaria com ela apenas dois dias me causava um baque por dentro. O desejo e a saudade já me roíam como doença, eu já sofria antecipadamente. Estava chocada pelo modo como ela me arrebatou, como me dominou e me prostrou. O que mais eu faria por aquela mulher? Até que ponto eu chegaria? Desviei o olhar, sentindo-me chocada com a dor que me engolfou. Meu Deus, eu não podia me envolver tanto! Não sabia nada sobre ela. Era só sexo, que duraria o tempo do feriado. Não podia me apaixonar, pois seria sofrimento na certa.

Confusa, procurei não demonstrar nada, mas como falar com sentimentos que pareciam ir muito além da minha vontade? Tomei um gole da bebida quente e percebi que Lumiar  me fitava, corada, lembrei dela chupando meus seios e minha vagina na noite anterior. Olhei-a embaraçada, sem poder acreditar que eu realmente participara de tudo aquilo. Pude perceber seu desejo e fiquei sem saber o que fazer, como me portar, um tanto envergonhada. E para dizer a verdade, sentindo um misto de excitação e nojo.

-Grahan, o caseiro, vai levar Bruna e Ruby ao acampamento. Você não precisa ir, Cla. Elas podem trazer as suas coisas. – Disse Helena .

- Tudo bem. – Concordei. Embora não tivesse certeza de nada.

Ruby puxou algum assunto, mas nem prestei atenção. Agora, com a cabeça fria e sem estar contagiada pela bebida e pelo prazer, eu mal conseguia encará-las. Podia sentir o olhar atento e penetrante de Helena  e Lumiar  com desejo, mas apenas tomava meu café, com os olhos baixos. Por fim Grahan apareceu e anunciou que estava pronto para sair de barco. Todos nós nos levantamos e acompanhamos Bruna e Ruby até o píer. Eu e elas conversamos sobre onde estava cada coisa, para que elas não se esquecessem de trazer. Depois elas embarcaram e acenaram, enquanto Grahan pilotava o barco para longe da Ilha. Meu constrangimento triplicou ao ver que eu estava sozinha no píer, entre Helena  e Lumiar , fiquei muda, imóvel, olhando o barco se afastar.

Helena  se virou de leve para mim e pegou minha mão, entrelaçando seus dedos nos meus. Um arrepio percorreu minha pele e estremeci de leve, erguendo os olhos para os dela, profundos e atentos.

- Tudo bem?

- Sim. – Apertei os dedos dela, para conter meu tremor.

Voltamos de mãos dadas para a casa, com Lu caminhando ao nosso lado. Ela nos lançava olhares e, ao chegarmos à varanda, falou:

- O que vocês vão fazer agora?

Eu olhei de relance para Helena , ela não respondeu de imediato. Abriu a porta, me deu passagem e entrou logo depois de mim, sem soltar a minha mão, Lu nos seguiu.

Por fim ela disse:

- Nós vamos transar no quarto. Respondeu sacana.

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Vou postarais dois capítulos, volto só na segunda! Beijos Bom FDS

Minha Tentação (ADAPTAÇÃO) ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora