Minha Tentação (ADAPTAÇÃO) Clarena

capítulo 44

See You Tomorrow!!!!

Abri os lábios sofregamente e recebi sua língua com um desejo avassalador, um amor tão pungente que me fez agarrá-la também, colando-a desesperadamente a mim. Seu gosto, sua pele, seu cheiro, deixaram-me de pernas bambas, atordoada. Movi minha língua contra a dela, suguei-a, tentei tirar o máximo dela, tão esfomeada eu estava, tão louca de saudade. O vento continuava cada vez mais forte. Grossos pingos de chuva passaram a cair, mas não conseguíamos nos soltar. O beijo longo e profundo nos consumia nos dopava, nos fazia esquecer o mundo. Helena  me apertou mais forte, todo nosso corpo colado da cabeça aos pés, como se fossemos nos fundir uma na outra. E a chuva despencou de vez sobre nós, fria, impiedosa.

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Helena  afastou um pouco a cabeça, seus olhos castanhos mais escuros que o normal fixo nos meus. E então, sem uma palavra, abriu a porta do carro e me fez entrar, dando a volta e sentando atrás do volante. Já estávamos bem molhadas, nossa respiração alterada, ambas excitadas, eu sabia que precisávamos conversar, mais era inevitável ficar perto dela e não sentir-me excitada. Ela ligou o para brisa e pôs o carro em movimento, quando o trânsito ficou mais tranquilo e eu já podia respirar melhor, ela

Perguntou baixinho: - Eu pra pedi pra que Liza fizesse um jantar em casa nós, você topa ir lá em casa jantar e depois conversarmos?

Acho melhor não, nós mal nos vimos e já nos agarramos, acho melhor se fossemos em um lugar público. – Murmurei.

- Por favor, precisamos conversar e essa conversa

Não da pra ser feita em qualquer lugar, me

Desculpe por te agarrar, mais você está tão linda que não resisti, além disso, eu estava morrendo de saudades dos seus beijos. – Você não fez nada que eu não quisesse também mais, por favor, não faça mais isso, precisamos

Conversar e se continuar assim não vamos falar

Nada que precisamos. -Cla, não sei mais o que fazer, só preciso que me ouça, tanta coisa aconteceu depois daquele dia, tenho tantas coisas pra te contar. O tom dela era tão sentido, tão diferente de

Sua altivez normal, que a olhei, indecisa. Não disfarçava a preocupação, a sinceridade em cada parte dela. Lanço-me um olhar rápido, profundo e

Pediu de novo:

- Por favor, vamos pra minha casa, eu comprei um apartamento novo, você não vai ficar revivendo aquela noite, além disso, Liza já deve estar acabando o jantar.

- Ok. – Acenei, sem poder olhá-la, sem saber se fazia o certo, muito dividida. – Mas iremos

Conversar.

- Tudo bem Clara, prometo não fazer nada que não queira.

Seguimos em silêncio, Helena  dirigia com atenção, pois o temporal era terrível e mal dava para enxergar. Eu olhava pela janela, imersa em meus pensamentos, vendo a água escorrer pelo vidro e mais nada, Chegamos e ela parou o carro na garagem. A chuva ainda caía torrencialmente e meu vestido estava úmido no corpo, assim como meu cabelo, Helena  já dava a volta e abria a porta pra mim. Estávamos sob o telhado, não

Precisávamos correr. A casa nova da Helena  era muito parecida com a outra, grande, muito sofisticada, ao entrarmos Helena  me ofereceu uma toalha e me levou ao quarto de hospedes pra que eu pudesse tomar um banho quente, disse que iria fazer o mesmo e me entregou uma calça de moletom e uma blusa de frio para que eu pudesse vestir e saiu. Ao entrar no banheiro eu me lembrei do beijo, como foi quente, com gosto de saudades de ambas as partes, comecei a me excitar e decidi não pensar nisso, vim aqui pra conversar e é isso que vamos fazer. Tomei um banho rápido vesti a roupa que Helena  me entregou e fui pra sala de estar, Helena  já estava lá me esperando também com um conjunto de moletom, fiquei meio envergonhada, vi Liza chagando e vindo pro meu lado me

Cumprimentado. – Oi Clara, tudo bem?

- Oi Liza, tudo bem e você? – Estou bem Clara. Desculpe interromper, Helena , ligaram da delegacia de mulheres assim que você saiu, disseram que as outras mulheres de alguma forma descobriram o que Malévola fez e começaram a ameaça-la, arrumaram uma forma de tortura-la e fizeram coisas horríveis com ela, quando os guardas encontraram já era tarde demais, ela estava morta com muitos ferimentos, principalmente na sua intimidade e algumas partes do corpo arrancadas.

POV Helena

Fiquei em choque com a fala da Liza, por mais que ela abusou de mim eu sentia um apresso por ela ter “cuidado” de mim, não pude evitar que meus olhos marejassem. Liza percebeu sentou no sofá ao meu lado e me abraçou, disse que tudo iria ficar bem e que ela cuidaria de tudo em relação ao enterro da Malévola.

Obrigado Liza, eu não quero vê-la, cuide de tudo por mim. Olhei pra Clara que estava confusa, não sei se

-

Por Liza estar me abraçando ou por causa de Malévola.

-Clara, sente aqui, por favor, vou começar lhe contando o que aconteceu com ela. Liza, por favor, nos deixe a sós, quando o jantar estiver pronto nos avise.

- Tudo bem Helena .

Liza disse e saiu, Clara sentou ao meu lado ainda com olhar assustado.

POVClara

Fiquei surpresa com o que a Liza disse, mais

Porque Malévola foi presa? O que aconteceu? Será que Helena  denunciou o abuso que sofreu? Saí dos meus pensamentos com Helena  me pedindo que sentasse e que ela iria me contar o que ocorreu. Estranhei também a forma como Liza estava tratando Helena  e mais ainda por Helena  estar deixando. Sentei ao lado de Helena , ela me olhou e

Disse:

- Nem sei por onde começar Clara, tanta coisa aconteceu depois que você saiu.

- Acho que pode começar me dizendo por que a Malévola estava presa? Senti Helena  respirando fundo, em seguida ela

Disse:

- Vou resumir um pouco a história Cla, no domingo ela apareceu aqui em casa de novo, mais diferente das outras vezes eu decidi recebe-la, então eu coloquei um gravador para que gravasse nossa conversa, já estava pensando em denuncia-la, mais como já se passaram muitos anos eu precisaria de provas, depois que ela chorou, brigou, gritou, fez todo o teatro dela eu pedi pra que ela me contasse porque ela havia feito tudo isso comigo? Porque ela e o marido precisaram me colocar no mundo deles, af ela resolveu parar com o teatro e me disse coisas horríveis, disse que nunca me amou, que eu nunca passei de uma aberração e que sentia nojo

De mim. Nessa hora Helena  já estava com os olhos

Marejados e eu não sabia como agir, peguei nas mãos dela e incentivei com o olhar pra que ela continuasse, ela respirou fundo e continuou:

- O pior foi ela me dizer que forjou o acidente que matou meus pais, ou seja, ela os matou.

Nesse momento Helena  já não segurava mais as lagrimas, vê-la assim me matava por dentro, como aquela mulher conseguiu fazer tantas barbaridades e por quê?

- Porque ela fez isso Helena ?

- Por dinheiro Clara, tudo isso por dinheiro, ela ainda disse que o plano era me matar também, mais como meu pai foi esperto e deixou mais ou menos 70% da herança dele pra quando eu completasse 18 anos ela teve que me aturar e então quis fazer com que eu lhe amasse e por pouco aquela desgraçada não conseguiu, como eu pude ser tão trouxa e não perceber?

- Você era apenas uma criança Helena , não tinha como você saber.

Essa hora eu já fazia um carinho em suas mãos, ela estava tão frágil, saber pelo que ela passou me deixava tão triste, eu já estava com os olhos cheios de lagrimas.

- Mais uma coisa que ela disse foi verdade... Helena  disse sorrindo triste...

-Não sei como, mais ela sabia o que havia ocorrido aqui em casa, aquele dia na sexta, e pelo menos em uma coisa ela tinha razão, eu fiz a mesma coisa com você Cla, fui um lixo igual a ela, me perdoa Cla, usei o amor que você sentia pra fazer com que você ficasse com os outros. – Você não é igual a ela Helena .

-Por favor, Cla, só me deixa falar. Fiquei calada então ela continuou: Quero que você saiba Clara que eu não me –

Excitei em momento algum daquela orgia, eu senti raiva, ódio, ciúmes, mais eu fui ingênua demais pra não admitir que eu não precisava mais dessa vida, o mês em que vivemos juntas foi o mais incrível da minha vida, após muito tempo eu não tive necessidade de orgias e outras coisas, eu me sentia feliz e completa só com você... Quando eu estava ficando com aquela menina, era em você que eu pensava, estava brigando comigo mesma pra que eu não impedisse tudo que me desculpa Clara. Lhe fizeram,

Eu não sabia o que dizer, fiquei olhando pra Helena , eu queria perdoa-la eu queria começar de novo, mais eu ainda não estava pronta, ambas precisávamos de tempo. Às vezes só o amor não é suficiente em uma relação, como não disse nada Helena  continuou:

- Não precisa me responder agora Clara, eu entendo sua raiva, concluindo a história, depois de um tempo que estávamos discutindo Liza escutou tudo e chamou a policia, eles chegaram assim que ela confessou o assassinato dos meus pais, entreguei a gravação ao delegado que era meu amigo e ela foi presa, agora me ligam dizendo que ela morreu, eu devia me importar, mais na verdade me sinto aliviada.

- Entendo o que você está sentindo, nem sei o que faria no seu lugar, fico feliz que você conseguiu colocar um fim em sua “relação” com o passado. – Na verdade Clara, eu ainda não consegui, eu

Estou lutando a cada dia contra o mundo em que eu fui ensinada a viver, mais pela primeira vez na vida eu consegui admitir que fui abusada, consegui deixar a vergonha de lado e pedir ajuda. Quando Helena  falou isso me senti muito feliz por ela, mais percebi que ela corou e pela primeira vez desde que nos conhecemos eu vi Helena  Weinberg  envergonhada.

- Não precisa ficar com vergonha por admitir que precisa de ajuda Helena , fico muito feliz por você. Nesse momento Liza entra na sala dizendo que o jantar está pronto, eu solto a mão da Helena  e me levanto, Liza vendo Helena  com os olhos marejados vêm até ela e lhe abraça, e sussurra algo em seu ouvido que eu não consegui entender o que era, logo depois elas se levantam e vamos juntas para sala de jantar. Percebo que havia três lugares a mesa eu estranhei um pouco, mais depois percebi que era de Liza, fiquei curiosa pra saber por que elas estavam tão unidas, sentamos a mesa, Liza ao lado de Helena  e eu a sua frente, servimos o jantar e começamos a comer em silencio, Helena  estava mais calma, após um

Tempo eu resolvo perguntar:

- Pelo visto você gostou do dia em que cozinhei pra você Helena .

O jantar era exatamente as mesmas coisas que havia feito pra ela. Helena  me olhou e sorrindo

Disse:

- Eu adorei, achei que você não fosse perceber. – Eu percebi e a proposito está uma delicia Liza.

Obrigado Clara.

Depois desse pequeno dialogo ficamos mais um tempo em silencio até que eu crio coragem e

Resolvo perguntar:

- Não me levem a mal, mais o que aconteceu que vocês estão tão próximas?

Ambas se olharam e sorriram e Liza diz:

- Estou cuidando dessa garotinha, por um milagre de Deus eu consegui que ela aceitasse que não precisava viver sozinha.

Todas nós rimos e ambas me contaram sobre a Liza ser empregada da família da Helena  e sobre a carta da mãe dela, fiquei emocionada quando li e feliz em ver que Helena  tinha encontrado uma “nova” mãe pra ela, depois de tudo que ela passou, fico feliz que ela tenha alguém que lhe ame sem nenhum interesse. Jantamos em um

Clima agradável, apesar da conversa que tive com

Helena . POV Helena

Nem acredito que consegui conversar com a Clara, falar sobre Malévola e meu passado sempre me deixa triste e com raiva, mais isso é passado, quero me preocupar com o presente e o futuro. Depois que jantamos nós deixamos Liza 6

Arrumando a cozinha e voltamos pra sala de estar, eu precisava conversar muitas coisas ainda com a Clara, sentamos e eu resolvi perguntar: Eu já falei muito Cla, agora quero saber de

- você, como foi esses dias? – Não aconteceu nada demais, pedi demissão do meu serviço, quero iniciar um novo curso, preciso

Descobrir quem quero ser, desde a morte dos meus pais eu passei a só existir, agora eu quero viver, quero arrumar um emprego na área que eu quero estudar.

- E você e a Ashley?

- Não foi nada demais, só tomamos café juntas.

- Quem visse o beijo de vocês discordaria disso. – Como você sabe do beijo?- perguntei surpresa-

Espera! Você nos seguiu? Nesse momento eu abaixei a cabeça e só balancei

Confirmando.

- Porra Helena , porque você fez isso? Você é muito egoísta e eu achando que você tinha mudado um pouco.

- Desculpa Cla, eu sei que não devia mais eu

Queria saber o que aquela loira oxigenada queria. Não consegui ficar séria, acabei sorrindo da forma como ela chamou a Ashley.

- Merda Helena ! Não consigo ficar brava com você, mais o que há entre vocês duas? – Nada demais, algumas discussões relacionadas às nossas empresas,

POVClara

Nós conversamos mais alguns assuntos aleatórios, Helena  me contou da visita ao psicólogo, disse que não estava conseguindo lidar com tudo sozinha, eu apoiei e fiquei surpresa pela mudança que notei em Helena , ela foi muito respeitosa comigo, conversamos ainda sobre aquela noite e eu contei pra ela como me senti, falei que senti nojo de mim mesma e que não quero me sentir assim, falei que não iria esconder meus sentimentos e desejos, diferente do que pensei foi uma conversa agradável, Helena  me contou ainda sobre o seu passado, como era a vida dela com seus tios, por mais que eu já imaginava como foi, fiquei indignada com tudo que eles fizeram e triste por ela ter passado sozinha por tudo isso, me pediu perdão mais uma vez e eu a perdoei, afinal foi tudo sobre meu consentimento, mais não acho que estamos prontas pra seguirmos juntas, ambas precisamos nos curar. Olhei a hora e já se passava da meia noite, eu precisava ir embora. – Helena  eu preciso ir, já está tarde.

- Cla, dorme aqui, está um temporal lá fora, podemos assistir a um filme e você dorme no quarto de hospedes, se não quiser dormir comigo.