Ultimo capítulo da história da Helena !!
Até amanhãNaquele momento eu só consegui chorar e Liza caminhou e sentou na cama colocando minha cabeça no seu colo e eu chorei, chorei tudo que estava prendendo desde meus 8 anos de idade, pensei em tudo que aconteceu e chorei, exausta nem vi o momento em que me entreguei ao sono, com Liza afagando meus cabelos, pela primeira vez em algum tempo eu me senti segura e acolhida.
Acordei mais tarde naquele dia com a Liza me chamando com uma bandeja com um café e algumas torradas, eu não sentia fome, não sentia
Vontade de nada, só queria sumir do mundo. – Vamos Senhorita Weinberg . Você precisa comer.
- Me chame de Helena , por favor, e eu não quero, estou sem fome.
- Mais você precisa, depois que você comer eu quero conversar com você, sobre um assunto do passado.
- Como assim assunto do passado?
- Por favor, coma primeiro.
Mesmo sem vontade nenhuma eu comi um pouco, após comer pedi pra que Liza sentasse na cadeira perto da minha cama e sentei ficando de frente pra ela, esperando ela me dizer o que era aquele “assunto do passado” depois de tudo que aconteceu hoje eu já não aguento mais nada.
- Pode falar Liza, estou esperando.
- EU...
- Vamos Liza, fale, acho que depois que tudo que aconteceu hoje, nada mais me assusta.
- Eu trabalhava para seus pais antes de você nascer e quando eles morreram...
Confesso que fiquei um pouco chocada, mais não a interrompi, deixei que ela continuasse.
- Não era na mansão onde morava, mais na casa de campo que seus pais adoravam ir, sua mãe conversava muito comigo, éramos melhores amigas- disse emocionada- sua mãe sempre teve medo da sua tia Malévola, ela me contava que ela era louca por dinheiro, queria tudo que era do seu pai, muitas vezes ela confrontou a sua mãe, elas nunca deram certo, sempre que se encontravam brigavam logicamente tudo começava por Malévola, mais sua mãe Cora nunca imaginaria que ela chegaria a esse ponto.
-Pouco antes de eles morrerem, eles foram passar uns dias na casa da Fazenda, lembro que você não foi por ter que estudar para prova, foi apenas um fim de semana, uma passagem pela fazenda, sua mãe e eu estávamos conversando como sempre fazíamos, seu pai estava cuidando de algumas coisas, enquanto conversávamos ela me mostrou varias fotos sua, ela me mostrava com orgulho o quanto a menininha dela era linda, e você realmente é muito linda Helena , ela me pediu que se algo acontecesse com ela era pra eu cuidar de você, não era pra você ir morar com a sua tia, porém, eu não achei que nada fosse acontecer, e logico que prometi a ela, algum tempo depois recebi a noticia que eles morreram, eu tentei Helena , eu juro que tentei que você viesse morar comigo...
Nesse momento nos duas já chorávamos, ela enxugou as lagrimas, respirou fundo e continuou
Falando:
- Mais eu era apenas uma empregada, eu não tinha condições e para a justiça quem tinha direito a sua guarda era ela, eu fui atrás de advogados, procurei sua tia, mais ela me mandou sumir, me ofereceu dinheiro pra isso, me deu um cheque, que até hoje eu não descontei, está guardado, eu lutei enquanto pude, mais depois de um tempo eu achei que você estava feliz, que ela realmente estava cuidando de você, pois, eu te observava de longe e toda vez que vocês saíam eu te achava feliz, me desculpe Helena , me desculpe por não ter percebido o inferno que você vivia naquela casa com eles....
- Não foi sua culpa...
Disse chorando, ambas estávamos chorando, até que ela segurou em minhas mãos e continuou.
-Eu não tinha nada além de uma promessa que fiz pra sua mãe, quando você cresceu e saiu daquela casa eu logo me aproximei e me candidatei pra ser sua empregada, eu precisava estar perto de você e de alguma forma cumprir a promessa que fiz a Dona Cora, eu percebi todas as suas reuniões pra sexo, mais eu nunca imaginaria que era por causa deles, eu organizava tudo pra você porque achava que era realmente a sua vontade, mas depois que a Clara apareceu nessa casa eu percebi que você não precisava daquilo, você estava bem com ela, nunca tinha lhe visto tão feliz e alegre.
- E agora eu estraguei tudo... Disse chorando ainda mais.
- Meu amor, nada nessa vida não tem um jeito, ela te ama, não sei o que aconteceu aquele dia depois que eu fui embora, mais o amor é mais forte que tudo.
- O que aconteceu? Aconteceu que eu fiz com ela a mesma coisa que me fizeram, eu abusei do amor que ela sentia por mim- nessa hora eu já não segurava o choro, chorava como um bebê- Sabe? Em uma coisa Malévola tem razão eu sou igual a ela, um lixo, Clara não merece um lixo como eu. – Não, você não é igual a ela e nunca vai ser...
- Sou sim, sou uma abusadora e, além disso, uma aberração.
Nesse momento Liza sentou ao meu lado me
Abraçou e sussurrou em meu ouvido:
- Você não é nada disso meu anjo, você nunca vai ser igual ela, você é uma mulher forte, linda, corajosa e uma ótima pessoa, você merece muito ser feliz, me deixa te ajudar, me deixa tentar cumprir a promessa que fiz a sua mãe, pelo menos a partir de agora.
Eu não disse nada só correspondi ao abraço e chorei, como nunca havia chorado. Depois de não sei quanto tempo abraçadas ela me olhou, acariciou meu rosto e disse enquanto me entregava um envelope:
-Essa carta é da sua mãe, parece que ela sabía que esse momento iria chegar, me pediu que te entregasse somente quando eu precisasse mesmo cuidar de você, quando você realmente estivesse precisando de alguém, vou sair e deixar que você leia, eu nunca abri esse envelope, não sei o que se refere, e Helena - ela me fez olhar pra ela e continuou- mesmo que você não me queira do seu lado eu não vou sair, vou cuidar de você mesmo que você não queira.
Quando ela saiu do quarto eu peguei o envelope e abri, quando vi a letra da minha mãe naquele papel eu não aguentei, lagrimas vieram aos meus olhos e chorando eu comecei a ler.
Minha menininha!! Se você está lendo essa carta significa que eu não estou mais do seu lado, me perdoa por ter te abandonado tão cedo, se eu pudesse nunca lhe abandonaria, sei que o mundo é cruel, mais lembre-se que sempre existe pessoas boas por mais que às vezes não pareça. Se Liza The entregou essa carta significa que você esta precisando de alguém, eu queria tanto estar do seu lado, pra que quem sabe a vida não fosse tão injusta com você. Não sei o que lhe aconteceu após minha morte, espero que você não vá morar com aquela bruxa que é sua tia, mais se isso por acaso acontecer, me perdoa, eu devia ter pensado nas chances disso acontecer e arrumado uma forma de evitar. Não sei o que aquela mulher foi capaz de fazer com você meu amor, mais saiba que você nunca vai ser como ela, você é especial, especial pra mim e seu pai, nós te amamos e queremos que você seja feliz, por favor, deixe a Liza te ajudar, a deixe cuidar de você, a deixe ser a mãe que eu ful impedida de ser pra você, quero que você lute pra sua felicidade, que você escolha um caminho e se for o certo faça de tudo pra chegar ao ser objetivo, sei que você já sofreu muito por ser intersexual, mais isso não é um problema meu amor, isso é o que te faz diferente e ainda mais interessante, não sei quais sofrimentos mais a vida vai colocar em seu caminho, mais não deixe NADA abalar quem você é, sei que vai chegar o momento em que você precisa mudar, as mudanças são necessárias, a vida seria uma chatice se seguisse o mesmo ciclo, se chegou o momento em que você acha que precisa mudar algo MUDE, seja o que você quiser, não o que o tempo ou pessoas te forçaram a ser, não deixe ninguém colocar sua alto estima pra baixo. Quando pensar em desistir lembre-se das minhas palavras nesta carta e siga em frente, sempre em frente meu anjo... Eu te amo... MUITO.... E só mais um pedido minha menininha, deixe Liza te ajudar, ninguém consegue ser algo sozinho e pelo que te conheço você sempre foi muito independente, sei que é cabeça dura e vai dar trabalho pra entender isso, por isso, eu te peço, tudo é mais fácil de enfrentar, desde que não esteja sozinho... Eu e seu pai te amamos muito... Nunca se esqueça disso... Nós Te Amamos...
Ass: Cora Weinberg
Acabei de ler a carta chorando ainda mais, parece que minha mãe sabia por tudo que eu iria passar, essa carta me acalmou um pouco e me deu as forças que precisava pra seguir em frente, esse dia está acabando comigo, droga e no meio disso tudo ainda tem a Clara, onde será que ela está? Peguel meu telefone e voltei a ligar pra ela, no meio de tudo isso que me aconteceu Clara é a mais importante, só dava na caixa postal, desisti por enquanto e fui falar com a Liza, mais não consegui dizer nada e nem precisou nos abraçamos e ela entendeu tudo, eu não iria mais seguir a vida sozinha, eu não precisava mais ser assim, tomamos um chá e me acalmei mais um pouco, mostrel a carta pra Liza e choramos juntas mais uma vez nesse dia.
À noite eu tive a ideia de ligar pra Bruna , depois de tanto insistir no telefone da Clara e não conseguir nada, porém eu não tinha o telefone dela, falei com Lumiar , que pegou com Ruby o telefone de Bruna , mas ela jurou que não via Clara, desde sexta-feira no trabalho, nunca me senti tão culpada, preocupada e impotente. Percebi que não sabia se ela tinha outros amigos ou parentes, onde poderia ter se enfiado. Voltei à sua casa, mas sem sucesso, já estava desesperada de tanta preocupação.
Os olhos dela, tão magoados e desoladores, não saíam da minha mente, corroendo-me por dentro. Os mesmos olhos que eu tinha quando criança me odiei ainda mais, tive que admitir a mim mesma que Clara era importante. Cheguei em casa e fui passear pelo jardim, correndo os dedos entre os cabelos, sem saber o que fazer. Não queria gostar dela nem me importar, mas eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse Clara, se ela tivesse feito alguma besteira por minha culpa, nunca me perdoaria. POV Clara
Eu precisava de um tempo. No sábado de manhã saí bem cedo e fiz algo que não era muito meu estilo: fui ao cemitério onde meus pais e minha Irmã estavam enterrados. Sempre achei que ali estavam só seus corpos e quando queria senti-los mais, eu preferia assistir a uma missa. Mas daquela vez quis ir ao cemitério. Sentei na grama ao lado de suas tumbas e chorei, desabafei, contei minhas mágoas e pedi perdão, pois sentia que eu os tinha decepcionado. Não tanto por me entregar ao sexo ou às orgias, mas por ter feito aquilo sem desejar, por ter me sentido tão suja e vazia. Como eu nunca mais queria me sentir.
Depois sal, andei sem destino. Fui parar no Central Park, que eu considerava um dos lugares mais lindos de Nova York. Ver o verde, tomar um suco natural, simplesmente vagar, me fez um bem tremendo. Deixei o celular desligado e não o conferi nenhuma vez. Tinha medo que Helena tivesse me procurado e que eu acabasse cedendo e falando com ela. Ainda me sentia fraca e arrasada e só queria enfrentá-la quando estivesse preparada. Se é que ela me procuraria ou se importaria. Talvez estivesse feliz por se ver livre de mim. Pelo mesmo motivo não quis voltar para casa.
Acabei indo visitar uma tia e prima que não via há muito tempo, em Staten Island, e dormi por lá. Só voltei para casa no domingo, depois das dez da noite. Mal havia chegado a meu apartamento e a campainha começará a tocar. Levantei preguiçosamente do sofá e fui atender. Era Allan, o vizinho que morava ao lado, veio falar comigo: - Oi, Cla. Teve uma mulher aí no maior carrão atrás de você, ontem e hoje. Pediu pra te avisar que precisa falar contigo, que está preocupada.
- Obrigada, Allan. Sei quem é. – Sorri e acenei para ele, fechando a porta.
Helena ! Meu coração apertou e a esperança me espezinhou. Então, ela se importava, nem que fosse só por culpa. Depois de tomar banho e comer um sanduiche, liguei o celular e vi várias ligações de Helena . Não queria ouvir sua voz ainda. Apenas mandei uma mensagem dizendo que estava bem e desliguei de novo o aparelho. Foi uma noite difícil, como as anteriores. Chorei muito, me revirei, repensei toda minha vida. Não senti orgulho de mim. Pelo contrário, fui crítica e me decepcionei. Afinal, o que eu fizera de útil desde que perdi meus pais? Comecei uma faculdade que não gostava, trabalhava só para ter como sobreviver, me escondia em minha solidão e meus livros. E quando enfim arriscava, me tornava capacho de uma mulher que, mesmo me fazendo amá-la com loucura e viver momentos inesquecíveis, me entregava a outros sem dó, sabendo que só fazia aquilo por ela. E pior, eu me agredi por ela. Como ter orgulho dessa pessoa fraca que eu era? Como fui tola, esperando Helena gostar de mim! Ela, que podia ter qualquer mulher do mundo! E afinal, o que eu tinha para fazê-la me amar? Nada! Uma idiota sonhadora e boba, perdida, sozinha.
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Minha Tentação (ADAPTAÇÃO) Clarena
FanfictionAdaptação de uma fic swaanqueen. Todos os créditos vão para o perfil @BNACOSTA! Espero que Gostem. +🔞. Personagem G!P. Vou postar apenas um capítulo por dia no período da manhã!