Capítulo 55

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Maratona 3/4

... Ler ou não a carta, mesmo depois de oito longos anos?

Fiquei muitos minutos olhando a carta sem ter coragem de abri-la, ainda não sei dizer o porquê de ter guardado essa merda de carta, porque eu ainda não a li? Acho que foi por medo, insegurança, nesses anos evitei tudo que me ligava a ela, não consegui mais ter nenhuma mulher presa a minha cama, tive algumas relações mais nunca consegui amarrar mais nenhuma na minha cama, o toque das outras mulheres me ferem, machuca não consigo me entregar, todas as minha relações exceto a Alex foram com desconhecidas, muitas nem ocorreu penetração, ficava apenas no sexo oral, o que pra mim ainda não era legal, pois, em nenhuma eu sentia o gosto dela! INFERNO!!!!

Ainda não entendo esse maldito poder que ela tem sobre mim, peguei a carta mais uma vez e fui em direção a lixeira, antes peguei o isqueiro que eu usava pra fumar as vezes e levantei da cama, acendi o isqueiro e fiquei olhando para o fogo e a carta, quando estava quase queimando-a eu escuto alguém bater na porta, largo a carta e o isqueiro na cama e vou em direção da porta para abri-la, meu coração quase saiu pela boca e fiquei sem fala quando percebi quem estava na porta do meu quarto, POV Clara

Estava deitada em minha cama mais não conseguia dormir, estava magoada com Helena , não esperava essa reaçao toda dela, sabia que ela Estaria com raiva só não esperava que ainda Fosse egoísta como a oito anos atrás, será que ela Já se esqueceu de tudo que me fez? Não Quero ficar comparando erros, ambas erramos e Cabe a nós decidirmos o que vamos fazer, sabendo que não iria mais dormir resolvo levantar e sair, estava dando voltas em meu quarteirão e resolvo ligar na ONG, queria o endereço de Helena , não iria desistir assim.
Depois de muito custo a secretaria aceitou me passar o endereço, chamei um taxi e passei o endereço, não sabia como ia ser recebida mais espero que bem, será que Lisa ainda trabalha pra ela? Com certeza ela me odeia, foi infantil a forma como saí aquele dia, decido ignorar meus pensamentos e fico olhando pela janela, sentindo meu coração acelerado, depois de uns 20 minutos chegamos a uma mansão linda, acredito que ela trocou de casa de novo, a hipótese de ser pra não lembrar de mim me deixa triste, toquei o interfone e a pessoa respondeu perguntando quem era, reconheci a voz era de Lumiar  quando falei meu nome um longo silencio se estabeleceu, achei que ela não iria autorizar, porém, pude ouvir ela bufando e abrindo o portão, entrei e encontrei Lumiar  e Lisa sentadas na sala, a casa de Helena  realmente era incrível, grande e extremamente elegante, fiquei constrangida mais diferente do que esperava Lisa me abraçou e cumprimentou animada, conversamos um pouco, contei a ela algumas coisas que me aconteceram depois daquele dia, ela me ouviu pacientemente e sem julgamentos, perguntei onde estava Helena  e me disseram que ela havia se trancado no quarto, Lumiar  me acompanhou e na metade do caminho disse:

-Clara, seja paciente com ela, não estou interessada em defende-la, mais escute, sei que ela pode ser muito ignorante quando quer, mais tente entende-la.

Não respondi nada, apenas acenei com a cabeça confirmando, ela me deixou na porta do quaro dela e saiu, fiquei andando de um lado para o outro, sem saber se batia ou se iria embora, meu coração estava muito acelerado em meu peito, minha boca estava seca, mais decide não fugir então bate na porta e depois de um tempo ela foi aberta pela pessoa mais linda do mundo, ficamos nos encarando nem sei por quanto tempo, minha boca abria e fechava

Várias vezes mais minha voz não saía, diferente do que imaginei Helena  abriu espaço pra que eu entrasse, entrei e olhei o quarto era lindo, amplo, nas cores branca com alguns detalhes em vermelho, observei cada detalhe do seu quarto mais quando olhei pra sua cama meu coração se apertou estava minha carta ainda Lacrada e um isqueiro ao lado.
– Você iria queima-la?

Ela me olhou e desviou o olhar para a carta e me encarou, respirou fundo e disse: - O que veio fazer aqui senhorita Albuquerque ?

Respirei fundo buscando paciência, e respondi: - Vim aqui pra tentar conversar com você, aquilo no seu escritório não pode ser chamado de conversa, podemos por favor, agir como duas mulheres adultas e conversar civilizadamente?
– Vai ficar jogando na minha cara o que fiz com Você? – Não falei aquilo pra “jogar na sua cara como você diz, só queria te lembrar que o erro não foi só meu como disse, tenho noção dos meus erros e acredite ou não eu também sofri as Consequências dos meus atos.
– Seus atos? Tem noção do quanto sofri com isso? Quer conversar? Então vamos! Tem noção do que eu passei nesses malditos oito anos? Eu sofri demais sua falta, passei anos esperando uma mensagem sua, um simples contato seu, fiz tratamento pra porra do meu passado, pra tudo que a merda dos meus tios me fizeram, mais quer a verdade Clara? Nenhuma dor foi maior do que a dor de perder você! Eu estava disposta a abrir mão de tudo e todos por você e do nada, depois de me entregar pra você daquela forma na nossa cama você simplesmente vai embora, tem noção do que foi pra mim acordar e não te ver do meu lado? Tinha planejado todo um dia pra nós, fazermos tudo que nunca fizemos, mais você tinha fugido, FUGIDO!!!! E sabe o que você deixou? A PORRA dessa carta, que eu iria queima-la, porque não aguento mais a indecisão de ler ou não! Nesse momento ela já estava chorando e meu coração se apertou, vê-la assim tão vulnerável acabava comigo, caminhei até sua cama e peguei a carta em minhas mãos, estava com os olhos marejados, abri a carta devagar e Helena  apenas observava meus movimentos, quando a carta estava aberta eu disse:
- Sente aqui por favor, Helena , quero ler a carta pra você!

Achei que ela negaria e me expulsaria do quarto, mais não ela apenas me obedeceu e sentou na cama, peguei uma cadeira e me sentei na sua frente e comecei a ler a carta.

Minha Tentação (ADAPTAÇÃO) ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora