Meu Nêmesis - 𝐩𝐞𝐣𝐚̃𝐨.

O verdadeiro culpado

| Oi gente, normalmente eu não falo no começo dos capítulos pra não cortar o clima de vocês que estão lendo, mas acho necessário fazer um adendo hoje.

Esse capítulo abordar alguns temas sensíveis como uso não controlado de medicamentos, fiz o necessário para não abordar nada de explícito até porque esse nunca foi o meu objetivo com a história. Creio eu, que esse capítulo não gere gatilhos por ser narrado algo mais superficial, mas são vocês que têm parâmetro para a sua sensibilidade e saúde mental!
Aviso desde já que é um capítulo de extrema importância para a construção da narrativa, entretanto, se realmente a leitura deixar de ser algo prazeroso para ser desconfortável, sugiro a interrupção da história. Sua saúde mental deve estar sempre em primeiro lugar.

*Relembrando que todos os gatilhos da narrativa estão nas informações da fanfic.

Boa leitura. |

Nós nos reunimos aqui, fazemos fila, choramos em uma sala iluminada pelo Sol
E se eu estiver em chamas, você também se transformará em cinzas
Mesmo no meu pior dia, será que eu mereci, querida
Todo o inferno que você me fez passar?
Porque eu te amei, juro que te amei
Até o dia da minha morte

— My Tears Ricochet, Taylor Swift.

Pedro Palhares:

— E então Pedro, me explique o que essa quantidade de frascos estava fazendo no lixo.

Nunca na minha vida inteira eu havia sentido isso, essa sensação de impotência, em querer gritar para os céus que isso não importava, eu não precisava de mais vozes me atormentando.

Eu iria encontrar a minha maneira de me curar.

Com visão nebulosa eu tento abrir a boca para me explicar mais nada saia.

Era errado eu só querer me sentir bem de novo?

— Pedro! Estou falando com você. Achei que quando estivesse aqui comigo em São Paulo ficaria bem, e então eu encontro isso. Por que, meu bem? Você usou seu medicamento de 1 ano em pouco mais de 3 meses!

Com mãos nos ouvidos eu imploro para que ela pare.

— Aqui não, mãe por favor.

Sinto sua mão quente no meu rosto e se ainda era possível, a vontade de me derreter em seus braços consegue aumentar.

— É pelo seu pai? Meu amor, ele não está aqui, podemos falar sem nenhum problema, e mesmo se ele estivesse, ele te ama, vai compreender.

— Não é isso.

Sacudo a minha cabeça tentando me livrar de todos os cenários que se passavam nela onde João, que estava do outro lado daquela porta, descobria tudo por trás da minha volta para cá.

Não sinta vergonha de mim, meu filho. Pensei que você já tinha superado tudo o que aconteceu na Itália.

Como? Como eu poderia superar, se todas as vezes que eu encosto a minha cabeça no travesseiro o cenário se repete incansavelmente. Toda a culpa e dor estava enjauladas no meu peito, eu não poderia me livrar delas se no fundo dos meus ossos eu sei que o culpado desse inferno todo sou eu.

— Não posso deixar pra trás um passado  em que eu sou o culpado.

Os olhos da minha mãe pareciam ter dobrado de tamanho após a minha afirmação.