"Pareço brilhar na luz, há tanta coisa em jogo
Nesta vida e como escrevemos uma canção de amorOoh, deixe a luz entrar
Berrando na sua porta dos fundos porque quero entrar
Ooh, acenda a sua luz
Olhe para nós, você e eu, de volta ao mesmo lugarPorque eu amo, amo, amo amar você
Eu odeio, odeio, odeio odiar você
Coloco os Beatles para tocar, acendo as velas, volto para a cama
Porque eu quero, quero, quero querer você
Eu preciso, preciso, preciso precisar de você"— Let The Light In, Lana Del Rey.
Pedro Palhares:
Fernando não era o meu pai.
O homem por quem nos últimos 28 anos eu jurei ser meu pai não continha ligação sanguínea nenhuma comigo.
Eu deveria estar angustiado, talvez triste, que merda! Minha cabeça permanecia dando voltas e mais voltas nas exatas palavras que minha mãe havia me dito, mas eu simplesmente não conseguia sentir dor alguma.
Fernando era um bom pai, tínhamos desavenças algumas vezes mas ele era um bom pai. Então por que em momento algum havia caído nenhuma lágrima do meu rosto? Não havia gritado com a minha mãe por esconder isso tudo de mim e dele por tanto tempo ou ficado assustado como a minha vida havia tido mudanças bruscas nesses últimos meses.
Talvez eu estivesse assim, estranho, porque tudo foi jogado em cima de mim sem aviso prévio algum.
Ou não.
Não parecia muito bem ser isso.
Na verdade, durante essa madrugada os meus pensamentos pareciam terem clareado um pouco. Agora, nessa manhã eu estava aliviado.
Ainda é triste não ter em momento nenhum demonstrado comoção com a perda, mas certamente colocaria culpa nisso tudo a uma única pessoa.
João Vitor Romania.
O homem por quem havia tomado completamente os meus pensamentos não só nas últimas madrugadas como já a muito tempo.Eu não conseguia sentir mais nada senão alívio porque João era tudo o que eu pensava, somente. Enquanto não vencermos a distância física e índole entre nós, nada mais ocuparia os meus pensamentos.
Tinha certo receio só em pensar que quando tudo por fim se acalmasse, a dor da perda de um pai tomaria o meu peito.
Porém, afasto esses pensamentos por um tempo ligado a euforia cogitar ter o amor da minha vida de volta aos meus braços.
[...]
A chuva tomava São Paulo quando o avião por fim pousa. Levando comigo apenas uma pequena mala que me acompanhou durante toda a estadia de quase 2 meses em Belo Horizonte, eu caminho até a saída do aeroporto.
Minhas mãos estavam suadas e minhas pernas bambas.
Recupero o meu celular checando pela vigésima vez se ele havia visualizado a minha mensagem.
Nada.Havia cansado de ligar para João na noite anterior, todas as ligações levavam para o mesmo lugar: caixa postal.
Precisava me acalmar mas a necessidade de vê-lo, tocá-lo, beijá-lo parecia sufocante o suficiente para me angustiar e desejar cometer as maiores atrocidades do mundo.
Eu poderia facilmente correr entre os carros, se assim chegaria mais rápido até ele, gritando que não éramos irmãos. Que há décadas atrás a verdade já vinha à tona.
Eu poderia chorar de felicidade no meio de tanta gente implorando para me levarem até os braços da única pessoa que me pertencia.
Eu poderia até escrever uma música inteira agora, ou o livro lindo sobre o nosso amor. Qualquer atitude meio impulsiva minha parecia suficiente para tentar demonstrar tamanha saudade que eu sentia do meu amor.
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Meu Nêmesis - 𝐩𝐞𝐣𝐚̃𝐨.
FanfictionNo mundo da fama só três coisas importam: poder, reputação e sucesso. Quando se está na sarjeta a urgência aos olorfortes pode ser maior até do que o próprio respeito a sua família, principalmente se a única maneira de se reerguer na indústria musi...