Meu Nêmesis - 𝐩𝐞𝐣𝐚̃𝐨.

Imaturo

Jão Romania:

Eu gosto de ser imaturo com você
Se eu minto é com cuidado pra não perceber
Quero poder implicar com todas suas maneiras

Fumando qualquer coisa pra me entreter
Me arrisco nessa vida, só pra ver você
Toda nossa juventude corre pelas veias

É que eu sou fraco, frágil, estúpido
Pra falar de amor
Mas se for com você eu vou, eu vou (eu vou)

— Imaturo, Jão

Faziam pouco mais de duas horas que eu tinha sido totalmente esquecido no canto da sala, nesse caso até por Maria que agora ressonava sossegada nos braços de Pedro.

Minha sobrinha de apenas 10 meses estranhamente tinha encontrado seu mais novo fascínio:

Pedro Palhares.

E ele parecia um pouco encantado ou até emotivo com a menina, eu entendia muito bem, Maria era perfeita.

Entretanto, apesar dela dormir sossegadamente no colo do moreno, isso não impedia Isabela de colocar o assunto de anos em horas com Pedro, seria cômico se não fosse um pouco estressante para mim.

— Certo, mas uma coisa que eu ainda não entendi é que desde quando você 'tá fazendo visitas ao Jão? Vocês não eram meio brigados?

Minha atenção se volta 100% na conversa do outro lado da sala.

Pedro coça a sua barba por fazer e me olha brevemente como se estivesse me perguntando o que falar.

Dou de ombros, praticamente mandando ele se virar.

Na realidade, eu também não sabia muito bem o que dizer a minha irmã.

Realmente, desde quando Pedro Palhares se tornou uma companhia tão recorrente?

Isso aconteceu antes mesmo do nosso pequeno momento na casa de Renan, talvez antes mesmo da nossa viajem fracassada.

— Como você sabia que éramos brigados?
Pedro franze o cenho me olhando rapidamente.

— Jão sempre desabafa sobre você comigo, ou desabafava, agora ele me esqueceu.

— Isabela! É mentira dela Pedro.

A morena gargalha negando.

Desvio o olhar quando ele se encontra com os do homem que me analisava curiosamente com um pequeno sorriso nos lábios.

Ele estava adorando aquela cena toda.

— Ah é? Ele falava o quê?

— Isabela...
Ameaço.

— Fica 'pra próxima, mas vocês ainda não me responderam.

— Trabalho! Agora trabalhamos juntos e somos obrigados a conviver em harmonia, senão eu já teria arrancado a cabeça dele fora. Não é Pedro?

— Com certeza!

Isabela não parecia convencida.

— E vocês estavam trabalhando agora?

— Claro!

— Não.

Eu e o mais novo respondemos quase em uníssono.

Olho instantaneamente para o moreno o condenando.

— Ah, sim, entendo.
A mulher tenta conter o sorriso mas obviamente falha.
— Vocês sabem que não precisa mentir para mim não é? Eu lembro de tudo, dos jogos de futebol, das brigas bobas de vocês, de como o João ficou mal quando você foi embora. Inclusive das cartas...