Desde que você chegou
O meu coração se abriu
Hoje eu sinto mais calor
E não sinto nem mais frio
O que os olhos não veem
O coração pressente
Mesmo na saudade
Você não está ausente
Em cada beijo seu
Em cada estrela do céu
Em cada flor do campo
Em cada letra no papel— Relicário, Anavitoria
Pedro Palhares:
eu relógio indicava que faziam pouco mais de 3 horas que eu estava naquele cemitério, mas eu tinha completa certeza que o objeto estava quebrado ou coisa do tipo, faziam bem mais que 3 horas que eu estava ali.
Eu podia sentir todos os meus nervos a ponto de explodirem.
Odiava todos aqueles olhares em cima de mim, quase como enojados, torcendo que apenas isso seja suficiente para me tirar daqui.
Quer dizer, fazia pouco tempo que eles haviam enterrado um ente querido da família, sério que a preocupação mais pertinente deles nesse momento é me expulsar do local?
Já falei como eu odeio quase toda a família Romania?
Os odiava tal como odiava cemitérios.
Mas não por qualquer futilidade ou mágoa. Eu realmente odiava, desde o cheiro até o verde da grama que cercava todo o lugar.
Estar em cemitérios me faziam lembrar dos piores dias que eu deixei para trás na Itália, na esperança deles se cicatrizarem com todo o processo de cura que parecia difícil de seguir.
Pisco algumas vezes tentando trazer de volta a minha mente que isso não é sobre mim, estar nesse lugar com essas pessoas não é por mim e está longe de ser.
Meus olhos se voltam para João que continuava no pequeno banquinho ao lado da sua irmã.
Mordo o canto do lábio aflito, sei que eu não deveria me aproximar, passei praticamente a noite passada toda ao seu lado, mas meu peito estranhamente pedia outra coisa; proximidade.
Ao me ver Bela se levanta se afastando, o loiro, já não tão loiro assim, parecia confuso, só então quando tomo o lugar da sua irmã que ele parece entender.
— Você deveria ir.
Com voz baixa e contida ele me diz.— Não!
— Minha família inteira parece está te devorando Pedro.
— Mas eu não estou aqui por eles, pensei que soubesse disso.
Minha mão direita aperta o seu ombro.
Eu não fazia a menor ideia do porque eu estava desse jeito, meio emotivo, mas sentia que eu precisava passar algum tipo de conforto para ele.
— Só não quero que fique aqui por preocupação, eu vou ficar bem.
— Sei que vai.
Concordo mas continuo ao seu lado.
Com suspiro profundo e cansado ele parecia seguir com o olhar alguém se aproximando de nós.
Claro que ele viria.
Carlos Romania.
No seu percurso até nós eu pude contar; haviam cinco rugas na sua testa e ele parecia marchar firmemente até nós com toda a sua prepotência.
— Se retirem daqui!
Pisco algumas vezes tentando processar as suas palavras.
Ele estava expulsando seu próprio filho de um enterro?
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Meu Nêmesis - 𝐩𝐞𝐣𝐚̃𝐨.
FanfictionNo mundo da fama só três coisas importam: poder, reputação e sucesso. Quando se está na sarjeta a urgência aos olorfortes pode ser maior até do que o próprio respeito a sua família, principalmente se a única maneira de se reerguer na indústria musi...