Capítulo 17

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Los Angeles, Califórnia

22 de abril, 2018
Pouco mais de meia noite

Não me lembro quando mais ou menos comecei a gostar desse idiota

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Não me lembro quando mais ou menos comecei a gostar desse idiota.

Talvez tenha sido quando ele começou a se identificar com os caras que eu lia nos meus livros.

Não os mocinhos, ou tampouco os heróis. Nunca gostei de livros onde a protagonista terminasse com os mocinhos. Pelo contrário, eu sempre torcia para que ela ficasse com o vilão, aquele que era…

Idiota.

Babaca.

Filho da puta.

Um cuzão.

Um traficante.

Um assassino.

Um mafioso que gostou dela desde o primeiro momento em que a viu.

Um louco que faria qualquer coisa para demonstrar o seu amor que sentia por ela. Mataria, explodiria, daria qualquer coisa que ela pedisse, acabasse com a vida de quem ela não gostasse, torturasse o cara que ousou a tocá-la, destruísse aqueles que a intimidaram, ou a trataram mal.

Mas, ao mesmo tempo, um vilão que a amasse de verdade, com o amor mais puro, mas também um amor doido, que as pessoas olhariam e falassem: “Eles nunca vão dar certo, são inimigos!”. Para que no final os dois terminassem juntos no céu, na terra ou no inferno.

Um vilão que só teria olhos para ela, que jamais a traísse com qualquer outra — até porque traição não é admissível —, e principalmente um que fosse cadelinha dela.

E qualquer coisa de mal nele se resolve com a droga de um passado triste.

Se você nunca leu um livro assim, você não pode receber o título de leitora. Você já deve ter lido pelos meus um livro de Dark Romance, pelo menos um. Não importa se você odiou, sentiu vontade de jogar o livro pela janela, se arrependeu até a alma de ter comprado, ou já deixou de lado porque odiou o livro.

Eu já li, eu gosto muito, mas também odiei. Odiei porque os livros me fizeram criar um padrão para mim.

E isso meio que é um problema, um problema sério, e foi por isso que eu parei de ler. Eles começaram a mexer com a minha cabeça, já cheguei ao ponto de ler um livro em menos de doze horas!

O fascínio por personagens sombrios se tornou uma espécie de refúgio literário, uma fuga para um mundo onde as regras eram desafiadas e os limites do amor eram testados até o extremo.

À medida que me envolvia nessas histórias, percebi que o contraste entre o amor puro e a escuridão intrigante dos protagonistas, criava um enredo viciante, desafiando minhas próprias expectativas.

Cada página virada era uma imersão mais profunda em um universo onde o certo e o errado se entrelaçavam, e o herói e o vilão eram indistinguíveis, deixando-me cativa de emoções conflitantes.

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