Capítulo 22

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Pov Helena.

Estávamos na praia aproveitando o sol maravilhoso que estava fazendo.

J - O que acha de irmos pular ondas? _ pergunta se levantando.

- O quê? Mas o solzinho aqui tá tão bom! _ falo olhando pra ela através do óculos de sol.

J - Já que não quer pular ondas nós iremos surfar! _ diz dando um sorriso e sai correndo logo em seguida, me levanto para olhá-la, mas logo para no meio do caminho e se vira pra mim - Vem também, amor! _ fala me fazendo dar um sorriso, me levanto e a sigo.

- O que você está inventando dessa vez? _ pergunto sorrindo e logo chegamos numa cabana cheia de pranchas de surf juntamente com instrutores para ajudar as pessoas que queriam surfar.

J - Nós vamos surfar!

- Você me vem com cada uma _ digo balançando a cabeça em negação e dou um sorriso ao ver a carinha de felicidade dela.

Pegamos duas pranchas e dois instrutores vieram conosco para nos ajudar a surfar. A primeira onda que pegamos a onda veio com tudo e levou a gente até a areia, só vi os instrutores vindo até a gente para nos ajudar e Júlia rindo de nós mesmas.

Continuamos tentando por um bom tempo, mas acabou que nenhuma de nós conseguiu realmente ficar um tempo significativo em cima da prancha.

- Achei que você surfou super bem, se o objetivo era cair todas as vezes _ falo rindo e levo um tapinha em meu braço.

J - Eu estava apenas me inspirando nas suas quedas, não percebeu? _ diz sorrindo.

- Claro claro, já previa que eu fosse cair na primeira onda _ digo a olhando.

J - Te conheço realmente bem _ fala sem parar de sorrir e dou um selinho nela.

Até que uma criança veio até nós, chamando a gente pra jogar bola com ele e os amiguinhos, acabamos por ir e nos divertimos muito.

Quando saímos da praia fomos direto pro hotel, tomamos um banho e fomos a um restaurante jantar. Estava sendo maravilhoso passar esse tempo a sós com ela, mas logo precisaríamos voltar a realidade.

[...]

Pov Júlia.

Cheguei em casa depois da longa viagem que tive, tivemos só um final de semana, mas foi tudo perfeito, não poderia ser diferente estando ao lado dela.

Lua me fez contar todos os detalhes da viagem, logo depois jantamos e fui dormir, estava muito cansada e no dia seguinte já teria aula novamente.

Acordei com o despertador e fui direto pro banheiro fazer minhas higienes e tomar meu banho. Me arrumei pra faculdade e comi apenas uma maçã antes de ir.

Chegando lá fui direto pra sala de aula, que não demorou muito para começar.

O dia estava correndo tranquilamente, mas uma aluna de outra turma foi até a sala dizer que a diretora estaria me chamando, estranhei porém me levantei e fui até a sala dela, batendo logo em seguida e ouvi a voz dela dizendo que poderia entrar.

Assim que passei por aquela porta meu coração parou no mesmo instante. Helena estava lá, com os olhos levemente inchados e avermelhados, indicando que ela estava chorando. Pedro também estava sentado em uma das cadeiras.

D - Sente-se Júlia, precisamos conversar _ a diretora diz com sua voz ríspida, sinto um frio na barriga temendo o que fosse aquela conversa. Me sentei na cadeira em sua frente, esperando ela começar a falar. - Acredito que já saiba o motivo de estar aqui _ fala.

D - O seu amigo teve a atitude de vir aqui me contar a verdade sobre vocês duas _ diz e sinto que tudo ao meu redor parou - E agora terei que tomar as devidas providências para que não aja mais esse tipo de coisa na minha faculdade, eu não admito isso!

- Por favor, só não demite ela _ digo sentindo um nó na garganta, eu não sabia o que fazer ou o que falar, não imaginei estar nessa situação um dia.

D - Eu não irei demitir ninguém, mas ela irá mudar o horário de trabalho, indo para a noite _ diz.

- Não! Você não pode fazer isso com a gente...

D - Esse "a gente" não existe! A partir de hoje essa pouca vergonha irá acabar, você sabe muito bem as medidas que posso tomar diante disso. Se vocês se verem alguma outra vez saibam que nada vai acabar bem _ fala me fuzilando com o olhar.

- Você é uma maluca! Nosso relacionamento não é da sua conta _ falo me levantando mas Helena segura em meu braço.

H - Ju, não... _ diz e a olho nos olhos, sentindo lágrimas se formarem.

D - Não encoste mais nela Helena, o seu emprego está por um fio! _ fala e sinto a mão de Helena me soltar - Podem sair agora, irei preparar sua transferência Helena _ diz e a vejo balançar a cabeça positivamente.

Vejo Pedro se levantar e sair da sala, saio logo atrás dele, o seguindo.

- Você é um imbecil! Como teve coragem de fazer isso comigo? Eu confiei em você! _ digo gritando com ele, sem me importar com as pessoas que estavam próximas.

P - Gabriela ela é professora, vocês nunca iam dar certo _ fala cruzando os braços.

- O que você sabe sobre? Nunca esteve com alguém pra saber como é estar apaixonado _ digo.

P - Você não sabe de nada mesmo _ diz balançando a cabeça.

- O quê? Esteve apaixonado por ela esse tempo todo? _ pergunto irônica.

P - Por você, Júlia! Mas tinha que ser tão burra a ponto de gostar da professora, fala sério _ diz e ando até ele mas sinto alguém me segurar, vejo Sofia ao meu lado me lançando um olhar para irmos embora.

- E você tinha que ser tão burro a ponto de estragar a felicidade da pessoa que você "gostava", não imaginava que fosse tão infantil _ falo e vejo Helena saindo da sala da diretora, sinto uma vontade imensa de chorar.

S - Você não tem mais estado para aulas hoje, vamos indo _ fala me tirando da faculdade.

Fomos pro meu carro e Sofia dirigiu até meu apartamento enquanto eu olhava pra um ponto fixo do carro, eu ainda não estava acreditando em tudo que aconteceu, não tinha como acreditar, isso tudo só podia ser um pesadelo. Sinto Sofia me tocar e dizer que havíamos chegado, subimos pro meu apartamento e me sentei no sofá, ela se abaixou em minha frente, me dando um abraço apertado.

S - Eu sinto muito por tudo isso.

- Eu perdi o amor da minha vida _ falo sentindo o choro tomar conta de mim - Tudo aconteceu tão rápido, eu quero voltar no tempo e desfazer isso.

S - Queria saber como te ajudar, mas agora não há muito que possamos fazer _ diz fazendo um carinho em meus cabelos.

- Eu não vou ver mais ela Sofi, não vou mais _ falo com a voz embargada.

Ficamos por um bom tempo dessa forma, eu não conseguia cessar o choro, parecia estar vivendo um pesadelo no mundo real. E era realmente isso.

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A bipolaridade do capítulo 😵‍💫

Fúria do amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora