Capítulo 4

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- Olha isso Heloísa. - disse Margot agitada.

- O que foi? - quis saber Heloísa.

- Essa história ridícula está em todos os sites, a minha suposta namorada. - disse Margot.

- Excelente. - disse Heloísa.

- Excelente o que porra? Eu gosto de homem, H O M E M. Eu jamais ficaria com uma mulher. - disse Margot.

- Estamos falando em salvar a empresa. - disse Heloísa

- Eu não vou beijar mulher. - insistiu Margot.

- Você não acha que tá um pouco repetitiva? Quem disse que você precisa fazer isso? - disse Heloísa.

- Caralho essa situação toda é uma merda. Eu só quero voltar a minha vida normal. - disse Margot.

- Margot senta aqui. Precisamos falar sério aqui, isso não é um brinquedo, a situação é grave, você foi homofóbica e sinceramente não sei como ainda não te processaram. A empresa tá perdendo dinheiro, podemos falir, a empresa que você lutou tanto pra conseguir. Você pode seguir com essa sua personalidade repugnante que eu sei que você gosta de mostrar, mas eu te conheço muito bem e sei que você se importa com a empresa. - disse Heloísa.

Margot respirou fundo, Heloísa era sua assistente e melhor amiga e algumas vezes tinha razão.

- O que eu preciso fazer? - quis saber Margot.

- Basicamente a imprensa já fez por nós. Agora precisamos convencer a garota Lily, a continuar essa mentira. Eu andei fazendo uma pesquisa sobre a vida dela e ela está precisando de dinheiro é a nossa chance. - disse Heloísa.

- Eu teria que fingir que namoro aquela garota mais sem graça impossível, eu acho que conseguiria coisa melhor. - disse Margot.

- Não importa o que você acha, mas sim o que a imprensa acha e eles acham que vocês namoram e assim vai ter que ser. - disse Heloísa.

- A garota mora aqui do lado, eu vou ter que vir para Pinhal? O que essa garota faz? - quis saber Margot.

- Ela é estudante de gastronomia teve que trancar a faculdade, trabalhava de auxiliar de cozinha, mas pelo que descobri a chefe não fazia questão que ela estudasse pois achava que a funcionária poderia no futuro tirar o emprego dela. - disse Heloísa.

- E o que mais?

- O pai mora aqui desde sempre e se aposentou sendo funcionário da sua família na fábrica. A garota se vira sozinha. Ah e outra coisa ela é lésbica assumida. - disse Heloísa.

- Vai querer me agarrar. - disse Margot.

- Eu simplesmente me recuso a responder. Enfim vamos falar com ela, oferecer uma boa grana. E você tentará ser amável. - disse Heloísa.

Lily tinha aceitado jantar com as duas porque Heloísa tinha dito que Margot queria pedir desculpas pela confusão, só por isso Lily aceitou. No fundo ela ainda sentia que Margot não era aquela pessoa tão ruim.

As três se encontraram em um restaurante bem afastado. Heloísa conferiu e tinha apenas duas pessoas no local. Era seguro.

- Primeiro Lily gostaríamos de pedir desculpas por ontem. - começou Heloísa.

- Você fala por ela? - perguntou Lily.

- Chega disso, negócio é o seguinte, estamos aqui para te propor um negócio bem rentável eu diria. - começou Margot.

Lily ficou observando as duas.

- Vamos ser honestas Lily, a imagem da Margot é péssima ela fala muitas coisas, mas no fundo eu sei que ela não é assim. Nossa proposta é a seguinte, queremos fingir que vocês namoram e estão apaixonadas. Seria tudo inventado e você teria que participar de alguns eventos, aparecer em alguns stories, essas coisas. - disse Heloísa.

- Obrigada, mas não. Jamais fingiria namoro ainda mais com alguém preconceituosa. - disse Lily.

- Ei. - irritou-se Margot, mas foi contida por Heloísa.

- Eu sei que não é a situação ideal, mas você pode ver como uma oportunidade de emprego. Nossa proposta é a seguinte, R$ 450 mil por 6 meses de namoro, seria o tempo do final da sua faculdade. Depois você estaria livre. - disse Heloísa.

Lily ficou em choque quase meio milhão de reais pra fingir um namoro que ia contra todo o que ela pensava.

- R$ 500 mil nossa oferta final. Você terminaria sua faculdade, poderia comprar um apartamento ou abrir seu próprio negócio - disse Heloísa.

- Você pesquisou minha vida? - disse Lily.

- É o meu trabalho querida. - disse Heloísa.

- Isso é errado em tantas formas diferentes. - disse Lily.

- Pense assim, um investimento para o seu futuro. - disse Heloísa.

Lily estava pensativa era um absurdo aceitar aquilo, mas na sua situação era uma possibilidade.

- Como seriam esses termos? - quis saber.

- Viveríamos nossa vida, só não podemos ser vistas com ninguém e em dias determinados nos encontraremos e faríamos conteúdo pra postar em dias espalhados. - disse Margot.

- Vocês realmente pensaram nisso né? - disse Lily.

Margot revirou os olhos.

- Não é óbvio? Ou você acha que eu costumo dar R$ 500 mil para a primeira pessoa que eu encontro na rua? - disse Margot.

- Como você se transformou nisso? - pensou Lily um pouco alto demais

- O que? - perguntou Margot.

- Nada, só estou pensando alto. - disse Lily.

- Quando eu receberia esse dinheiro? - quis saber Lily.

- No final do contrato, mas durante os seis meses, sua faculdade será paga e você receberá um valor mensal para se sustentar. - disse Heloísa.

- Uma oportunidade única. Você deveria agradecer - disse Margot.

- 6 meses vivendo com uma pessoa preconceituosa? Isso me parece um pesadelo. - disse Lily.

- Olha aqui garota se você acha que pode falar comigo neste tom...- começou a dizer Margot, mas Heloísa fez sinal para ela parar.

- Então Lily o que você nos diz a respeito da proposta? - perguntou Heloísa.

- Eu aceito, mas só se ela me pedir desculpas pelas asneiras que disse. - falou Lily.

- Isso jamais vai acontecer. - disse Margot se levando e saindo dali.

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