Capítulo 34

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Dois meses tinham se passado, o bistrô de Lily já estava em funcionamento na cidade. Antonella a ajudava e Lily estava pensando em contratar outro funcionário se os negócios continuassem a todo vapor daquele jeito. Não teve mais notícias de Margot, exceto pelas páginas de fofoca, mas agora com tanto trabalho ela agradecia por não ficar vendo notícias sobre ela. Lucya estava marcando em cima, elas trocavam mensagens e tinham saído para almoçar duas vezes. Lucya deixou claro que estava respeitando o momento de Lily. 

Naquele dia em especial Lily estava contente, tinha recebido uma proposta de trabalho, iriam ser responsáveis por todo o bufet de uma arrecadação de fundos para instituições de caridade. Naquela tarde teriam uma reunião e iriam acertar os últimos detalhes. Era um evento grande, Lily tinha conversado com Sabrina que era a responsável pela organização do evento que seria na semana seguinte.

O bistrô fechou por volta da meia noite, Lily estava cansada, guardou as coisas e foi para sua casa. Entrou, tomou um banho e colocou uma camiseta e um short, iria abrir uma taça de vinho e relaxar. Seu interfone tocou, o porteiro perguntou se podia deixar subir Margot Bianchi. 

Lily entrou em choque, não sabia se tinha escutado direito e pediu repetição
Margot Bianchi? Aquilo estava certo. Ela não falava nem via Margot fazia dois meses, o Margot estaria fazendo ali.

Lily olhou as horas, já eram 1 e meia da manhã, o que teria acontecido de tão grave para Margot ir vê-la depois de meses aquela hora da manhã?

- Pode deixar subir. - disse ela.

Uns minutos depois, Margot tocou a campanhia. Lily a olhou e viu que Margot estava mais magra e algumas olheiras tentavam escapar da maquiagem que ela usava. O coração de Lily acelerou, ainda era dificil para ela ver Margot pela internet, pessoalmente era muito pior, todas as lembranças vinham a tona. Haviam passado dois meses, mas seus sentimentos por Margot ainda estavam presentes.

- Desculpa a hora. - disse Margot.

- Tudo bem, quer entrar? - convidou Lily.

Margot entrou.

- Tá tudo bem? - perguntou Lily.

- Não, na verdade tá péssimo. - disse Margot.

- Aconteceu alguma coisa com você? Seus pais? Heloisa? - quis saber Lily.

- Não, com eles está tudo bem, é uma coisa comigo mesmo e eu acho que só você pode resolver. - disse Margot.

- Tá, como eu posso resolver? - perguntou Lily alarmada.

- Eu quero te propor um contrato. - disse Margot.

- Sobre? - perguntou Lily ja nervorsa.

- Basicamente, eu não transo com ninguém há mais de três meses e só você pode me ajudar nisso. - disse Margot.

Lily deu uma risada nervosa.

- Você só pode tá brincando com a minha cara. - disse Lily.

- Eu brincaria com uma coisa seria dessas? - disse Margot.

Lily deu outra risada agora estérica.

- Deixa eu ver se eu entendi, você quer que eu transe com você, é isso? - disse Lily.

- Exatamente, eu preciso saber se eu ainda consigo transar com alguém e como você foi a última pessoa com quem eu transei, talvez isso resolva os meus problemas. - disse Margot.

- Quem você acha que eu sou uma prostituta? Quem você pensa que é para vir até a minha casa propor um acordo desses? Eu sou uma pessoa eu tenho sentimentos. - disse Lily furiosa.

- A gente já assinou um contrato uma vez, podemos fazer outro. - disse Margot.

- FORA DAQUI. - disse Lily visivelmente alterada.

- Ei calma, deixa eu explicar, você vai entender o meu lado. - disse Margot.

- E quando você vai entender o meu? O maior erro da minha vida foi ter aceitado aquele primeiro contrato. - disse Lily.

- O contrato foi bom para ambas, fizemos um bom negócio, agora eu posso explicar a minha situação para que você possa entender? - pediu Margot.

- Bom financeiramente, mas se eu nunca tivesse assinado aquele contrato eu não teria me ap... ap... Quer saber, só sai daqui Margot, vai embora. - disse Lily.

- Você não entende a gravidade da situação, lembra naquela boate que você me viu? Eu fiquei com dois caras e uma mulher. - começou Margot.

- Eu não quero ouvir sobre a sua vida sexual Margot, pelo amor de Deus. - pediu Lily.

- Mas esse é o problema a minha vida sexual não existe, eu não consegui transar com o cara, depois eu tentei com a mulher e também não consegui. Toda vez que as coisas ficavam quentes eu via outra pessoa e automaticamente quebrava o clima. E eu não consigo saber quem é essa pessoa, mas ela tá me atormentando. - disse Margot.

- Talvez um psicólogo resolva, enfim não sei. Tchau Margot. - disse Lily.

- E você acha que eu fiz o que nos últimos meses? Eu simplesmente não consigo transar com ninguém e as vezes nem beijar, sei la parece estranho, não faz sentido. - disse Margot.

- Eu não posso te ajudar nisso. - disse Lily por fim.

- Você foi a última pessoa que eu transei talvez você pudesse, não sei quebrar a maldição? - disse Margot.

- NÃO, eu não sei que tipo de problema você tá enfrentando, mas eu não posso ajudar. - disse Lily.

- Nem pelos velhos tempos? - insistiu Margot.

- Você não consegue entender né? Você é tão egoísta que não percebe como essa proposta é absurda e me machuca? Eu sou uma pessoa, eu não sou um brinquedo sexual. Além  disso em nenhum momento você considerou que eu posso estar saindo com alguém? Será que eu sou tão desprezível para você que você pensou que eu nunca encontraria alguém? - bufou Lily.

- Eu não quis dizer isso... eu apenas. - tentou dizer Margot sendo cortada por Lily.

- Eu tô com alguém, eu tô namorando. Agora tchau Margot. - disse Lily levando Margot até a porta.

- Desculpa, eu... - tentou dizer, mas Lily já tinha batido com a porta na cara dela.

Assim que Margot saiu, Lily desabou no sofá e chorou, lágrimas de raiva. Por que Margot tinha que aparecer de novo justamente no momento que ela achou que sua vida estava tomando um rumo. Seu bistrô ia bem, tinha um buffet para organizar. Chorou até não ter mais forças, foi deitar na cama e apagou.

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