Margot chegou em casa e foi direto procurar por Lily que estava tomando banho. Assim que Lily saiu apenas de toalha se assustou ao ver Margot sentada na cama.
- O que foi? - disse Lily.
Primeiro Margot conferiu todo o corpo de Lily depois disse:
- Sabe o que me deixa excitada? São pelos na região íntima, mas não em toda região apenas nos grandes lábios. Não sei porque, mas eu gosto da mata naquele local. - disse Margot.
- Do nada? Assim sem nenhum contexto? - disse Lily sem entender nada.
- Lembrei agora vendo você nua, na próxima vez que a gente transar se puder deixar uma mini mata, vai ser legal. - disse Margot.
Lily a olhava incrédula com aquele diálogo.
- Enfim, temos um evento hoje. Um jantar de arrecadação de fundos para uma instituição de caridade. Vão ter repórteres então provavelmente vão nos perguntar coisas. É um evento fino, comprei um vestido, acho que ele vai deixar você mais gostosa. - disse Margot.
- Por isso você tá no meu quarto? - perguntou Lily.
- E também pra dizer que saímos em duas horas. - disse Margot saindo do quarto para deixar Lily se arrumar.
Lily pegou o vestido e viu que era de grife, o modelo valorizava os seus seios e bunda que ela tinha uma leve impressão que Margot gostava.
O vestido era dourado e Lily gostou do que viu no espelho. Desceu as escadas e Margot já a estava esperando na sala.
- Vamos? Mas antes uma selfie. - disse Margot.
Margot beijou a bochecha de Lily que sorriu e ela tirou a foto.
- Sabe o que eu estava pensando? Em organizar um leilão beneficente com todo valor arrecadado para as causas Lgbtqiap+. - disse Margot
- Eu acho uma ótima ideia e você finalmente aprendeu a sigla. - disse Lily
Chegaram no evento e havia vários repórteres espalhados. Era um evento aberto cujo objetivo era arrecadar o maior valor em dinheiro possível.
Como já era normal foram direto para o bar. Logo veio um senhor acompanhando de um rapaz , eles queriam entrevistar Margot sozinha.
- Vai lá. - disse Lily.
- Tem certeza? - disse Margot.
- Tenho, tá tudo bem. - disse Lily.
Lily continuou circulando até um homem vir falar com ela.
- Sou representante da Impactei, você gostaria de responder algumas perguntas? - disse o homem.
- Acho melhor esperarmos a Margot voltar. - disse Lily.
- Não há necessidade, a entrevista era só com você mesmo. Por favor? Eu sou novato se eu conseguisse entrevistar você ou a sua namorada, seria a minha grande entrevista da noite. - disse ele.
Lily ficou com pena e acabou aceitando.
- Só algumas perguntas. - disse Lily.
- Como vocês se conheceram? - ele perguntou.
Lily ficou pensativa elas não tinham conversado sobre os detalhes, apenas que foi em Pinhal.
- Em Pinhal. Éramos vizinhas. - disse Lily.
- Então vocês se conhecem desde sempre? - ele quis saber.
- Não, Margot se mudou para Pinhal no ensino médio, eu ainda era uma pre-adolescente, mas assim que a vi eu eu achei ela linda e a admirava muito. Margot só ficou 1 ano na escola e depois foi fazer faculdade. Eu não entendia direito porque eu tinha tanta necessidade de vê-la, embora ela nunca tenha falado comigo. Depois eu entendi que ela foi a primeira paixão platônica e logo em seguida em me assumi lésbica. - disse Lily.
- Que interessante, mas mesmo sendo vizinhas vocês não conversavam? - perguntou o repórter.
- A vida de Margot era muito agitada, ela tinha aulas e a tarde participava dando tutoria para os alunos que tinham dificuldade. Eu fiquei em recuperação e ela me deu uma aula que eu aprendi toda a matéria, era ela boa. - disse Lily.
- Ou você ficou em recuperação apenas para ter como ela tutora? - perguntou o homem.
- É você me pegou foi isso mesmo. Ela foi tão cuidadosa e simpática, me ensinando as coisas com a maior paciência do mundo. Mas só tivemos uma aula, acho que ela teve algum emprevisto e a minha tutora mudou. Foi naquela aula que eu soube que nunca ia esquecer Margot Bianchi. - disse Lily.
- E anos depois vocês se reecnontraram e agora estão aqui? - disse o homem com os olhos marejados.
- Sim. - disse Lily sem graça, ela sabia que tinha falado demais.
- Que história linda, até me emociono ouvindo isso. O primeiro amor da escola e depois vocês crescendo e ficando juntas, que lindo. Posso te dar um abraço?
Lily assentiu e os dois trocaram um longo abraço.
- A representatividade de vocês é muito importante pra gente. - sussurrou o homem.
Lily sentiu que o piso ia desabar, a representatividade mais fajuta isso sim. Era horrível ser a representante de uma mentira.
O homem se despediu e saiu dali. Lily tomou duas doses de whisky e respirou fundo, eram coisas demais pra lidar.
Um tempo depois Margot voltou, revirando os olhos.
- Que coisa chata, sinceramente. - disse Margot.
Lily tomou outra dose de whisky.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntou Margot.
- Eu respondi umas perguntas para a Impactei e o cara me disse em off que o que estamos fazendo está dando muita visibilidade para a comunidade e somos muito importantes. - disse Lily.
- Isso é ótimo. - disse Margot.
- Ótimo pra quem? Pra você? Porque para as pessoas que sofrem preconceito diariamente isso não é ótimo. Fingir que estamos juntas, mexendo com os sentimentos de milhares de pessoas, isso não é ótimo. - bufou Lily.
- Ei calma, não é o momento de discutirmos isso. - disse Margot.
- Pra você não é e nunca vai ser. Quando isso tudo acabar, eu vou ser a maior das hipócritas ou melhor eu já sou. Preciso ir ao banheiro. - disse Lily saindo dali.
Margot ficou sem saber o que fazer, não queria escândalo.
Lily foi até o banheiro e deixou algumas lágrimas que teimavam em cair.
- Tá tudo bem? - perguntou Lucya assim que a viu perto dos espelhos.
Lily não disse nada apenas continuou onde estava.
- Vocês brigaram? - quis saber Lucya
- Não aconteceu nada, eu só preciso de um pouco de ar e já vou voltar. - disse Lily.
Lucya deu um abraço apertado e Lily retribuiu.
Será que era tão difícil para ela ser amada por alguém de verdade?
- O que está acontecendo aqui? - foram as palavras de Margot assim que entrou no banheiro.
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Fake Dating
RomanceMargot é rica, hétero, egocêntrica e polêmica. Lily é uma estudante lésbica, sem dinheiro e desempregada. Completamente opostas uma da outra, as duas concordam em fingir um namoro durante 6 meses, afinal nada poderia dar errado não é mesmo?