No dia seguinte, Margot estava tomando café quando Lily chegou. Ela não sabia ao certo se Lily iria continuar com aquilo, desde a noite anterior, mas talvez a presença de Lily significasse que sim.
Margot levantou e esperou Lily sentar, tinha muitos donos de hotéis ali e ela não queria causar qualquer tipo de alvoroço.
- Vamos continuar com isso? - perguntou Margot baixinho.
- Eu tô aqui, não tô? - disse Lily.
- Depois do seu show ontem a noite eu achei que você fosse desistir do contrato. - disse Margot.
- Como eu se tivesse dinheiro para isso. - disse Lily ignorando Margot.
- Nosso voo é amanhã de manhã, hoje temos um almoço e o resto do dia é livre. - disse Margot.
- Ok. - disse Lily.
As duas seguiram em silêncio até terminarem o café.
- Vou dar uma volta, te encontro no quarto. - disse Lily.
Margot observou ela indo caminhar pelo hotel. Margot voltou até o quarto ia descansar até o horário do almoço. Foi até a varanda e ficou observando Lily caminhando lentamente ao longe.
No início Margot tinha ficado brava com as palavras de Lily, ela também não conhecia sua história e não sabia nada da relação caótica que ela tinha com os pais. A única pessoa que durante muito tempo ela considerou sua família era seu avô que obrigava sua mãe e pai a passarem as datas comemorativas, depois disso, ela não tinha nenhuma lembrança de um Natal ou aniversário que passou junto com os pais. Sua mãe havia respondido seus parabéns uma semana depois com um emoji.
Mas em um ponto Lily tinha razão ela não era lésbica e não sabia como era ser assim, mas ela jamais admitiria que Lily tinha razão nesse ponto.
Chegou a hora do almoço e a duas foram almoçar. Lucya chegou e perguntou se podia sentar junto com elas.
Lily assentiu e Margot revirou os olhos.
- O que pretendem fazer no tempo livre? - perguntou Lucya.
- Ainda não pensamos nisso. - disse Lily.
- Achei que Margot teria planejado um encontro romântico nesse friozinho. - disse Lucya.
- Eu preparei, mas era surpresa, já que você arruinou a surpresa eu programei um tour para gente. - disse Margot.
Lily a olhou com uma cara de quem não estava entendendo nada.
- E você? - perguntou Margot.
- Eu vou visitar uma série de restaurantes na cidade, estou tentando expandir os meus conhecimentos gastronômicos. Você ia adorar Lily. - disse Lucya.
Margot já estava ficando irritada com aquele almoço.
- Não se preocupe Lucya também tem alguns restaurantes no nosso tour. - disse Margot.
As três terminaram de almoçar e Lucya se despediu.
- Que garota insuportável, só falta comer você com os olhos. - reclamou Margot.
- Ela só está sendo simpática. - disse Lily.
- Avisa essa insuportável que ainda falta 5 meses até ela poder comer você. - disse Margot.
- Chega disso, vamos pro quarto. - disse Lily.
- Quarto nada, essa insuportável vai visitar restaurantes e a gente vai visitar a cidade, vamos tirar várias selfies e postar. - disse Margot.
- Você realmente planejou um tour? - perguntou Lily.
- É óbvio que não, mas nada que o dinheiro não consiga. - disse Margot pegando o celular.
Duas horas depois elas estavam em cima de um ônibus turístico passando pelos pontos turísticos da cidade.
Margot estava indignada com a situação precária do ônibus, o guia falava em um microfone altíssimo e pra completar as janelas não fechavam direito.
- Nada que o dinheiro não compre não é mesmo? - debochou Lily.
- Vai se foder, isso é que dá dar ouvidos a recepcionista. - reclamou Margot.
- O que exatamente você perguntou? - quis saber Lily.
- Eu disse que queria um tour pela cidade que fosse mais em conta, pra não passarmos uma imagem de ricas e esnobes. - disse Margot.
- Mas você é rica e esnobe. - disse Lily.
- Foda-se eu só queria aparentar outra coisa e agora estamos nesse programa de índio. - disse Margot.
- Primeiro que é indígena e segundo que essa expressão é ofensiva e terceiro, tirando as suas reclamações a cada 5 segundos eu tô gostando bastante. - disse Lily.
- Começou a politicamente correta a encher o saco. - disse Margot.
Lily ignorou o comentário e continuou prestando atenção no guia. Elas foram em vários lugares, até serem deixadas em frente a um restaurante para jantarem.
- Nem fodendo que vamos comer aí. Nosso programa acaba agora, chega. - disse Margot puxando Lily.
- Para onde vamos? - perguntou Lily.
- Para um lugar descente que tenha pelo menos uma estrela. - disse Margot chamando um carro.
Entraram em um restaurante no centro da cidade.
- Finalmente, um lugar descente. - disse Margot.
As duas foram encaminhadas para uma mesa.
Margot pediu uma garrafa de vinho, bife Wellington e depois pediu salmão grelhado.
- O que você quer? - perguntou Margot.
- Queria experimentar os aspargos, com aligot e bife Wellington. - disse Lily.
- Que tipo de pedido é esse? - quis saber Margot.
- É o meu prato final da cadeira da faculdade, quero experimentar os sabores. - disse Lily.
O garçom trouxe os pedidos. Assim que deu a primeira colherada Margot já sabia que não era o mesmo gosto da comida do seu avô.
- Parecido? - perguntou Lily.
- Bom, mas não, nem um pouco. - disse Margot.
- O aligot é muito bom e o bife também. - disse Lily.
- O que mais seu avô costumava fazer?- perguntou Lily.
- Várias coisas, mas a pizza e o bife Wellington eram o carro chefe. - disse Margot.
- Seu avó nasceu onde? - perguntou Lily.
- Ele veio da Itália quando tinha 15 anos , seu pai era italiano e a sua mãe francesa. - disse Margot.
- Cozinhas diferentes que aparentemente ele conseguiu unir.Talvez eu consiga reproduzir a receita dele - disse Lily.
- É impossível, eu já tentei em vários lugares. - disse Margot.
As duas terminaram de jantar e voltaram ao hotel. Dessa vez Margot tomou banho e já voltou vestida do banheiro. Lily foi logo em seguida e as duas deitaram na cama.
- Até que foi legal. - disse Lily.
Margot revirou os olhos.
- Vamos dormir que amanhã cedo voltamos a realidade. - disse Margot, desligando a luz e a duas adormeceram.
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Fake Dating
RomanceMargot é rica, hétero, egocêntrica e polêmica. Lily é uma estudante lésbica, sem dinheiro e desempregada. Completamente opostas uma da outra, as duas concordam em fingir um namoro durante 6 meses, afinal nada poderia dar errado não é mesmo?