Capítulo 35

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- VOCÊ FEZ O QUÊ? - disse Heloisa.

- Você entendeu. - disse Margot.

- Você foi na casa da Lily pedir para ela transar com você. Margot você é maluca? - disse Heloisa.

- Para de drama, não seria a primeira vez. - disse Margot. 

- Pera aí, vocês já transaram? Como assim? - disse Heloisa ainda mais alarmada.

- Algumas vezes, durante o contrato você achou mesmo que eu ia conseguir ficar seis meses sem sexo. - disse Margot.

- Mas agora a situação ficou ainda pior. - disse Heloisa.

- Pior por quê? - quis saber Margot, agora parando de mexer no notebook em sua sala e prestando atenção Heloisa.

- Eu sou sua funcionária e também sua amiga a muito tempo, mas agora eu preciso ser apenas sua amiga. Você é burra ou o quê? - disse Heloisa.

- É serio Heloisa? Me poupe dos seus comentários que não me ajudam em nada. - disse Margot.

- Margot você já parou para pensar sobre aquela entrevista de como Lily te conheceu sobre você ser o primeiro crush dela? Você já parou para pensar sobre as fotos dela em Pinhal chorando na praia? É serio que nunca te passou nada pela cabeça? - quis saber Heloisa.

Margot a ficou observando.

- Essa garota te ama, Margot. É só prestar atenção nos detalhes, a forma como ela te olhava quando vocês ainda estavam fingindo e depois de saber que vocês já tinham transado fica mais evidente, ela te ama. E você ter ido até a casa dela propor sexo depois de meses que vocês não se falavam deve ter destruído o coração dela. - disse Heloisa.

- Você tá dizendo que a Lily pode tá apaixonada por mim? Você tá maluca Heloisa, ela não tá apaixonada por mim, se tivesse eu saberia ou ela diria. - disse Margot enquanto um filme passava pela sua cabeça.

Lily brava porque ela não tinha ligado ou mandado mensagem, ela esquecendo o aniversário de Lily e ela fingindo que estava tudo bem. As fotos de Lily na praia chorando, as incontaveis vezes que Lily fez o bife welligton até a receita ficar igual ao de seu avô, o fato de Lily ter ligado para seus pais, o jeito que Lily cuidou dela quando ela ficou doente. Finalmente a ficha de Margot tinha caído, Lily era apaixonada por ela.

- Caiu a ficha agora? A garota te ama. - disse Heloisa.

- Amava, ela me disse que esta saindo com alguém. - disse Margot.

- Eu não sei o que essa garota tem, mas os últimos seis meses você amadureceu demais Margot, aquela Margot que estava constantemente nas páginas de fofoca não existe mais, a Margot que eu conheço que tem um coração gigante, ela tomou conta da Margot que gostava de mostrar uma imagem que não era dela. E Lily tem grande contribuição nisso, ela te ajudou a mudar, mesmo que você nem tenha percebido. Então a questão aqui é a seguinte, você a ama de volta? porque se a resposta for sim, então não importa se ela tá namorando ou não, você vai ter que lutar por essa garota. - disse Heloisa.

- Eu preciso pensar. - disse Margot.

Margot pegou sua bolsa e saiu dali, dirigiu até o cemitério onde seu avô estava enterrrado e sentou ao lado da sepultura e deixou as lágrimas cairem.

- Eu estou em um dilema aqui vovô e quem sabe o senhor não pode me ajudar a resolver? Eu sou uma completa idiota, imbecil, egoísta e sem noção. Eu não percebi o que estava diante dos meus olhos, Lily é a pessoa mais incrível e amorosa que eu já conheci, e hoje eu me dei conta que ela me ama ou amava, enfim eu não sei. Mas o fato é que eu não mereço o amor dela, Heloisa disse que eu tenho que lutar pelo amor dela, mas como eu vou lutar por uma coisa que eu não mereço? Eu a tratei mal desde o primeiro dia que nos conhecemos, eu fiz ela ter que mentir para toda uma comunidade, eu nunca dei valor as coisas que ela fez por mim eu fui totalmente escrota. - disse Margot entre lágrimas.

- Como eu vou ter a coragem de dizer que eu também a amo se eu não a mereço? Amor não é isso cuidar, proteger, dar carinho? Eu nunca dei nenhuma dessas coisas para ela. Como eu posso agora dizer que eu a amo se ela esta com alguém que provavelmente esta fazendo todas essas coisas que eu não fui capaz de fazer? Por que eu não percebi isso antes? Porque eu tenho que ser tão egoísta e só me importar com os meus sentimentos com a minha dor. Eu não me importei nem em saber o dia do aniversário dela, enquanto no meu até para os meus pais ela ligou. Eu sou uma vergonha vovô, eu não mereço o amor dela. - disse Margot.

Um trovão cortou o céu e começou a chover. Margot continou sentada no mesmo lugar que estava.

- Eu sou um fraude vovô, eu tinha tudo nas mãos, mas não percebi e agora eu perdi ela, e a única culpa disso tudo é minha, por ser não conseguir enxergar o que estava diante dos meus olhos. -disse Margot ainda chorando.

- Com licença moça. - pediu um rapaz.

- Oi? - disse Margot.

- Eu trabalho aqui e acho melhor a senhorita sair, a chuva está muito forte pode acabar pegando uma gripe. - disse o rapaz.

- Eu já vou indo. - disse Margot se levantando e saindo.

- E senhorita, o amor é capaz de perdoar tudo, mas para isso precisamos estar dispostos a lutar por ele.-  disse o rapaz.

Margot se virou para responder, mas o rapaz não estava mais ali. 

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