Heloísa estava em reunião com Margot e Lily. Na semana seguinte teria um evento no México que ela queria que as duas fossem, mas Margot não estava afim.
- Eu simplesmente não quero encontrar meus pais nesse evento. - disse Margot.
- Eles ainda não confirmaram presença e esse evento pode ajudar nas conexões para a expansão da marca que você tanto quer para o exterior. - ponderou Heloísa.
Margot bufou e saiu da reunião para atender uma ligação.
- O que você anda fazendo com ela?- perguntou Heloísa.
- Nada, por quê?- quis saber Lily.
- Ela mandou fazer uma pesquisa, quer saber qual a porcentagem de funcionários trans nós temos aqui. Solicitou uma doação de R$ 100 mil reais a uma ONG para pessoas lgbtqiap+ e esta planejando mais coisa. - disse Heloísa.
Lily sorriu, não sabia que a reunião de domingo tinha causado tanto efeito em Margot.
- Eu a levei numa reunião semanal da ONG. - disse Lily.
- Não sei do que se tratava, mas mexeu muito com ela. - disse Heloísa.
Margot voltou a reunião e o assunto foi encerrado.
- Confirma esse evento, vamos para o México. - disse Margot e Heloísa assentiu.
A semana passou corrida e logo chegou o sábado, dia da festa de Antonella.
Margot estava entediada deitada no sofá.
- 1 mês e 2 semanas sem sexo. - disse Margot.
- Tenho uma proposta pra te tirar do tédio. Hoje é aniversário da Antonella ela vai comemorar numa boate e somos convidadas. - disse Lily.
- Não, obrigada. Bebida me dá vontade de transar, coisa que eu não posso fazer então, não. - disse Margot categórica.
- Ela é minha melhor amiga. - disse Lily.
- É só você ir simples. - disse Margot.
- Você sabe muito bem que precisamos ser vistas juntas. Como vou chegar em uma boate lgbtqiap+ sozinha? A imprensa vai cair matando e a Heloísa também. - disse Lily.
- Ainda é uma boate gay? - reclamou Margot.
- Lgbtqiap+. - disse Lily.
- É só você não beber ficamos meia hora e vamos embora, ela é minha melhor amiga, vai ficar chateada se não formos. - insistiu Lily.
- Não. - disse Margot ligando a tv.
- Eu fico te devendo um favor, você pode pedir algo em troca. - disse Lily.
- Qualquer coisa? Isso é interessante. - disse Margot.
- Qualquer coisa. - disse Lily.
- Beleza eu vou, mas fique ciente que você tá me devendo uma. - disse Margot e Lily assentiu.
Margot subiu e se arrumou.
- Vamos de Uber eu não vou dirigir. - disse Margot.
As duas chegaram na boate e o lugar estava lotado. Cumprimentaram Antonella e Margot foi pegar um drink.
- Eu não acredito que vocês vieram. - Antonella gritava emocionada.
Lembrando os velhos tempos, Margot empinou três tequilas e depois foi para o whisky, o próximo passo era observar o ambiente e encontrar um alvo. Como ela não podia fazer isso ficou só no whisky. Se ela não podia transar ao menos podia dançar.
Encontrou Lily tomando um coquetel de morango com Antonella.
- Vamos dançar? - convidou Margot.
Lily assentiu e as duas foram até a pista de dança.
- Tem uns caras bem bonitos aqui. Todos são gays? - perguntou Margot.
- Não necessariamente, mas alguns sim. - disse Lily.
- Que desperdício, porque eles escolheram ser gays. - disse Margot.
- Eles não escolheram nada, ninguém escolhe, é a nossa orientação sexual, você acha que alguém ia escolher sofrer preconceito ou ser corrido de casa? - disse Lily e Margot ficou pensativa, sabia que Lily tinha razão mas não daria o braço a torcer.
- O que você tá tomando? - perguntou Lily.
- Coquetel de morango. - Margot provocou e fez uma careta.
- Whisky? - convidou Margot e Lily tomou um gole acabando com o whisky.
- Obrigada por secar meu copo. - reclamou Margot.
Lily estava se sentindo estranha, ela não sabia o que era, mas aquela situação toda a deixava desconfortável.
Margot a pegou pela mão.
- Vamos pegar mais bebida. - disse Margot.
Assim que chegaram no bar, Margot encostou no ouvido de Lily.
- Tem um cara com umal celular filmando a gente a noite toda. Tá com uma camisa azul e óculos, provavelmente de algum site de fofoca. Disfarça e olha. - disse Margot.
Lily disfarçou que estava dançando e viu o homem disfarçar que estava tirando foto do lugar.
- Foi por isso que você me convidou para dançar? - perguntou Lily.
- Sim, eu queria ter certeza que ele estava nos vigiando. - disse Margot.
- O que a gente faz? - quis saber Lily.
- Damos munição pra ele, vamos continuar dançando e curtindo a festa. - disse Margot. Lily assentiu.
Ela só queria um pouco de privacidade era o aniversário da sua amiga porque eles simplesmente não as deixavam em paz?
- Eu só queria ter uma vida normal. - disse Lily.
- Daqui a 4 meses e 3 semanas. - disse Margot puxando Lily para a pista de dança.
Margot colocou o braço na cintura de Lily e deixou os rostos bem colados.
- Vou te girar e você olha se ele está tirando fotos. - disse Margot.
Lily conseguia sentir o hálito dela e aquilo estava muito desconfortável. Lily olhou e viu o homem tirando fotos delas sem parar.
Margot girou Lily e a pegou pela cintura.
- Acho que é o suficiente. - disse Lily ficando tonta.
- O Gran finale seria eu te dar um beijo
- disse Margot.- Provavelmente é o que ele está esperando já que nem disfarça mais que tá tirando fotos nossas. - disse Lily.
- Vamos dar ao público o que eles querem? - perguntou Margot.
- Quem tem problemas com isso é você. - disse Lily.
Antes que Lily terminasse de falar, Margot a puxou e deu um selinho breve e logo a soltou.
O homem sorriu satisfeito olhando para o celular.
- Quem sabe agora possamos ter paz. - disse Lily.
- Eles não vão descansar, eles querem um escândalo qualquer coisa. - disse Margot.
- Preciso beber. - disse Lily e Margot foi junto.
Tomaram quatro doses de tequila juntas e sentiram o mundo girar na volta delas.
- Acho melhor irmos, o cara segue no nosso pé. - disse Margot.
- Vamos antes que a matéria dos sites amanhã seja o novo casal do momento caindo de bêbadas em boate. - disse Lily.
- Não seria novidade para mim. - riu Margot.
Chamaram um Uber e foram para casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fake Dating
RomanceMargot é rica, hétero, egocêntrica e polêmica. Lily é uma estudante lésbica, sem dinheiro e desempregada. Completamente opostas uma da outra, as duas concordam em fingir um namoro durante 6 meses, afinal nada poderia dar errado não é mesmo?