Capítulo 38

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As duas estavam sentadas no sofá de Lily. Margot desejou ter um copo de whisky para conseguir se acalmar. Ela sabia que aquela era uma conversa definitiva e ela precisava usar as palavras certas para não botar tudo a perder.

- Então? - disse Lily já impaciente e Margot não disse nada.

- Eu tenho que abrir o bistrô as 18 horas. - avisou Lily.

- Tudo bem, eu vou falar. - disse Margot.

- Fala logo, a Margot que eu conheço falava as coisas na cara sem medir as consequências. - disse Lily.

- A Margot que você conheceu, não é mais a mesma e você tem culpa nisso tudo. - disse Margot.

- Eu? - disse Lily.

- Sim. Você me fez perceber como eu era uma pessoa egoísta e talvez ainda seja, não é uma coisa que se mude da noite para o dia. Você me levou naquela ONG e me fez perceber como eu vivia na minha bolha fechada e não ajudava ninguém. Você fez eu finalmente conseguir me entender com meus pais e eu sou muito grata por isso. - disse Margot.

Lily foi tentar falar, mas Margot não deixou. 

- Você tem razão a Margot das últimas semanas é uma Margot diferente, porque eu queria mostrar para você que eu posso ser uma pessoa mais carinhosa, mais amorosa. Só que eu acabei metendo os pés pelas mãos, eu não deveria querer me comparar com Lucya, eu sei que vocês tão juntas e ela é uma pessoa bem melhor que eu, ela combina mais com você, vocês tem os mesmos gostos, eu sei disso. Mas eu resolvi arriscar, eu resolvi lutar por você. - disse Margot.

- Eu não sei se estou entendendo o que você tá querendo dizer. - disse Lily.

- O que eu to querendo dizer é que eu sou chata, mimada e insuportável e você é amorosa, carinhosa, simpática e um amor de pessoa. Somos dois opostos, eu tô disposta a ser o que você quiser que eu seja, para ficarmos juntas. - disse Margot.

- De novo eu não sei se estou entendendo certo. - disse Lily.

- Eu tô completamente e loucamente apaixonada por você. Só que eu só fui perceber isso, depois que eu fui na sua casa pedindo por sexo e você me expulsou, eu sou uma completa idiota que não entendia o que estava sentindo. Aquele dia da boate, eu tava bêbada e vi você dançando com uma pessoa, de longe eu achei que vocês estivessem juntas e beijei um cara, esperando que você pudesse ver. Mas depois eu vi que era Antonella que estava com você. Eu beijei o cara e não senti nada, nem tesão, nem coisa nenhuma e eu não entendi, porque eu gostava de beijar pessoas aleatórias era divertido. Eu resolvi então tentar beijar uma mulher, talvez fosse esse o problema e eu beijei uma menina e enquanto eu a beijava eu imaginei você, mas eu era covarde demais para admitir isso para mim mesma e então você apareceu e viu a gente e eu quis me enfiar em um buraco. Nos dois meses que se passaram eu tentei beijar outras pessoas, homens e mulheres, mas eu simplesmente não conseguia, porque eu sentia que era errado e eu sempre via você neles. Quando eu finalmente entendi que eu não conseguia ficar com ninguém eu não queria ficar com ninguém além de você e eu estava me forçando a tentar voltar a uma vida que não fazia mais sentido. - disse Margot.

Lily estava em choque ela não sabia o que dizer.

- Foi quando eu percebi que eu te amava, mas ai você já estava saindo com Lucya eu fiquei me perguntando se eu deveria te dizer como eu me sentia, porque eu não me achava merecedora do seu amor, eu tinha feito tantas coisas que te magoaram e eu não queria mais te magoar, então eu fui até o tumulo do meu avô e pedi conselhos para ele. E resolvi que eu deveria lutar por você e por esse amor. Mas é dificil lutar quando eu achava que não te merecia, por isso eu tentei ser o mais parecido com Lucya porque eu sabia que vocês sempre se deram bem, mas ai acabei botando os pés pelas mãos. Mas o que eu quero que você entenda é que eu te amo, muito mesmo, mas principalmente eu quero que você seja feliz e se essa pessoa que pode te fazer feliz for a Lucya é só você me dizer que eu desapareço da sua vida. - disse Margot.

Lily estava em choque era informação demais para ela conseguir absorver.

- Então quer dizer que você não transa a exatos 4 meses? - disse Lily.

- Eu tô quase morrendo aqui para me abrir e contar tudo o que eu tô sentindo e você só conseguiu prestar atenção nisso? Ah não Lily. Mas respondendo a sua pergunta, sim rumo aos 5 meses - disse Margot.

- E como você está lindando com isso? - quis saber Lily e Margot estava sem entender.

- Eu ainda gosto de sexo, e sinto falta de transar, só que a última pessoa que eu transei subiu muito o sarrafo e agora eu só quero repetir com ela e com mais ninguém. - disse Margot.

- E essa pessoa, a última que você transou era tão boa assim? - provocou Lily.

- Eu não vou fazer propaganda sobre ela, sabe como é, não quero concorrência, mas ela é maravilhosa em todos os sentidos e me fez descobrir coisas que me dão tesão que eu nunca imaginei que seria capaz de ter. - disse Margot.

- Realmente essa pessoa deve ser boa. - disse Lily.

- Mas além do sexo, essa pessoa tem tantas qualidades e eu me recrimino todos os dias por ter percebido elas tão tarde. E eu só queria uma chance para tentar fazer tudo diferente. E eu vou tentar ser a pessoa que ela precisa. Eu só preciso saber se ela me dá uma chance? - perguntou Margot olhando para Lily que estava em silêncio.

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