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               Capítulo Treze

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               Capítulo Treze

Wuxian

Não dormi a noite toda, ainda não tinha dormido esta manhã. Meus pensamentos não paravam, não paravam de ficar fora de controle, emaranhando passado e presente, e minha musa estava em constante movimento em minha mente.
Foi no meio da manhã quando percebi o que tinha feito, que deixei Lan Zhan sozinho a noite toda, que não sabia onde ele estava, ou se estava bem... E o que iríamos fazer? Jesus Cristo, o que diabos nós íamos fazer? Como demorei tanto para ver? Admitir para mim mesmo o que eu provavelmente sabia há anos, mas não me permitia reconhecer.

Pensar em Lan Zhan e pintar clareou minha cabeça, abriu meus olhos, tinha...
O som da porta se abrindo veio do outro cômodo, e então ela se fechou, ecoando pelo apartamento.

— Lan Zhan? — Corri pelo corredor. Eu estava uma bagunça, em nada além de minha cueca. Perdi o controle na noite passada. Estava frenético e não me permiti ver além de tirar a imagem do meu coração e colocá-la na tela. Eu tinha derramado tinta e tinha acertado minha barriga e meus dedos e quem sabe onde mais. Meu pulso estava acelerado, meu peito pronto para explodir, enquanto meus pés deslizavam no chão e eu virava a esquina.
Ele estava lá, na cozinha, as mãos enfiadas nos bolsos da calça jeans. Eu podia ver a exaustão que se agarrava a ele, podia ver isso em seus olhos melancólicos, na curva dos ombros, e no jeito que olhava para mim, perdido e inseguro.
Tão apaixonado. Como eu tinha sido tão cego?
— Você não dormiu. — disse, sua voz áspera e quebrada.
— Não. Você também não.
— Não. — Ele respondeu.
Eu não conseguia parar de olhar para ele, vendo tudo claramente de uma forma que nunca me permiti.
Lan Zhan olhou para baixo, sua insegurança ali, na forma como seu olhar encontrou o chão. Esse pedaço dele ele não deixaria ninguém ver além de mim. Quantos presentes como este momento ele tinha me dado, apenas a mim, ao longo dos anos?
Observei-o, o bronzeado dourado de sua pele, e desejei poder ver o azul cinza de seus olhos. Ele estava cansado, mas parecia mais arrumado do que eu jamais senti que estaria, mesmo nos dias em que eu não passava uma noite acordado e pintando freneticamente. Seu cabelo arrumado como se ele tivesse feito isso, e sua barba por fazer era perfeita. E Jesus, por que nunca me deixei ver isso antes? Realmente ver?
— Você é lindo pra caralho. — Eu disse, e o olhar de Lan Zhan se ergueu, colidindo com o meu. Eu vi o lampejo de algo acender lá, mas como se ele estivesse tentando reprimi-lo. Quando Lan Zhan não respondeu, eu disse: — Como eu poderia não saber? Este tempo todo. Como não percebi?
—  Wuxian? — Ele perguntou, meu nome uma pergunta. Ele deu um passo em minha direção, e depois outro.
— Eu tinha que saber... em algum lugar, lá no fundo, sabe? Mas estava com medo de reconhecer que existia porque, irmãos à parte, como você pode me amar assim? Como alguém como você pode sentir o mesmo por mim? É por isso que eu não te disse que sou pan, eu acho... e porque eu não poderia me apaixonar por mais ninguém, porque não poderia amá-los. Meu coração já era seu, e eu estava com muito medo de admitir, até para mim mesmo.

𝐅𝐨𝐫𝐜̧𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐨𝐬 𝐋𝐢𝐦𝐢𝐭𝐞𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora