fourth

528 69 75
                                        

Lee Minho POV

Flores. Ele me deu flores. É agora que eu pulo?

Não do prédio, galera, vou pular é em cima dele! Jisung é cheio das supresinhas, e eu que me lasque pra fingir não gostar dele. Deus, eu tô sabendo fingir? Nossa, ele deve me achar um idiota.

Tá bom, flores dizem muito... Não sei o significado delas, mas depois eu procuro no Google. Ou ele deu por respeito? Admiração? Pra me deixar que nem um bobo aqui? Essas horas o Changbin não aparece!

Certo, caminhamos até perto da pista de skate que ficava mais no centro da imensa praça, lá havia banquinhos em volta e obviamente íamos ficar nesses, a gente é sedentário e temos uma vista bonita pra apreciar, é melhor do que se acidentar de skate.

Eu me senti gelado, não sabia se era o vento da noite esfriando, ou a presença de Han e somente Han. Os três apressadinhos estavam andando e fazendo manobras naquelas curvas fundas que eu nem sei o nome, ou seja, estavam fazendo coisas que eu acho entediante.

- Você quer morango? - Hannie me perguntou do nada, confesso que eu tava brisando olhando umas montanhas mais distantes, pra poder pensar nele sem ser culpado.

- Vende morango aqui...? - eu nem sabia, tinha umas barracas ali perto, porém durante o inverno não visitamos aquele lugar, e por isso não fazia ideia mais nem do que era vendido.

- Sim... Morango com chocolate, vou pegar, quer? - eu odiava um pouco esse jeito de Jisung, parecia que falava as coisas simplesmente por falar, mas ao mesmo tempo eu tinha certeza que não era só isso, ele não fazia esses atos - por mais simples que parecessem - com os outros, mesmo que fosse nada mais que um favor.

- Tudo bem, eu quero. - nunca vi ele levantar tão rápido quanto naquele momento, parecia nervoso e querendo ficar longe de mim.

Não foi muito agradável essa sensação, entretanto eu teria que lidar com isso pelo resto da minha vida, aliás, pelo resto da minha vida ao lado dele. Senti um alívio quando Felix foi me cumprimentar, seu sorriso fofinho e sua voz grossa que não combinava nada ao menos me relaxou.

- Tá tudo bem, Minho hyung? - ele indagou encarando meu rosto desconfortável, consegui desfazer e mantive a postura.

- Não é nada... O vento tá gelado aqui... Pelo menos a vista tá bonita. - encarei o pôr do Sol de novo e ri anasalado, conseguindo distrair o Lix.

- Você veio sozinho? - não, ele não tinha reparado o Han e nem a bicicleta fofa dele de longe, o que me deixava surpreso, como alguém consegue ignorar aquela existência fofa?!

- Não, Jisung foi me buscar... Ele tá comprando comida. - cometi o erro de olhar na direção dele e vi o que mais temia, aquele esquilinho sorridente com os espetos doces nas mãos, correndo pequenino na minha direção e me entregando um dos morangos, nem parecia o mesmo que havia praticamente me dispensado pelo doce.

- Oi, Lix! Não comprei pra vocês já que tão andando... Nisso aí. - ele fez um bico fofo e apontou o skate, que obviamente sabia o nome, provavelmente só queria ter usado um verbo como "skating" e não achou na nossa língua.

- Ah, tudo bem, vou voltar pra lá logo, deve ser minha vez de novo. - o Lee mais novo sorriu e me deixou naquele clima com o Han outra vez, não que ele tivesse culpa.

Jisung sentou do meu lado, próximo demais considerando o tamanho do banco, seu braço tocava no meu lateralmente, e toda vez que eu tentava direcionar meus olhos nele, só focava naquela boquinha pequena em torno do morango.

Concentra, Lee Minho!

Eu juro, juro que nunca olhei com malícia pro meu dongsaeng. E não é isso que eu quero dizer quando falo da boca dele. Só parece macia demais pra ninguém tocar... Principalmente pra eu não tocar! Eu queria ser aquele morango. Eu desejava ser o morango com chocolate nas mãos dele. Eu almejava estar nas mãos dele.

Que ele já tem meu coração, meio mundo sabe. E com meio mundo, eu quero dizer só o Bang Chan e alguém que possa ler minha mente. Não sei o que faço com meus sentimentos por ele, só não quero o machucar, e nem virar um incomodo, muito menos o "hyung tarado que me encara comendo", como saíria na voz dele.

- Eu tô sujo? - ele me tirou do transe quando eu encarei demais, droga, tinha me perdido em pensamentos e agora sim Hannie ia me achar um louco.

- Não, desculpa, eu tava pensando... - não menti, e também não falei a verdade, porém desviei o olhar de seus olhos por puro nervosismo, encarando o céu alaranjado outra vez - Hoje tá um dia bonito. - falei qualquer coisa, por que eu sou assim?

- É verdade... Ainda mais sem nada pra fazer, a não ser esperar os skatistas pararem de brincar pra gente ir comer mais. - o moreninho riu, aquele risinho pequeno como quem não quer nada, mas ele queria muito, queria era se livrar de mim.

- Quem foi que começou tudo isso, ein? - eu perguntei sobre o passeio no geral, o convite sempre chega pra todo mundo, eu só não raciocinei da onde partiu dessa vez.

- Acho que o Chan hyung e o Bin que queriam... Sei lá, carentes de interação social. - eu não superava essa introversão do Jisung, que só existia quando ele ia reclamar de algo, toda vez que era zoeira ele ria em seguida, e quando não era ele revirava os olhos. Foi a primeira opção, nesse caso.

- Eu tô carente de comida, então tá ótimo. - enchi minha boca com um morango inteiro pra ver se ficava quietinho, fazia bem pra mim, pra Han, e para o mundo todo.

Ele riu de mim, fofo como sempre, e continuou naquela brincadeira com minha sanidade de morder os morangos com calma, sorrindo vendo os outros se acidentando. Hyunjin não estava ali, muito menos as duas crianças do grupo, o que deixava o clima menos agitado.

Certo, talvez eu devesse puxar um assunto, mas ele nem tentava nada, às vezes murmurava sons de dor como se estivesse sentindo o Bin caindo, só de ver ele se ralar todo em umas manobras radicais, e isso significava que não estava nem um pouco focado em mim.

Tudo bem, Hannie, os morangos já foram o suficiente... E as flores também. Que droga, eu fico tentando afastar a ilusão de que ele goste de mim, porém é tão difícil ser racional! Ele não busca ninguém de bicicleta, ele não leva flores pra ninguém que seja seu amigo, e muito menos ofereceria na maior boa vontade pagar algo relativamente caro.

- Tá com frio, hyung? - repentinamente ouvi a voz dele um pouco mais grossa, que só existia em assuntos sérios, e o mesmo tirou o casaco cinza que usava, reparando meu rosto pálido e meu queixo tremendo às vezes.

- Um pouco... - poderia dizer que não entendi a ideia dele, mas assim que me deu sua blusa, estava mais claro ainda que se preocupava comigo.

Não sei o que fazer com ele.

Não sei o que fazer com ele

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
secret secret - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora