eleventh

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Han Jisung POV

~> secret secret
fingir estar bem me deixa ainda mais solitário
olhando para um lugar diferente, completamente sozinho
não importa quantas vezes eu tente desenhar e apagar minhas preocupações
mesmo que eu repita isso várias vezes, nada muda
acho que algum dia eu vou me acostumar com isso
eu provavelmente vou esquecer desse sentimento e continuar vivendo
se eu me mantiver ocupado, talvez as coisas fiquem bem
da mesma forma que o solo endurece depois da chuva e as flores desabrocham novamente
eu me esforço para sorrir mais
os dias estão ficando mais longos
estou ficando cada vez mais cansado
eu me sinto sozinho no mundo
vou me dar bem enganando meu próprio coração?
vou deixar minhas preocupações na chuva que cai
para que não se infiltrem dentro de mim
amor, está caindo
até a última gota
deixe-as ir com um sorriso no rosto
até a última gotinha nas pontas do meus dedos

Fechei meu caderno quando terminei de escrever, eu estava prestes a chorar e meu coração doía. Fiz tudo pensando em meu amor por Minho, ele é como "minha musa", não sei se isso tem uma versão masculina.

Nos últimos dias venho em uma onda lírica da minha parte, e isso até me assusta um pouco, nunca estive tão criativo, mas é muito legal sentir a poesia escapar de mim, sempre gostei de ser livre ao estar sozinho com minhas palavras.

Como uma bela sexta-feira a noite, só consigo pensar no que comer e como me divertir sozinho. Ou quase sozinho. Fiz macarrão ao molho branco para mim e meu irmão, quando cozinho sem ninguém eu costumo fazer coisas de outras culturas, já que adoro tentar receitas novas.

Servi nossa mesa, quatro lugares, meus pais preferiram o comum do coreano que minha mãe fazia, e tudo bem, só de poder comer algo que eu mesmo fiz me sinto um pouco orgulhoso, ao menos poderia sobreviver sozinho.

Conversei com meu irmão durante o jantar, o papo chato que quem começou foi a dona Han que começou, quando perguntou da namorada dele. Gosto de minha cunhada, ela é uma boa pessoa, e me alivia muito saber que não preciso me preocupar em criar a família tradicional, a fim de não perder a linhagem.

- Fico feliz que Sohee esteja bem... - minha mãe e seu sorriso falso, porém não importa, ela faz isso pra todos - E você, Jisung...? - disse como quem não queria nada, fazendo eu me segurar pra não revirar os olhos naquele momento.

- Eu tô bem também, assim como ela. - dei de ombros e comi mais, que droga, eu morria de medo de falar dos meus sentimentos e virar algo verdadeiro e sincero, não podia confiar tanto assim.

- Mas e a Hyunseo... A filha da vizinha, ela não gostou das presilhas e te dispensou? - a mulher veio com as presilhas de novo, faz quase um ano que as comprei, tudo pela pessoa que eu verdadeiramente amo, e ainda assim ela acredita que seja a garota que mora perto de mim.

- Não, mãe, não deu certo... Não é nada demais. - eu fechei a cara para fingir estar triste com a situação, eu nunca quis a menina nem como amiga, entretanto usava do nome dela e de sua imagem para pretender ser hétero, e saía na vantagem.

- Ainda vai funcionar, campeão! - meu irmão me ajudou a disfarçar, não que ele saiba que eu sou gay, contudo deve ter certeza que meu problema nunca foi a garota vizinha.

- Tudo no seu tempo, Ji, várias meninas gostam de você... - ela e seu jeito fofoqueiro, só concordei silenciosamente e terminei de comer, indo lavar meu prato quando me retirei da mesa, afinal não sou empregado para cuidar do que é dos outros.

Subi pro meu quarto antes de ouvir mais coisas desnecessárias, tranquei minha porta e liguei a televisão, abrindo uma música da minha playlist, era qualquer coisa só para eu não ficar no silêncio.

secret secret - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora