seventh

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Han Jisung POV

Acordei no melhor dos humores domingo. Não sei o que aconteceu, mas eu tava louco pra cozinhar, ouvir música, talvez ver um filme e andar na rua. Meu irmão só dorme, e eu não vou julgar também, afinal ele trabalha pra conseguir sair de casa há um bom tempo.

Levantei e fui direto colocar uma roupa apresentável, já que meus pijamas são puramente rasgados e velhos. Vesti uma camiseta azul marinho e outra calça moletom, dessa vez preta, porque é só o que eu visto nesse clima gostoso.

Desci direto pra cozinha e fui mexer na geladeira, não tinha muita coisa, porém eu achei fermento biológico e pensei em fazer pães. Certo, então era só achar uma receita de pão doce, é disso que eu gosto.

Fui fazer o creme primeiro, o famoso creme de confeiteiro, coloquei meus fones de ouvido e fui separando os ingredientes, misturando o que ia na panela antes de botar no fogo. Eu não sei o porquê de estar tão feliz.

O que importa é que não tinha ninguém pra me incomodar. Meus pais estavam passeando em algum lugar, e eu, em casa fazendo uma das minhas coisas favoritas. Fui fazendo o pão com calma para não errar, até que finalmente pude botar a mão na massa.

Não vou mentir, a primeira coisa que pensei quando comecei a amassar ela, foi nos braços do Minho. Sim, eu aperto eles às vezes, porém nunca demonstrei gostar de fato. É muito macio e confortável, eu queria deitar neles, e o que importa é que naquele momento me causou risos.

Fui sovando aos poucos até poder deixar na vasilha pra descansar, e aí eu comecei a lavar as louças. Também vou afirmar que adoro lavar louças, é um tempo pra pensar e ir limpando, e a sensação final me agrada muito, a não ser que algum ser humano venha colocar mais coisas sujas em seguida.

Untei a forma que ia usar e distribui a massa, já faziam 30 minutos que ela descansava então estava boa assim. Fiz uns cortes pequenos na parte superior desejando que ficasse um espaço pra eu colocar o creme, e assim espalhei gema por cima.

Deixei dentro do forno que estava pré-aquecido e logo subi pro meu quarto, aproveitando mais ainda pra poder ir tomar um banho, eu não estava sujo só que ajudava muito a despertar. Nem lavei o cabelo, era desnecessário, coloquei a mesma roupa de antes e meias, meus tênis ficavam perto da porta, e tinha um moletom lá também.

O pão tava cheirando gostoso quando eu olhei no forno de novo, acendi a luz pra conferir e tava douradinho, então desliguei e fui tirar ele de lá. Com o auxílio da luva fiz isso e deixei sobre a bancada, procurando um prato melhor pra servir.

Foi difícil? Talvez. Tirar da forma era complicado por estar muito quente, mas eu tinha um objetivo no dia: levar um pão pro meu gato que amassa pãozinhos. Traduzindo: levar pão doce pro Minho.

Consegui passar o creme por cima e polvilhei açúcar de confeiteiro, ficou lindo e eu até tirei uma foto. Achei potes bonitinhos e um deles era verdinho claro, combinava com o Min, e esse sim foi o motivo de eu escolher.

Com cuidado cortei a massinha gostosa e deixei na vasilha, tendo que cortar o resto pra guardar ali mesmo, e o que sobrou do creme eu escondi pra comer sozinho depois, sempre faço isso.

A forma eu deixei pra lavar depois, estava com preguiça, então peguei meu celular e minha chave, vesti meu tênis na saída e peguei minha bicicleta; o melhor meio de transporte já inventado.

Coloquei o pote na cestinha, e também passei no mercadinho perto de casa rapidinho, comprei duas caixinhas de leite de banana pra ele, não tava caro e mesmo se estivesse eu não me importaria em fazer isso pra alimentar ele.

Cheguei lá sem medo, afinal eu não iria ficar muito tempo com ele, não esperava isso. Bati na porta e chamei Minho várias vezes, até que ele abrisse a porta com um rostinho inchado de cansaço e os cabelos bagunçados.

- Bom dia, Minnie! - eu falei sorrindo, me sentia alegre com aquele rostinho dele, droga, eu tenho que parar de ser tão apaixonado - Só vim trazer pãozinho doce, você quer?

- Pão...? - o mais velho parecia meio confuso, eu devia ter avisado antes - Nem o leite é meu? - droga, eu esqueci que tava na outra mão e que nem sacolinha tinha, sou péssimo.

- Ah, sim, o leite também é seu. - levantei as duas coisas na direção dele, querendo pedir desculpas e ir embora logo - Não quer...?

- Claro que quero, Hannie, não tô raciocinando direito... - ele me olhava muito disperso, porém logo pegou os dois e sorriu pequeno - Não vai ficar? - isso era pra ser um convite ou pedido de socorro?

- Não, tudo bem, aproveite... Se tiver ruim, me fala. - eu fui saindo andando de costas porquê não queria deixar de enxergar ele. Pare de ser assim, Lee Minho!

- Tá bom, tchau... Nada que você faz é ruim! - o garoto só gritou depois que eu já tinha virado e andava mais rápido até minha bike, e tudo bem, aceitei o elogio e sorri olhando pra trás.

Fui de volta pra casa. Esse era meu único "rolê" possível pra um domingo de manhã, mesmo que não fosse tão cedo. Voltei e a primeira coisa que vi quando pisei dentro de casa, foi o senhor Junghee (pura ironia, é só meu irmão chato) comendo o pão que eu tinha feito.

- Aproveitador! - disse olhando ameaçador pra ele, era brincadeira, porém eu fazia meu drama.

Ele riu e me deu um tapa nas costas, não muito forte, era zoeira nossa desde sempre. Peguei do meu pão também, claro, esquentei dois pedaços e passei manteiga, subindo de volta pro meu quarto, me joguei na cama e peguei o caderninho preto, eu precisava escrever.

é tão difícil falar com o minho!
eu amo, amo ele. mas não consigo ficar perto dele e me manter normal. exatamente pelo fato de gostar demais! ele deve me achar um chato
eu vivo fazendo coisas pequenas e demonstrativas, mesmo com medo, não sei me calar
tudo bem que muitas aparentam apenas amigáveis, o negócio é que eu não faço isso com outros amigos, já que não me sinto tão assim com eles.
todos são muito importantes, não quero desmerecer, mas ter Minho na minha vida parece algo muito superior ao resto, principalmente quando levo em conta minha sensações perto dele, seja de proteção, alegria, segurança, carinho...
tudo é melhor ao lado de Lee Minho!
eu tenho medo sim dele descobrir que eu o amo e ficar me zoando por isso pro resto da vida, enquanto eu finjo que era tudo zoeira.
se eu tenho outra solução? não.
pretendo continuar fazendo coisinhas pra ele, pensando nele em todos meus movimentos, procurando o fazer um pouco feliz na medida do possível todos os dias.
sei que ele nunca fez por mal, e não tem ideia do que sinto, mas imagino se eu pudesse estar no lugar dele (ou seja, ser amado pelo meu melhor amigo) o quão mais legal não seria.
não posso dizer que sou triste com tudo isso, entretanto sempre poderia ser melhor. poderia ser nós. eu e minho. como um casal, e não como uma dupla de amigos como todas as outras de nosso grupo.
lee minho + han jisung = minsung? acho que sim.

- aquele que deseja que exista "minsung"

secret secret - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora