Han Jisung POV
Aquela foi uma das atitudes mais inesperadas da minha parte, porém ao mesmo tempo muito necessária. Eu estava tão confortável com Minho que o mundo parecia não existir.
Deitei no ombro dele e continuamos lendo, mas não tudo, em algum momento cansamos e paramos, já havíamos chorado demais, porém rimos também, nos abraçamos e ficamos na tentativa de prometer tudo aquilo, sempre dotado de sinceridade.
- Te vejo amanhã então, Minmin. - abraçar e dizer "tchau" outra vez era difícil, ao mesmo tempo eu já sabia que não seria como foi na última semana, estaria tudo melhor - Vá de presilha... Quero ver você todo fofinho. - a essa altura do campeonato eu já estava quase que mandando em tudo que ele fazia, entretanto sempre por bem.
- Vou levar as amarelinhas pra colocar em você! - exclamou e me deu um beijinho na bochecha, correndo com seu jeito fofo indo em direção a rua - Tchau, meu Jiji! - quase gritou acenando para trás, me deixando todo bobo ali plantado.
Não queria que ele tivesse indo embora, apesar disso ser necessário já que logo minha família apareceria em casa, parecia errado perder sua companhia. Esperei ele sumir da minha vista e subi para meu quarto, não queria nem tomar banho pra deitar e dormir, como eu costumava fazer, pois seu cheiro estava em mim e perder isso também era desperdício.
Deitei e afundei o rosto no travesseiro, outra vez pensando que um dia seria ele. Nesse contexto, parecia mais real, meu gatinho havia me dado esperanças e até beijinhos, eu não tinha mais dúvidas do que sentia por ele, não que fosse possível, mas de certa forma eu pretendia não assumir. Agora era real.
Dormi tão bem que só acordei pra jantar, ainda sentindo o abraço dele muito próximo, quase que em mim de fato, contudo na tentativa de não demonstrar nada eu comi correndo e voltei pro meu quarto, evitando sorrir até pro bolo de chocolate na cozinha.
Ao menos descansei mais de noite, me permitindo tomar banho só antes de ir pra aula, assim quando chegasse lá ia dar um jeito de roubar o cheiro dele de novo, e ter Minho comigo.
Vesti meu uniforme, ajeitei meu material, falei com minha mãe normalmente e comi um pedaço do bolo. Aproveitei pra colocar dois pedaços em um potinho, encaixando na minha bolsa, pra dividir com meu miauzinho depois.
Não demorou muito para eu estar na escola, andava mais rápido e ansioso, cheguei antes dele e mexi nos meus materiais compulsivamente, até ouvir seus passos - esses que eu reconhecia como ninguém.
- Oi, Min! - sorri alegre vendo ele caminhar com um sorrisinho. Com sua permissão ou não, o abracei com força assim que a mochila estava sobre a cadeira, talvez ele tenha ficado confuso mas correspondeu de imediato.
- Bom dia, pequeno... - sua voz baixinha perto do meu ouvido. Seus braços circulando minha cintura. Na minha mente, já tínhamos 3 cachorros, 8 gatos e anos de casamento.
- A gente pode ficar aqui? - ele entendeu e murmurou positivamente, fazendo eu sorrir e manter meus olhos fechados, não queria ver se tinha alguém observando, queria que fosse apenas eu e meu Minmin.
Como eu estava de costas pra parede, ainda que não encostado nela, ninguém via muito o que acontecia ali, então Minho me fez carinho. Outra vez, ele estava acariciando minhas costas com calma e respirando fundo contra meu pescoço. É por isso que talvez eu queira ter ele pra sempre e nada mais.
- O Changbin tá vindo... - avisei vendo o Bin andar tropeçando ao mexer no celular.
- Não é você que diria "e eu com isso"? - me perguntou soltando um pouco para conseguir olhar em meus olhos e sorrir pequeno - Em breve teremos que contar. - fez eu sorrir também, alisando meu cabelo dessa vez, logo sentando em seu lugar, e de repente nenhuma das mãos quentes cuidavam de mim mais.
- Ô povo gay... - o Seo disse pra receber um tapa estalado nas costas, como sabia que eu faria, rindo doloroso antes de tentar revidar, mas eu sabia me proteger - Esquilo abusado! - ficou puto, só que eu não acreditava, então ri e deixei ele ser livre, agora que não me bateria mais.
- Você que é gay, Changbin... Felix e Hyunjin que os diga. - levantei as sobrancelhas e fingi decepção, negando com a cabeça - Um dia você vai ter juízo. - rimos os três juntos e logo a aula começou.
Aproveitei todos momentos de distração do professor pra apoiar meu queixo no ombro do Minmin e cheirar seu cabelo. Agora eu não disfarçava mais, ele sabia o que eu estava fazendo ali, e tudo bem. Simplesmente tudo bem. Era apenas o começo de nossa vida, onde nos permitiamos sentir.
Apesar desses momentos fofos durante a aula, nada vencia o intervalo. Eram 20 minutos livres, ou seja, 20 minutos para ficarmos de boiolisse velada.
- Vamos comer, não vou te deixar passar fome, Hannie. - mal abriu a boca e já julgou meus hábitos alimentares, mas como não estava errado, aceitei e fui, com um falso bico dramático nos lábios, esse que só desfiz quando nossas mãos estavam entrelaçadas e andávamos juntos até o refeitório.
Pegamos pães e logo ficamos sentadinhos ali, Minho fazia carinho em meu joelho por baixo da mesa. Não tinha nada de intenções nisso, aliás, tinha, a intenção era me deixar feliz e me fazer amado. Eu sabia disso, principalmente quando nos olhamos e ele sorriu envergonhado, brincando com minha saúde mental.
- Você quer jantar lá em casa? Minha mãe te chamou. - eu só arregalei os olhos com a informação "minha mãe", como assim a dona Lee queria minha presença? Espera, ela estava sabendo de algo?
- O quê?! Por quê? - era quase como se eu fosse morrer.
- Calma, Ji... - lá estava aquele gato desgraçadinho rindo da minha cara - É só pra comer... Mas ela... Ela sabe um pouco...
- E-ela... De nós? - quase sussurrei em tamanho medo naquele exato segundo.
- Sim... Não se preocupa, ela não tá brava, ela só quer ser legal, lindinho. - sua mão apertou minha bochecha suavemente, como se pudesse tirar o nervosismo de mim.
- Tá... - suspirei pensando em como encarar a dona Lee - Que horas?
- A hora que eu aparecer na sua porta. - Minho parecia uma máquina que só servia pra me atrapalhar todo.
- Nada disso, horas? - cutuquei a cintura dele pra ver ele rir e se contorcer antes de responder de verdade.
- Te busco 19h40.
- Nem pra você dizer "te pego"? - ele tinha uma opção tão boa e não se aproveitou, então sim, fui obrigado a reclamar.
- Ainda não te peguei... E não é hoje que eu pretendo. - riu suave e me fez emburrar, não queria esse tratamento, queria um Minho rendido e aos meus pés.
- Bom saber que não gosta de mim assim... - a dor falsa do meu drama me machucava de verdade, era como se voltássemos a mentira de antes.
- Gosto, mas te amo o suficiente pra saber que seria bobo desperdiçar nossos primeiros beijos em uma noite de nervosismo, devido a minha mãe querendo ver você, e essas coisas todas. - ele estava certo, só que não era legal admitir - Eu te busco e te encho de abraços, pode ser? E não tire as presilhas do seu cabelo... Quero que a gente continue combinandinho assim, pequeno.
- Tá... - empurrei minha bochecha em seu ombro antes de me levantar, o intervalo acabaria logo.
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secret secret - minsung
FanfictionOnde Han Jisung e Lee Minho escrevem um sobre o outro secretamente em seus caderninhos. Porém, Jisung acaba perdendo o seu, e quem o acha é Minho. ~ minsung ~ fluffy/soft ~ 2023; finalizada!