twenty-fourth

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Lee Minho POV

Fiquei sentado naquela esquina e parecia uma eternidade. Eu não queria que Jisung tivesse que sair da própria casa, ao mesmo tempo que não confiava em deixar ele lá e ficar só com o contato virtual, era óbvio que meu pequeno sabia mentir com coisas simplesmente digitadas.

Fiquei encarando a parte da casa dele até o ver sair, um alívio ou não, então me levantei e aguardei ele se aproximar um pouco pra evitar que seus pais me enxergassem, seu rosto sério e inchadinho de choro, aquilo me quebrava demais.

- Vai ficar tudo bem... - sussurrei ao abraçar ele com força, antes de qualquer coisa, seu rostinho procurou se esconder em meu pescoço e eu não reclamaria - Vou te levar pra casa... Você quer vir no colo? O hyung ajuda. - eu com certeza não era o homem mais forte do mundo, mas podia o ajudar um pouquinho, pelo menos até sairmos de perto de sua casa.

- Não... Leva minha bolsa... - meu bebezinho fungou, que dor, aquilo doía nele e em mim - Não me solta, por favor. - implorou quando nossos olhos se encontraram naquele ambiente razoavelmente escuro, a rua tinha o céu alaranjado pelo pôr do Sol, entretanto Jisung não perdia o brilho.

- Nunca! Não te solto por nada, esquilo. - beijei sua testa linda e limpei seu rosto suavemente, tirando a mochila das costas dele, uma menor estava amarrada na escolar, isso aparentava pesado, e realmente era quando experimentei carregar - Anda comigo, pequeno. - pedi assim que abracei sua cintura lateralmente e ele se apoiou nos meus ombros.

Com calma, andamos até minha casa, meus pais estavam lá pois era domingo à noite e não costumavam trabalhar nesse momento, o que foi bom para ter ajuda e ruim por ter pessoas para nos interromper.

- Oi, filho, como... - minha mãe ouviu o barulho da porta e veio logo falando, até ver o Jiji encolhido do meu lado.

- Já conversamos, pode ser? Deixa ele lavar o rosto, mãe. - pedi e ela compreendeu na hora, voltando para a sala onde estava antes.

Subi as escadas com calma e o levei para meu quarto, vulgo nosso quarto, pude me desfazer daquelas malas pesadas dele e lhe abraçar outra vez, beijando o topo de sua cabeça devagarinho ao alisar suas costas.

- Eu tô aqui, hm? Pode chorar... Não sou bom com palavras como você, mas eu te amo, tá? - falei baixinho e mantive o corpo dele grudado no meu, começando a balançar nós dois delicadamente para o acalmar como um bebê - O que você quer hoje...? Quer ver filmes comigo? Quer comer cheesecake? Mamãe fez pra você. - citei minha mãe sorrindo pequeno, ela estava sendo meu melhor apoio nessa fase.

- Eu quero... - sua voz saiu bagunçada e abafada em mim, porém entendi plenamente - Preciso... Preciso lavar o rosto, hyung. - tão frágil e pequenino, com os olhos tão rosados quanto as bochechas e a ponta do narizinho, ele me disse - Não me deixa sozinho. - parecia brincar com minha sanidade, eu claramente não faria isso, principalmente com receio de o perder.

Andamos de lado, convenci ele a darmos passos como caraguejos e isso o fez rir um pouquinho, principalmente quando sua perna não abriu o mesmo que a minha, devido a calça limitadora que ele usava.

- Quer um banho? Quer colocar pijama? - perguntei enquanto ele lavava o rosto, ouvindo apenas murmúrios negativos - Quer descer e conversar com sua so- tia Lee? - quase brinquei com nosso relacionamento ainda inexistente, mas lembrei que não era a hora ideal.

- Sim, quero conversar com minha sogrinha. - seu sorrisinho pequeno e conformado apareceu - Antes de deitar eu tomo banho... Não vou sujar sua cama, prometo.

- Desde quando você é sujo, Jiji? E é nossa cama, o trato foi esse, se precisasse vir pra cá, esse espaço seria seu também. - dei uma bronca disfarçada ao apontar seu rosto lindinho de perto, antes que voltássemos a sala de estar com as mãos dadas.

- Oi, Jiji, vem cá. - Hyojun chamou batendo ao lado de si no sofá, Hannie me encarou e eu confirmei com a cabeça, demonstrando que estava tudo bem.

Só soltou minha mão quando eu sentei consigo perto dela, a mão da mais velha tocou seu cabelo e fez um carinho antes de lhe oferecer um colo materno, basicamente um abraço meio lateral que servia seu ombro ao meu pequeno.

- Eu sinto muito... Não sou a melhor mãe do mundo, mas estou disposta a cuidar de você também, tá? - ele não via, porém eu sim, e ela tinha um sorrisinho pequeno no rosto, provavelmente orgulhosa de si por ter evoluído e dele por ter tido a coragem de enfrentar seus medos - Independente do que te disseram, você é um garoto muito bom e forte, e vai passar por tudo isso de cabeça erguida, sabendo que estamos do seu lado, não é?! Somos quatro contra o mundo... Ou seus amigos também estão conosco? Hm?

- Estão sim, titia. - Jisung riu suave da maneira que ela disse, sentindo-se menos pior, principalmente agora que eu, seu quase namorado, alisava suas costas.

- Então pronto, somos um grande grupo contra a homofobia, vamos vencer esse mal juntinhos. - logo soltou ele, me devolvendo meu esquilinho, pois não demorou nada pra eu sentir seus braços no entorno da minha cintura e poder apoiar o queixo na cabeça do pequenino - Vocês ficam fofinhos juntos, entendi o que minha mãe me dizia... Já passei cada coisa por você, Lee Minho. - levou a mão até a testa para fazer um drama, querendo contar alguma história para nos distrair.

- O que esse mocinho fez, dona Hyojun? - Hannie indagou já querendo zombar de mim pra meio mundo.

- Roubava minhas maquiagens quando era pequeno... Uma vez sumiu uns 10 minutos apareceu cheio de batom, bem no dia que os avós dele vieram visitar, acredita?! Não soube o que era pior, ouvir que ele era uma criança sem educação ou que estava interessado em coisas de mulheres... - ele riu e isso fez eu não me preocupar com as baboseiras curiosas que ela dizia - Hoje sei que nenhum dos dois importava, meu meninão cresceu e agora vai casar e ir embora de casa. - voltou ao seu drama, então eu senti um tapinha nas costas e me assustei, vendo meu garoto me soltar.

- Vai casar e não me contou?! Eu devo ser um bobão mesmo. - cruzou os braços e fez um bico feio, imaginei que fosse brincadeira pois realmente não tinha outra explicação pra isso.

- Vocês já estão fazendo complô contra mim? Na minha própria casa? Pai, me salva! - entrei na deles e fiz minha atuação, muito mal feita, aliás, contudo eu estava tentando.

- E eu com isso, Lee Minho? Seja homem e admita seus atos. - minha referência de Lee se pronunciou simples, continuando a prestar atenção em seu jogo no celular, com certeza não tinha ouvido nada.

- Não estou saindo de casa e nem casando, dona Lee, estou namorando e trazendo ele pra casa, isso sim! - agarrei ele num abraço lateral mesmo com seu rostinho emburrado, sabendo que com beijinhos na bochecha macia eu conseguiria desfazer aquilo, coisa que comprovei em seguida.

- Na minha frente não. - minha mãe reprovou achando que eu iria o beijar de verdade, mal sabe ela que isso nem aconteceu até hoje.

- Sim, senhora, perdoe pelo seu filho invasivo. - me tocou a ponta do nariz e me empurrou suavemente, droga, eu amo meu pequeno Han.

- Vamos jantar, comprei pizza! - ela se levantou e foi correndo para a cozinha, sem muita velocidade, apenas para nos animar, então fizemos o mesmo e fomos nos divertir um pouco.

- Vamos jantar, comprei pizza! - ela se levantou e foi correndo para a cozinha, sem muita velocidade, apenas para nos animar, então fizemos o mesmo e fomos nos divertir um pouco

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secret secret - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora