twenty-second

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Lee Minho POV

Depois que fui pra casa, organizei todo meu quarto enquanto organizava os pensamentos também, eu estava feliz e ao mesmo tempo queria me controlar para não agir no impulso em nenhum momento, eu prezava muito o respeito a calma e ao Ji, principalmente, apenas precisava dar um passo de cada vez.

- Mãe, posso arrumar a mesa já? - perguntei invadindo a cozinha, enquanto a via começar a pensar no que cozinhar.

- Já?! Não tem comida ainda, filho... - ela não entendeu a pressa, coitada, mal sabia que eu ainda precisava me arrumar e buscar ele.

- Faz bibimbap... E bulgogi, ele ama bulgogi. - pedi quase implorando, pois não queria o decepcionar com alguma coisa que não gostasse.

- Tá... Então arruma o que der, depois pode ir buscar ele. Não deixe o Jisung andando sozinho na rua à essas horas. - apontou o dedo na minha direção como um conselho que parecia bronca, então me curvei e fui ajeitar as louças.

Coloquei tudo que podia ali, o que seria necessário, roubei o vaso de flores da sala e deixei no meio da mesa de jantar, para parecer algo mais planejado e bonito. Han se importava com detalhes.

Logo subi e tomei um banho frio, fiquei cheiroso e coloquei uma camiseta preta acompanhada de uma calça moletom mais clara, não usaria jeans pois em breve estaria em casa de novo e isso não era necessário.

Fui caminhando para a casa dele e mal bati na porta para ver seu rostinho, não pude o abraçar e nem ter movimentos bruscos naquele lugar, afinal sua família estava ali e eram ótimos fofoqueiros.

Juntei nossas mãos ao virar a esquina, o silêncio estava confortável e suficiente até chegarmos pro jantar, abracei ele no hall da entrada e matamos a mínima saudade.

- Fica à vontade, tá? Meu pai não está aqui. - sorri pequeno pra tentar lhe tranquilizar, alisando seu ombro coberto por uma camiseta parecida com a minha, mas não me contive em tentar acariciar sua bochecha fofinha.

- E o que isso significa? Ele não sabe? Não que seja um problema... Porque... Ninguém lá em casa pode saber também... Eu não sei o que fazer quanto a isso. - disse rapidinho e nervoso, eu continuei sorrindo porque ele era lindo.

- Eu sei que não sabe como lidar com sua família... Mas minha mãe é sua família também, e eu quero que a gente possa conversar com ela, tecnicamente ela é mais responsável e pode nos ajudar a lidar com tudo isso, eu confio nela. - afirmei ao tentar explicar que juntar os dois era uma forma de não o deixar desamparado também.

- Tudo bem... Vamos. - ele literalmente selou a palma da minha mão e segurou meus pulsos, fazendo eu lhe liberar para andar até a nossa sala de jantar misturada com a cozinha.

Sentei com Hannie do meu lado, óbvio que a dona Lee logo ouviu e veio trazer a comida, sorrindo pra gente antes de mais nada.

- Seja bem-vindo de novo, Jiji... - às vezes ela conseguia ser fofa, apesar do meu ciúmes de ter o apelido roubado assim, na cara dura.

- Obrigado, tia Lee. - a intimidade permitia que eles se chamassem assim, e que droga, eu me sentia completo.

Ela tirou o avental que usava e lavou as mãos antes de sentar conosco, permitindo que a gente pegasse a comida e então comessemos um pouco, pensando no que dizer.

- Podemos conversar, meninos? - o momento chegou, olhei meu pequeno antes de concordar silenciosamente com a cabeça, assim paramos de comer e olhamos na direção dela - Primeiro... Eu gostaria de dizer que não tenho nada contra vocês. São praticamente dois anjos, em todos os sentidos, Jisung é quase um filho pra mim, sei que é muito responsável e educado... - parou um pouco pra suspirar, isso me assustava, então apertei a mão dele por baixo da mesa, antes de as entrelaçar.

- Pode dizer, m-mãe. - nem deus sabe do porquê da tremida na minha voz, entretanto adiantou.

- Eu quero que sejam felizes. E por isso haverá limites. Não são crianças mais, e não vou ficar na cola de vocês, então qualquer coisa que fizerem tem a ver com a própria consciência e honestidade...

- Nós sabemos, dona Lee, e não desejamos fazer nada que seja inviável... Respeitamos a senhora e o seu lar. - Jisung sabia ser mais sério que eu, e com certeza tinha mais noção também, preferi não me intrometer.

- Só quero pedir que nada seja escondido, e com isso me refiro aos seus pais também, Han. - sua mão apertou a minha e eu percebi o tópico sensível - Sobre o seu pai, Minho, eu já estou planejando como vamos o abordar... Eu também não sou a mulher mais liberal do mundo, mas preciso aprender com vocês, e tentar espalhar essa... Essa ideia, sei lá. - minha mãe riu, um pouco, tão nervosa quanto nós - O senhor e a senhora Han são complicados, Ji, eu sei disso também, e ao mesmo tempo queria poder te proteger dessa... Dessa homofobia.

Ficamos em silêncio, pensei em abraçar ele porém não sabia se era melhor das ideias por dois motivos: primeiro, que ele poderia não querer se sentir frágil na frente da minha mãe, e isso poderia o fazer chorar também, e segundo, eu não queria fingir que aquilo era apenas sobre nós dois.

- Eu... Eu preciso conversar com eles, tia Lee... - ele tentou dizer, meio trêmulo, entretanto compreensível - Eu também não quero transformar nosso relacionamento em algo privado, não pode ser um segredo, não quero ser covarde e não assumir meu amor por Minho. - meu pequeno suspirou, olhou em meus olhos e soltou minha mão, deixando que eu simplesmente alisasse o joelho e a coxa dele para o acalmar - O problema é que meus pais são radicais, e esperam uma nora. Eu posso perder meu teto, e sem isso, não haverá Han Jisung que sobreviva para ter Lee Minho. - pareceria romântico, se não fosse trágico.

- Vocês poderão trabalhar mais em breve... E logo, de alguma forma, buscar um lugar pra vocês, no geral conquistar alguma coisa, Jisung. - minha mãe comentou com um sorriso esperançoso - Minho teve a coragem de dizer pra mim como se sentia, por mais que morresse de medo, ele fez o que devia, pela vontade de ter você. Faça o mesmo por ele. Você pode contar com a gente, se depender de nós, você não passa fome e nem frio, está bem? - ela disse exatamente o que eu queria, queria oferecer minha casa, meu quarto, e obviamente meu coração.

- Eu vou tentar... Se Minho prometer ficar escondido ouvindo para me proteger se eu precisar. - falou falsamente sério o final, causando um risinho em mim, eu tinha mais do que a certeza de que ele sabia se cuidar muito bem.

- Então pronto, estamos resolvidos por enquanto, não é, mamãe? - chamei de forma fofa querendo a convencer, assim ela acenou positivamente e voltamos a comer, com menos medo, porém ainda ansiedade.

- Obrigado por serem minha segunda família. - o Jiji disse por último, sorrindo pequenino e apreensivo, me deixando louco para ter outro selinho.

 - o Jiji disse por último, sorrindo pequenino e apreensivo, me deixando louco para ter outro selinho

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secret secret - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora