eighteenth

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Lee Minho POV

Confesso que eu também não estava tranquilo na situação. Minha mão custou para ficar parada, até Jisung pegar o caderninho "dele".

- Você não quer abrir? - indaguei sugestivo, ao menos na minha cabeça soou sugestivo, deveria ter sido assim.

- N-não... - a voz dele tremeu outra vez, meu Hannie poderia desmaiar a qualquer momento - Obrigado... - seu tom assustado permanecia.

- Eu te imploro, abre isso. - pedi e toquei seu ombro, mesmo sem entender nada e sem ter muitas forças pra discutir, ele abriu.

Talvez não seja o que você está imaginando, mas é, eu entreguei pra ele o meu caderno. Ele era meu até que minhas palavras pudessem tocar o coração dele como eu gostaria.

- Mas... Hyung, meu caderno não tem coisas de... Agenda. - meu pequeno mal soube ler meu nome na contracapa, apenas viu a minha falsa programação.

- Passa três páginas. Confia em mim. - me distanciei um pouco, eu ia morrer se ele não gostasse, e ia me matar se ele lesse em voz alta.

- "Eu te amo, Han Jisung"... - Hannie sussurrou lendo para si mesmo, coisa que perdoei já que meu garoto estava literalmente quase morrendo em ansiedade - Quem te deu isso...? - parou de olhar o caderno, finalmente encarando meu rosto rosado de vergonha, mal sabia ele.

- Hannie... Eu escrevi. E acho que você tem o direito de ler. - precisei de muita coragem para estar aqui, não era agora que eu desistiria.

Han Jisung POV

Aquilo... Minho?

"Han Jisung, um pequeno esquilo, sorridente, criativo e piadista. Fazem anos que tenho a sorte de conviver com você, e nunca pensei que valorizaria tanto nosso passado juntos, só de pensar que não vamos nos ver mais 200 dias por ano como vem sendo.

Você não muda nada, garoto. Sim, talvez tenha amadurecido aquelas piadas idiotas sobre pegar a mãe dos outros, mas eu sempre levei na brincadeira, você nem gosta de mulheres, eu sei. O que importa é que ainda é um raio de sol pequenino, cheio de energia, e ao mesmo tempo cheio de ódio.

Odeia ir estudar, reclama o fim de semana inteiro, xinga deus e o mundo. Mas na segunda-feira, como foi hoje, abre um sorriso por estar na sala de aula, vê o Changbin e já começa a brincar de sair no soco com ele... Me vê, e pede um abraço.

Hoje até que demorou, nos abraçamos só no almoço. Eu tenho receio de te abraçar, porque eu não quero mais soltar. E quando estamos em público, você morre de vergonha de ficar muito tempo assim, tem medo de falarem mal da gente por o mínimo da demonstração de afeto.

Ah, se você soubesse, Hannie... Gosto de te abraçar escondido. Não sei como você encara isso, nunca disse que se sentia desconfortável, porém pra mim é maravilhoso. Sei que fazemos isso na amizade, mas mesmo assim me sinto o homem mais feliz do mundo por ter alguns minutinhos curtos com você.

Eu entendo a nóia do Binnie por achar que somos namorados. Eu queria que fossemos. Sou obrigado a negar toda vez, dói um pouquinho, entretanto sorrio pra disfarçar, pensando que talvez em outra realidade isso tudo seja verdade.

Obrigado pelos abraços quentinhos. Pelas pulseiras de borboletinhas que compra pra mim. Por dividir seu lanche comigo, mesmo estando com fome. Por se preocupar com meus gatos, o tanto que se preocupa comigo. Por me dar a chance de ser seu amigo. Por fingir que não pareço um fã seu.

- o grande mas frágil, Lee Minho."

Certo, eu li direto. Meus olhos se encheram de água e em algum momento eu não pude ver mais. Pisquei e continuei em silêncio, talvez tenha molhado a folha ao lado porém não percebi.

Minho era capaz de escrever que eu não o amo. Isso dói. Dói porque sempre fiz o mesmo. Dói porque ele deve ter lido tudo o que escrevi também. Mas não pode doer, pois eu estou lendo os registros dele.

- Min... - senti seu rosto pesar no meu ombro, então voltei a calar a boca, era um choque. Eu relia tentando aceitar.

Ele não era frágil, e muito menos grande... Era só meu pequeno miau. Os abraços quentinhos também são vantagem pra mim, e as pulseiras, e cuidar dos gatinhos dele... Caralho, tudo machuca.

- Era... Era por isso que estava enrolando? - perguntei com um sorrisinho minúsculo no rosto, ainda chorando em silêncio.

-Foi porque eu descobri que você me ama... E agora você sabe, eu também te amo muito, Jiji. - não vi, entretanto senti. Senti seu risinho fraco quando a bochecha foi empurrada mais no meu ombro.

- Hyung... - fechei o caderno e o deixei de lado, como iria o encarar agora? Mais do que saber do que eu sentia, agora ainda falou que me ama, não sei se é uma piada de mal gosto ou de bom gosto. - É brincadeira, né? - talvez eu preferisse que fosse. Por medo.

- Nunca, Hannie! - ele levantou a cabeça e disse indignado, colocando as mãos nas minhas bochechas e me fazendo encarar seus olhos, tendo os meus encharcados e um pouco vermelhos, talvez eu aparentasse destruído - Você não precisa me responder... Ou me corresponder... Só, não sofra, ok? Eu não quis mentir mais porque... Eu li o seu caderninho, não inteiro já que não tenho coragem, mas foi o suficiente pra eu entender. - seus olhos grandes e brilhantes, no momento pelas lágrimas, também procuravam ler o que eu dizia silenciosamente.

Eu queria gritar de alegria. Eu queria chorar toda a dor guardada por esse tempo, e eu estava fazendo isso de alguma forma. Tirei as mãos dele de mim, segurando seus pulsos.

- Eu te amo. - minha voz saiu baixa e certamente trêmula, porém o suficiente pra ele ouvir e eu lhe abraçar com força. Provavelmente nunca senti algo melhor do que isso. Eu ainda não era dele, mas estar ali e ter certeza do que eu mesmo sentia, e saber também que ele me amava de volta, era o mais valioso.

- Eu também te amo, pequeno. - sua mão esquerda alisou minhas costas e a direita estava arranhando meu couro sem força, ao passo que eu soluçava chorando, e meu Minmin tinha aquele belo rostinho sofrido e aliviado.

Passei muito tempo ali, e Minho não se importou de continuar fazendo carinho em mim até que ficasse tudo bem. Óbvio que eu demoraria dias, talvez semanas, pra digerir o que aconteceu, aparentemente era rápido, contudo considerando o tempo em que nunca dissemos nada, tinha sido um processo longo.

- Você... Prefere conversar agora ou respirar...? - me perguntou meio confuso, até porque eu sou meio incompreensível.

- Não, podemos falar agora... Deixa eu lavar o rosto? Não vou fugir. - prometi e dei um risinho sem graça, vendo ele concordar.

 - prometi e dei um risinho sem graça, vendo ele concordar

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secret secret - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora