twenty-seventh

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Han Jisung POV

Fiquei mais dias na casa de Minho, até que na sexta de tarde meu pai me mandou uma mensagem. Ele disse que havia combinado com minha genitora (não me atrevo a chamar de mãe) que eu voltava se ela me respeitasse, o que ela prometeu, mas então no dia que eu estive lá ela descumpriu, o que o fez mudar de opinião.

E então avisou que era pra eu aparecer lá. Comentou que ela nem estava em casa mais, haviam brigado e que a prioridade dele era eu e meu irmão. Foi um alívio, pelo menos não seria um incômodo na casa de Minho por muito tempo, entretanto ter que conviver com a minha família só me faria continuar a ter vontade de sair de lá.

Continuei estudando normalmente, e consegui um emprego de meio período, para receber o pouco que fosse. Não comentávamos sobre a minha "mãe" e mal comiamos juntos. Agora só eu cozinhava, também sem me importar muito com o gosto deles, simplesmente fazia tudo em grande quantidade e deixava na geladeira, ninguém passaria fome.

Pelo menos, eu não estava preso. Durante a semana meu pai pedia para que eu não voltasse tarde e dormisse corretamente, não faltasse às aulas e essas coisas. Obviamente eu compreendia a preocupação e mantive minha responsabilidade, saindo mais do "normal" nos fins de semana, em que às vezes ia passar o dia na casa do Lee, vivendo mais de dois meses assim.

— Ji, onde você quer ir hoje? – me perguntou assim que entrei em seu quarto, indo me jogar na cama dele, não era culpa minha se os dias lá me fizeram acostumar com a qualidade do colchão e do edredom únicos.

— Quero ir no seu coração... – murmurei com a bochecha amassada ali, antes de sentir sua mão esquerda acariciar meu cabelo, pois a destra apoiava seu corpo para ficar na horizontal também mesmo de pé – Não sei, Min, só quero ficar com você.

— Vamos na pista de skate de novo... – fiz cara feia até lembrar que eu estava de bicicleta e poderia o levar outra vez, além de poder comer morangos deliciosos.

— Vai comprar moranguinhos pra gente? – levantei as sobrancelhas, um tanto interesseiro, infelizmente comida era tudo pra mim, logo após Minho – Hm? Vai, hyung?

— Pode ser... – riu e levantou, em seguida fiz o mesmo, desci com ele e fomos vestir nossos sapatos na saída, logo eu já estava na minha bike e ele agarrava minha cintura com mais força, afinal estávamos tornando isso em um costume lindo.

Pedalei calmo até lá, às vezes ele cantava para mim e eu sorria como um bobo, simplesmente admirando a vista bonita da cidade e sua voz deliciosa preenchendo meus ouvidos, milhões de vezes melhor do que os sons dos carros.

— Desce, Minmin. – pedi quando achei que ele estava dormindo em minhas costas, visto que estávamos na frente do parque imenso e meu gatinho não descia da garupa.

— É verdade... – concordou meio alheio e saiu, parecia inerte em algum pensamento, mas não importava, apenas deixei meu belíssimo veículo ali e peguei sua mãozinha para passearmos.

— Você que tem que nos conduzir. – afirmei só para o ver ir na direção da barraquinha com morango e me puxar, eu já estava pulando de alegria.

Pediu quatro espetinhos pra nós, porque meu bebezão é muito generoso e compreende minha fome eterna por doces, assim ficamos ali perto sentados em um banquinho outra vez, comendo tudo antes que derretesse, compartilhando selinhos sujos de chocolate como se o mundo não existisse.

— Você... – ele começou a dizer e parou para lamber os dedinhos sujos, jogando uma de suas pernas por cima de meu joelho – Tem planos pra noite? – me olhou de maneira estranha, porém fingi nem perceber.

— Tenho! Ficar com meu namorado lindo, ele tá me esperando. – afirmei com a cabeça, ouvindo Minho murmurar positivo imediatamente.

— Entendi... Bem que ele havia dito mesmo, que vocês estariam ocupados na casa dele... – manteve a feição séria e despreocupada, tentando me fazer de bobo, contudo eu conseguia ver sua verdadeira curiosidade por trás da brincadeira.

secret secret - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora