twenty-fifth

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Han Jisung POV

Dormi na cama de Minho com ele, pela primeira vez na vida, o que significa que eu demorei muito a cair no sono, mesmo que seu ombro fosse confortável, eu tinha receio de o abraçar demais durante a madrugada, ainda não havíamos chegado nisso, geralmente só nossos troncos se encostavam, a diferença era que dormindo parecia mais pesado.

Acabei acordando antes e levantei pra escovar os dentes, tínhamos aula e eu ainda me preocupava com isso, por mais que fosse lindo ver seu rostinho amassado só descansar como um anjo.

- Hm...? O quê? - ele acordou se perguntando meio assustado, olhando eu sentado ao seu lado, provavelmente acreditando que eu estava o chamando pra algo.

- "O quê" o quê, Minnie? - tentei não rir dele, seu cabelo amassado e os olhinhos inchados, droga era muito fofinho, essa era minha vista favorita nas manhãs, com certeza, declarei isso imediatamente.

- Ah... Que horas são...? - droga, eu queria lhe apertar e sair rolando até estarmos no chão.

- Hora de se arrumar e ir estudar. - afirmei com um rostinho bem sério pra ver ele manhar, o que aconteceu de verdade.

- Não... Estudar não... Fica aqui comigo, só hoje... - eu mal havia lhe dado a chance de dormir comigo, e Minho já achava que tinha todo esse poder sobre mim... O problema é que ele tinha.

- Você quer virar um vagabundo? - indaguei brincando, porém não mudei meu tom.

- Por você eu moraria debaixo da ponte agora mesmo, então sim, deita... - pra variar, conseguiu fazer eu rir, então deitei mesmo, meu rosto próximo do seu, e minha mão direita procurou a sua destra também, pois ele estava de bruços e eu não.

- De pertinho assim é legal. - comentei bobo, simplesmente muita paixão para guardar as palavras que não significavam tanto quanto deveriam.

- Tá enxergando minhas remelas? - perguntou antes de esfregar o rosto no meu ombro, ai que dor.

- Tô... Não tem problema, eu teria que me acostumar uma hora ou outra, não é? - toquei sua bochecha com a esquerda, alisando devagarinho, era meu miauzinho, finalmente meu.

- É verdade, pequeno... Não quer dormir mais? - falou já fechando os olhinhos, esperando eu fazer o mesmo, mas fiquei vidrado em seus cílios grandes do meu lado.

- Tá bom... Mas se eu acordar eu vou fazer café pra gente, tá? Não irei fugir de você. - avisei pra evitar um Lee desesperado por aí atrás de mim, ele apenas murmurou e se aconchegou melhor, puxando o edredom para me cobrir também, sua cama de casal era muito confortável pra nós dois.

Acabei caindo no sono rápido com seu cheiro doce, uma pena que como o que eu imaginava, acordei mais cedo que ele, afinal não estava habituado ao lugar ainda, precisava tornar Minho o meu lar o mais urgentemente possível, só assim descansaria como um anjinho.

Levantei com cuidado e soltei sua mão, tendo de apoiar seu rosto para não cair, procurando outro travesseiro ou almofada mais para trás, encaixando esse embaixo dele, por fim deixando um selinho em sua têmpora antes de descer.

À essa hora, seus pais estavam trabalhando, e como Minho não tinha irmãos, a casa era nossa e dos gatos. Falando neles, os liberei da pequena prisão no andar debaixo, indo colocar ração pra eles pois esse era o trabalho que meu bebezão fazia antes de ir pra escola (palavras dele: "eu me atraso por causa dos gatos", bendito pai irresponsável).

Não sabia a quantidade certa então só enchi cada potinho deles, os três, guardando de volta o saco e saindo de perto para conferir se iriam comer mesmo, o que ocorreu e me fez celebrar sozinho. Em seguida fui pra cozinha, preparei dois sanduíches salgados com ovos mexidos, um queijinho e salada, achei um suco de limão na geladeira e servi meio copo pra cada um, deixando tudo isso sobre a mesa antes de cortar uma fruta.

Achei duas maçãs e as cortei pra facilitar, joguei fora as sementes e terminei de colocar isso na mesa, indo lavar minhas mãos pra subir outra vez, aproveitando pra lavar as poucas louças que havia sujado.

- Agora acorda de verdade, hyung... - cutuquei sua cintura, enquanto estava em pé ao lado da cama, pra evitar o charme dele outra vez - Fiz lanchinho... E tem maçã, e suquinho de limão, vamos! - agarrei seu corpo, um tanto pesado pra minha força, e fui levantando, fazendo ele se sentar.

- Se acalma, Jiji! - resmungou tão lindo, seu rosto emburrado era um dos meus favoritos - Deixa eu... Vou no banheiro. - falou mas me abraçou de volta pra levantar, dando tapinhas no meu braço até que eu soltasse.

Enquanto ele se resolvia lá, dobrei o edredom e ajeitei o lençol na cama, bati os travesseiros e então ele saiu mais organizado, agora com o cabelo penteado pra trás e o rosto lavado, apesar de ainda gordinho do sono.

Descemos juntos e antes que ele fosse colocar a ração pros gatos dele, neguei o caminho e o mandei pra cozinha, segurando seus ombros para formar um trenzinho fofo.

- Já dei ração pra eles. - afirmei orgulhoso, me sentando ao seu lado, nem muito longe e nem muito perto - O lanche é ovo, queijo e salada... Deixei frio porque não sabia o que você gostava mais, perdão. - fiz um biquinho pra ser perdoado e ele só confirmou com a cabeça, mordendo um pedaço.

- Assim vou até dizer que você tá pronto pra casar... - comentou de boca cheia, tampando os lábios pra não ficar nojento.

- Tô sim, se eu não tiver que trabalhar, será melhor ainda. - afirmei querendo brincar com o papel de housewife¹, aquilo combinava muito comigo, uma pena que não podia sonhar com isso.

- Vou ganhar na loteria e virar engenheiro pra te sustentar, confia em mim.

- Eu aceito confiar, Minho. - ri dele por achar difícil demais, apesar de eu gostar de ser vagabundo, não iria viver disso pra sempre.

- E aí vamos criar gatinhos... Você escreveu sobre criar gatinhos, e eu também, quais você quer? - pergunta boba vindo de um gateiro, ele sabia a resposta.

- Um de cada cor, oras! - sorri imaginando - Quero laranjinha, tricolor, cinza, preto, preto e branco, rajadinho... Quero aquele sem pelo. - esse último foi mais por brincadeira, eu não pagaria um gato nunca.

- Mas... Como faz carinho? - ficou curioso pensando na "utilidade" do miau, imaginem um garoto lento.

- Fazendo, ué! Mas é brincadeira, não quero esse, só quero gatos adotados... Vamos salvar muitos da rua! - afirmei antes de voltar a comer, assistindo ele sorrir e concordar novamente.

- O que acha de apadrinhar gatinhos? ONGs no geral... - Minho com certeza era meu homem favorito no mundo.

- Acho lindo, deveríamos! Precisamos de empregos. Urgentemente. - pensei que devia procurar algo para fazer de noite, já que estudava na manhã e na tarde - Vamos entregar currículos? Em cafeterias e lanchonetes... Tem algumas aqui perto que abrem de noite. - sugeri esperando que pudéssemos fazer isso juntos.

- Vamos sim, pequeno, só assim pra nos livrarmos dos problemas, hm? Quero garantir meu futuro com você. - sorriu e eu roubei um beijo em sua bochecha macia, recebendo outro em troca.

Glossário:¹ "housewife" trata-se de uma nomeação em inglês para o papel de "dona de casa", sendo válida para qualquer pessoa que deseja cuidar da casa ao invés de ter um trabalho fora da residência

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Glossário:
¹ "housewife" trata-se de uma nomeação em inglês para o papel de "dona de casa", sendo válida para qualquer pessoa que deseja cuidar da casa ao invés de ter um trabalho fora da residência.

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